Pular para o conteúdo
Economia

Abertura de mercado canadense anima setor pecuarista de MS

O Canadá anunciou a abertura do mercado para importar, do Brasil, as carnes bovinas e suínas
Arquivo -
Imagem ilustrativa
Imagem ilustrativa

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, , que viajou ao Canadá na última sexta-feira, 11, para negociar a importação de mais fertilizantes, acabou anunciando a abertura do mercado canadense para as carnes bovina e suína. No caso da pecuária bovina, os Estados produtores já podem exportar porque todas as vacinações estão em dia. Na pecuária suína, por enquanto só Santa Catarina vai poder exportar para o Canadá.

Para a ministra Tereza Cristina, com essa notícia o alcançou a marca de 200 novos mercados externos para produtos agropecuários desde 2019. “Essa abertura de mercado faz com que a gente ultrapasse os 200 mercados por mim estipulados no Ministério da Agricultura e também é uma notícia muito boa para os frigoríficos brasileiros, que podem empregar e trazer renda para o interior do nosso país”, disse Tereza Cristina, ainda em visita ao Canadá.

Em cifras, a abertura do Canadá para as carnes pode significar mais US$ 150 milhões ao ano. No Canadá não há imposto de importação para a carne suína. Já na carne bovina, existe uma tarifa de importação de 26,5%. No entanto, o Brasil negociou o acesso por uma quota da OMC (Organização Mundial do Comércio), com 76,4 mil toneladas sendo comercializadas com uma tarifa de 0%. Para a carne bovina, a exportação está liberada para todos os estados que ainda fazem a vacinação de seus rebanhos contra a febre aftosa, além de Santa Catarina, que foi o primeiro estado reconhecido como livre da doença sem vacinação.

Quanto à carne suína, por enquanto a exportação só está autorizada para os frigoríficos de Santa Catarina, único estado que já é reconhecido como livre de febre aftosa, peste suína clássica e peste suína africana. O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) já entrou com um pedido de reconhecimento dos estados do Paraná e do como estados livres dessas três doenças. Tereza Cristina destacou que Brasil e Canadá são líderes comprometidos com uma agricultura segura, baseada na ciência e sustentável e lembrou a atuação do Brasil durante a Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (Organização das Nações Unidas) e a COP26 (26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), realizada em 2021 em Glasgow, na Escócia.

Ministra Tereza Cristina em Campo Grande antes de ir para o Canadá. Foto: Elias Luz 

 

Repercussão entre os produtores rurais foi de “sorriso aberto”

O presidente da Acrissul (Associação Sul-Mato-Grossense de Criadores), Jonatan Pereira Barbosa, disse que a notícia é muito boa para pecuária do Estado, tanto para os criadores, quanto para as empresas donas de frigoríficos aptos às exportações. “Sou presidente da Acrissul e na nossa entidade – a mais antiga do Estado – os criadores de gado estão muito felizes com essa notícia trazida pela ministra Tereza Cristina”, disse Jonatan Pereira Barbosa.

Atualmente, três frigoríficos estão liberados para exportar em : um em Dourados, um da JBS e um da Marfrig. No entanto, Jonatam Pereira Barbosa explicou que isso é só discurso. “Na realidade, todos os frigoríficos da JBS e Marfrig já podem exportar e eles não têm só um. Além disso, os donos destes frigoríficos também são criadores e eles estão muito felizes. Agora vamos torcer para o nosso Estado conseguir a liberação para exportar a carne de porco, o que será excelente para os municípios de São Gabriel do Oeste e Dourados – os locais onde estão os frigoríficos de suínos”, detalhou Jonatan.

