Ibovespa sobe 0,86% e retoma nível de 127 mil pontos, mas cede 0,85% na semana
Pela primeira vez neste começo de dezembro, o Ibovespa emendou duas altas, quebrando nesta sexta sessão do mês a alternância de ganho e perda que vinha se impondo ao índice, após o salto de 12,54% acumulado em novembro, o maior ganho mensal em três anos. Hoje, voltou a romper nas máximas do dia o limiar […]
Agência Estado –
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Pela primeira vez neste começo de dezembro, o Ibovespa emendou duas altas, quebrando nesta sexta sessão do mês a alternância de ganho e perda que vinha se impondo ao índice, após o salto de 12,54% acumulado em novembro, o maior ganho mensal em três anos. Hoje, voltou a romper nas máximas do dia o limiar dos 127 mil pontos, e conseguiu sustentar o nível em direção ao fechamento, quando ganhou força com Petrobras ON – que operava então, também, no pico desta sexta-feira. Assim, o índice da B3 retoma patamar visto na última sessão de novembro e que o favoreceu a buscar os 128 mil pontos já no dia seguinte, no fechamento de 1º de dezembro.
Desde então, com pouco fôlego após a última sexta-feira, o índice fez uma pausa para consolidação nesta semana, em que acumulou perda de 0,85%, vindo de ganhos nas seis anteriores, desde 23 de outubro. No mês de dezembro, as perdas se resumem agora a 0,19%. No ano, o Ibovespa sobe 15,82%. O giro financeiro ficou em R$ 20,8 bilhões na sessão, em que o índice da B3 oscilou dos 125.562,34 aos 127.289,43 (+1,02%), saindo de abertura aos 126.009,57 pontos. No fechamento, mostrava alta de 0,86%, aos 127.093,57 pontos.
O dado mais aguardado do dia – e também da semana – veio pela manhã, o relatório oficial sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos referente a novembro. E a leitura desagradou em parte os investidores, que em geral haviam se animado nos dias anteriores com outras métricas sobre o emprego no país, como os levantamentos da ADP e o Jolts, que reforçavam a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) encontraria espaço nos próximos meses para iniciar, antes do que se estimava, o ciclo de corte da taxa de juros de referência.
“Um pouco pior do que se esperava, o payroll trouxe surpresa, o que se refletiu em volatilidade para os preços dos ativos nesta sexta-feira. Jogou um pouco de água no chope de quem acreditava que o Fed poderia começar a cortar os juros já no primeiro trimestre do ano que vem, ou lá por maio, com segurança maior para o segundo semestre nas apostas do mercado”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, destacando o desempenho positivo do setor de commodities e dos bancos para o fechamento do Ibovespa em alta.
O economista-chefe do JPMorgan, Bruce Kasman, avalia que o relatório do mercado de trabalho nos Estados Unidos, o chamado payroll, é consistente com o crescimento da economia americana, mas veio como um balde de água fria no otimismo de investidores e no apetite por risco, de forma que o presidente do Fed, Jerome Powell, na reunião da próxima semana, terá de se manifestar quanto às expectativas de corte de juros no curto prazo, reporta de Nova York a correspondente do Broadcast, Aline Bronzati.
Para a Pantheon, o relatório de empregos dos EUA não deve mudar a decisão do Federal Reserve na próxima semana, considerando que o BC americano já terminou de elevar suas taxas. Mas a solidez na criação de empregos e a queda na taxa de desemprego tornam provável que Powell “resista à pressão para abandonar” a postura rígida do BC americano, bem como a mensagem de que os dirigentes continuam prontos a elevar novamente as taxas de juros, “se necessário”.
A Oxford Economics, por sua vez, considera que detalhes do relatório sobre o emprego, robustos, sugerem que o Fed tende a manter fora da mesa a possibilidade de cortes de juros, por vários meses à frente.
Lá fora, mesmo com idas e vindas, os três índices de Nova York (Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq) também conseguiram fechar o dia em retomada moderada, com ganhos discretos, na casa de 0,3% a 0,4% na sessão, apesar do avanço visto nos rendimentos dos Treasuries, nesta sexta-feira – que contribuiu para elevar a curva de juros brasileira.
Tal reação nos juros futuros domésticos, ao fim de semana que antecede as deliberações não só do Fed mas também do Copom sobre as respectivas políticas monetárias – nas próximas terça, 12, e quarta-feira, 13 -, afetou na B3 em particular as ações associadas ao ciclo doméstico, como as de varejo (Casas Bahia -3,77%, Magazine Luiza -5,75%), na ponta perdedora do Ibovespa na sessão, ao lado de Azul (-4,33%) e IRB (-4,04%).
No lado oposto, destaque nesta sexta-feira para Pão de Açúcar (+6,13%), Prio (+5,02%) e Arezzo (+3,63%). As ações do setor de petróleo, inclusive Petrobras (ON +3,41%, PN +3,20%), responderam bem à recuperação de mais de 2% nos preços do Brent e do WTI, ao fim de semana bem negativa para a commodity, que acumulou perdas na casa de 4% no intervalo, e para as ações do setor. Assim, Petrobras ON e PN, mesmo com a retomada de hoje, encerraram a semana com perdas de 1,45% e 3,31%, pela ordem.
O dia foi levemente positivo para Vale (ON +0,28%) e para outros nomes do setor metálico (Gerdau PN +0,90%, CSN ON +1,36%), assim como para os grandes bancos, em que o destaque ficou para o avanço de 1,60% em Bradesco PN.
Apesar do mantra de que fim de ano é tempo de rali, o mercado reduziu fortemente o otimismo sobre o desempenho das ações no curtíssimo prazo, no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Na contramão da tendência histórica, a fatia dos que acreditam em alta para o Ibovespa na próxima semana agora é minoritária, com 28,57%, enquanto a maioria de 57,14% espera estabilidade para o índice. Os que preveem queda são 14,29%, mesmo porcentual da pesquisa da semana passada. No último levantamento, a percepção de ganho tinha participação de 71,43% e a de variação neutra para 14,29%.
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