Dólar firma queda à tarde e recua 0,47% com pares e fatores técnicos
Após sinal predominante de alta pela manhã, o dólar à vista perdeu fôlego ao longo da tarde no mercado doméstico de câmbio e encerrou a sessão desta terça-feira, 5, em baixa de 0,47%, cotado a R$ 4,9255, com mínima a R$ 4,9250. Operadores observam que o real se beneficiou da baixa dos Treasuries e do […]
Agência Estado –
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Após sinal predominante de alta pela manhã, o dólar à vista perdeu fôlego ao longo da tarde no mercado doméstico de câmbio e encerrou a sessão desta terça-feira, 5, em baixa de 0,47%, cotado a R$ 4,9255, com mínima a R$ 4,9250. Operadores observam que o real se beneficiou da baixa dos Treasuries e do enfraquecimento da moeda americana em relação ao outras divisas emergentes latino-americanas, como o peso mexicano e o colombiano.
Na primeira etapa de negócios, a taxa de câmbio superou o teto de R$ 4,95 ao registrar máxima a R$ 4,9672. Além da queda do minério de ferro, havia pressão de remessas de empresas ao exterior, segundo operadores. Ao longo da tarde, houve uma acomodação e operações de realização de lucros no segmento futuro. Ontem, o dólar subiu 1,39% e fechou no maior valor desde 1º de novembro (R$ 4,9730).
O sócio e diretor de gestão da Azimut Brasil Wealth Management, Leonardo Monoli, observa que o dólar costuma ter um comportamento mais volátil em dezembro, em razão do aumento de remessas de lucros e dividendos de empresas às matrizes no exterior para encerramento do ano. Ele nota que há uma pressão maior pela manhã, durante as três primeiras leituras da taxa Ptax, quando as empresas fazem cotações com bancos para aquisição de moeda.
“Da última semana de novembro para cá, tem esse ‘spike’ de preço nas janelas da Ptax. Depois, o volume se reduz no intradiário e o dólar perde força. Dezembro é um mês errático e essa sazonalidade atrapalha o real”, afirma Monoli, que mantêm uma visão construtiva para a moeda brasileira nos próximos meses.
O economista-chefe do Banco Fibra, Marco Maciel, afirma que o fluxo total de dólar nos últimos dias sugere, de acordo com se modelo, um valor justo para a taxa de câmbio de R$ 4,97. Um dólar perto de R$ 4,90 ou abaixo desse valor, como visto em nos pregões entre 24 e 29 de novembro, representaria uma apreciação exagerada do real. Tal movimento estaria “pelo menos 70% correlacionado com a apreciação da cesta de moedas no exterior” e “segue o excesso de otimismo” com redução da taxa de juros nos EUA já no primeiro trimestre e 2024.
Tirando as três principais divisas latinas de países de juros altos (real, peso mexicano e peso colombiano), a moeda americana se fortaleceu no exterior. Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY renovou máximas à tarde, superando o teto dos 104,000 pontos.
Entre indicadores americanos, os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto e de serviços vieram em linha com as expectativas, ainda acima de 50, em terreno expansionista De outro lado, o relatório Jolts trouxe queda na abertura de postos de trabalho entre setembro e outubro. Investidores aguardam a divulgação, na sexta-feira, 8, do relatório de emprego (payroll) referente a novembro.
Analistas consideraram a leitura do PIB brasileiro divulgada pela manhã pelo IBGE positiva para o real. Além de mostrar um desempenho econômico levemente acima do esperado, sugere que o Banco Central não tem espaço para ampliar o ritmo de corte da taxa Selic, mantendo uma taxa real e um diferencial de juros atraente por mais tempo.
O PIB brasileiro cresceu 0,1% no terceiro trimestre em relação ao segundo, quando a mediana de Projeções Broadcast era de queda de 0,2%. Na comparação anual, houve crescimento de 2% no terceiro trimestre, também acima da mediana de Projeções Broadcast (1,8%).
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