De acordo com o presidente da Acrissul, o maior problema agora vai ser segurar os 10% da produção de carne bovina que fica para consumo em Mato Grosso do Sul. Jonatan explicou que a carne que fica aqui é da vaca de descarte, a chamada “vaca velha” que não serve mais para a reprodução e vai para a “engorda” e depois para o abate. “É essa carne que abastece os açougues do nosso Estado. Os outros 90% são divididos da seguinte forma: 30% vão para outros Estados brasileiros e 60% são exportados. Hoje, o maior comprador da carne de Mato Grosso do Sul não é a , e sim a União Europeia, que importa 35% da nossa carne. Nos outros 25%, a China entra na compra. Em outros Estados, o perfil pode mudar com a China comprando mais”, frisou Jonatan.

Rebanho bovino em Mato Grosso do Sul. Foto: Arquivo Acrissul

 

Noi Sistema Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul), o gerente técnico José Pádua, via assessoria de comunicação, emitiu uma nota enfatizando a conquista brasileira com a abertura do mercado canadense. Entretanto, os números do Sistema Famasul diferem da Acrissul, assim como o destino das exportações. “É muito bom para Mato Grosso do Sul. Atualmente cerca de 25% da carne produzida no estado é exportada para outros países, com destaque para a China. Abrir mercado ao Canadá será uma excelente oportunidade para o nosso agro”, disse José de Pádua, via nota. O rebanho bovino de Mato Grosso do Sul, segundo números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com dados de 2020, é estimado em 19 milhões de cabeças – o 5º maior do País.  

E os fertilizantes?

A ministra Tereza Cristina se reuniu nesta segunda-feira (14), em Otawa, com presidentes de empresas produtoras e exportadoras de potássio instaladas no país para conversar sobre a possibilidade de aumentar as exportações de potássio para o Brasil. Tereza Cristina se reuniu com as empresas Gensource, Nutrien, Canpotex e Fertilizer Canada. No domingo (13), ela se reuniu com a diretoria da Brazil Potash, que é uma empresa brasileira privada, de capital fechado, controlada por investidores brasileiros e estrangeiros. Tereza Cristina destacou a dependência do Brasil da importação de fertilizantes e a necessidade de expandir a importação neste momento. “Para que o Brasil continue aumentando sua oferta de alimentos e para contribuir com a segurança alimentar do Brasil e do mundo, precisaremos de suprimentos adequados desse insumo. Isso não significa apenas assegurar os níveis atuais de compras, mas expandi-los”, destacou a ministra, que ainda vai se reunir com países árabes para fechar mais negócios envolvendo a compra de fertilizantes.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Traficante brasileiro preso em Pedro Juan é indiciado e aguarda expulsão do Paraguai

Mesmo com denúncia, ASMMP reafirma apoio a Alexandre Magno para conselheiro do CNMP

A banalização nossa de cada dia

chuvas

Prepare o guarda-chuva e o agasalho: semana será de chuva e mínima de 18°C em MS

Notícias mais lidas agora

corpo encontrado onça

‘Deus me guiou certinho’: cunhado encontra corpo de caseiro morto por onça no Pantanal

partes do corpo de homem morto por onça

Partes do corpo de caseiro morto por onça vão para análise de DNA

Vaticano divulga primeiras imagens de Papa Francisco no caixão

‘Espírito Santo vai conduzir decisão’, diz cardeal brasileiro cotado para ser papa

Últimas Notícias

Política

Câmara tem 1 minuto de silêncio pela morte do Papa e vereadores lamentam: ‘lutou pela paz’

Morte do líder da igreja católica repercutiu na sessão desta terça-feira

Polícia

Onça avança em equipe e fere outro homem durante resgate de corpo de caseiro no Pantanal

PMA precisou intervir com tiros para conter a onça

Famosos

Estrela de Crepúsculo, Kristen Stewart se casa com roteirista em Los Angeles

Juntas há seis anos, Kristen Stewart e Dylan Meyer oficializaram a união com um casamento discreto e intimista em Los Angeles, nos Estados Unidos

Polícia

Caso de onça que atacou e matou caseiro é o único registrado nos últimos anos em MS

Informação foi confirmada pela Sejusp-MS sobre ataque que acabou na morte de caseiro