O anúncio de fechamento das portas do Hipermercado Extra em , que deve acontecer no 29 de fevereiro, além de deixar mais de 300 pessoas desempregadas, dividiu opiniões nas rodas de conversas de bares, salas de aula, e até entre alguns funcionários da própria empresa.

Antônio de Oliveira Menezes, advogado em Dourados afirma que o fechamento do hipermercado afeta diretamente a economia da cidade,  na medida em que interfere no mercado de trabalho. “Quanto mais gente sem emprego, menos circulação de dinheiro na cidade e menos consumo”, explica ele.

“O Extra aqui em Dourados é um supermercado diferenciado. Muitas coisas a gente só encontra na prateleira de lá. Tinha coisas importadas que compensava mais do que em Ponta Porã”, comenta o funcionário público aposentado Onofre Barbosa Matias.

Por outro lado, a enfermeira Luh Nogueira, que em 2012 se desligou do hipermercado, afirma que desde aquela época os funcionários já eram cientes que   a empresa estava fechando no vermelho.

Mantendo a avaliação crítica, ela declara não acreditar que uma rede hiper possa entrar em colapso. “Ela se instalou na cidade, mas a própria cidade de Dourados não está preparada para loja nesse porte. Ela quis fazer um diferencial, mas a cultura da cidade e até mesmo funcionários, não ajuda”, disse.

Luh Nogueira vai mais adiante e diz que “Dourados é uma cidade grande, que passam muitas pessoas de diferentes lugares. Mas ainda é uma cidade de gente muito chula, caipira. Meu ponto de vista simplesmente”, afirma a enfermeira.

“O Extra faz parte de um grupo muito bem estruturado que sabe valorizar seus funcionários com vantagens que talvez eu não possa encontrar em outro lugar. É daqui que tiro o sustento da minha família há mais de sete anos”, explicou um dos colaboradores da empresa.

Na direção contrária da opinião do colega, outro colaborador alega que já estava descontente com os rumos que estavam sendo tomados pela empresa em Dourados. “Sempre fomos explorados pela empresa e até humilhados por alguns clientes descontentes com o atendimento”, revela ele, relatando que o desleixo já estava tomando conta do prédio, uma vez que ficou sabendo que uma detectou mais de 60 focos de dengue nos fundos da empresa.