Pular para o conteúdo
Economia

Juros: Taxas sobem com IPCA-15, inflação nos EUA e preço de combustíveis

Os juros futuros terminaram o dia em alta, pressionados pelo aumento dos riscos de um aperto monetário mais forte nos Estados Unidos, leitura negativa do IPCA-15 de fevereiro e ruídos em torno dos preços dos combustíveis. A curva teve uma nova rodada de máximas na etapa vespertina depois da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defender … Continued
Agência Estado -
crédito mei
(Agência Brasil)

Os juros futuros terminaram o dia em alta, pressionados pelo aumento dos riscos de um aperto monetário mais forte nos Estados Unidos, leitura negativa do IPCA-15 de fevereiro e ruídos em torno dos preços dos combustíveis. A curva teve uma nova rodada de máximas na etapa vespertina depois da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defender a prorrogação da desoneração dos combustíveis, à revelia do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. As taxas subiram não somente em relação aos ajustes de ontem como também no balanço da semana, em torno de 25 pontos-base nos principais contratos ante a sexta-feira passada

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 terminou em 13,47%, de 13,38% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 12,61% para 12,77%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 13,04%, de 12,87%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,41% (13,23% ontem).

Numa semana que teve apenas três dias úteis, a curva subiu em bloco, portanto sem alteração nos níveis de inclinação. Do exterior, a sexta-feira consolidou a piora da percepção sobre as ações do Federal Reserve, já danificada pela ata na quarta-feira Hoje, o núcleo do índice de preços dos gastos com consumo (PCE, em inglês) de janeiro, com alta de 0,6%, veio acima do previsto (+0,5%), reforçando as apostas de que o Fed deve colocar a taxa terminal acima de 5% e o mercado ampliando fichas na possibilidade de retomada de elevação de 50 pontos-base em março O índice PCE é a medida preferida de inflação do Fed. O núcleo, na comparação anual, está em 4,7%, enquanto a meta é de 2%.

Os juros dos Treasuries dispararam, com o yield da T-Note de dez anos batendo em 3,97% nas máximas, afetando a ponta longa da curva local, pois uma ação mais drástica do Fed seria negativa para mercados emergentes. O câmbio depreciou, com o dólar nas máximas voltando a R$ 5,20, e só não foi pior porque com o IPCA-15 de fevereiro (0,76%), acima da mediana das estimativas (0,72%), em tese, haveria menos espaço para corte de juros.

A questão da política monetária, porém, parece estar mais atrelada ao fiscal do que à inflação corrente, o que explica certa rigidez do mercado ante a possibilidade de manutenção da desoneração dos preços dos combustíveis, dada como enterrada nos últimos dias, que poderia aliviar a inflação de curto prazo. Hoje, o presidente Lula se reuniu com o secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e ministros na busca de uma solução que evite a alta dos combustíveis após o retorno da cobrança dos impostos federais sobre a e o etanol, a partir de 1º de março.

Porém, à revelia da Fazenda, a ala política pressiona pela renovação da medida, temendo impacto na popularidade do governo. Gleisi Hoffmann foi ao defender que antes da retomada das cobranças haja a definição de uma nova política de preços pela Petrobras. “Não somos contra taxar combustíveis, mas fazer isso agora é penalizar o consumidor, gerar mais inflação e descumprir compromisso de campanha”, disse. Haddad volta da amanhã e dará a palavra final.

“Depois das declarações, houve uma piora marginal das taxas. Parece estar se desenhando uma probabilidade razoável de se estender a desoneração por mais um mês”, avalia o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier. Para ele, o “trade off” da medida tende a ser mais prejudicial à área fiscal que, para ele, “tem de ser endereçada com urgência”, do que favorável a um alívio da Selic. “Mais importante que a inflação corrente, a questão fiscal é o primeiro ‘check’ para a política monetária”, afirmou.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Com hospitais lotados, crianças com doenças respiratórias internam em Upas

Terminal Nova Bahia após reforma

Terminais de ônibus ganham ‘cara nova’, mas Campo Grande ainda vive caos no transporte público

chiquinho depoimentos

PGR é contra pedido de liberdade de Brazão para tratamento médico; deputado está preso em MS 

Expulsão temporária seria alternativa para árbitros a fim de punir jogadores (Rodrigo Ferreira, CBF, Arquivo)

Polícia Civil prende ex-árbitro suspeito de participação em esquema de manipulação na Série B

Notícias mais lidas agora

David Chita quer se entregar e delação pode mudar rumo de Reinaldo na Vostok

Consórcio Guaicurus vai a julgamento por não pagar multa milionária a Campo Grande

santa casa

Disputa por R$ 46 milhões: Justiça manda intimar município antes de decidir recurso da Santa Casa

Técnico da equipe Croata é demitido após três meses de trabalho

Últimas Notícias

MidiaMAIS

Bonito já tinha sua ‘própria versão Studio Ghibli’ bem antes do viral

"Studio Ghibli é o Brasil animado", concluíram internautas após página de viagens fazer comparações

Política

Vereadores da Capital votam ‘Lei Anti-Oruam’ em regime de urgência nesta quinta

Além da matéria, Câmara também aprecia propostas de inclusão e acessibilidade

Política

Durante agenda em MS, Governo revela que Alckmin irá negociar produtos do agro com os EUA

Taxas mais altas devem ser cobradas a partir desta quarta-feira em nova era instaurada por Donald Trump

Polícia

Golpista do Pix está entre 20 presos em operação da Polícia Federal em MS

Em 2022, a mulher chegou a ser presa