A Petrobrás anunciou nesta segunda-feira (10) a retomada das negociações para venda da UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nirogenados), em . O comunicado foi dado 75 dias após a desistência do grupo russo Acron que negociava a compra, mas desistiu de fechar negócio com o agravamento da crise política na Bolívia, fornecedora da principal matéria-prima para o funcionamento da unidade.

Segundo comunicado enviado pela estatal, teve início a etapa de divulgação da oportunidade referente à venda de 100% da fábrica, cuja construção teve início em setembro de 2011 e foi interrompida em 2014 com 81% concluída. A capacidade da UFN-III, após finalizada, será de produção de 3.600 toneladas por dia de amônia e 2.200 t/dia de ureia. O comprador será responsável pelos gastos com a conclusão da obra.

“Essa operação está alinhada ao posicionamento estratégico da companhia de sair integralmente dos negócios de fertilizantes, visando à otimização do portfólio e à melhora de alocação do capital da companhia, para a maximização de valor de seus acionistas”, informou a Petrobrás.

No material de divulgação da venda, chamado de teaser, foram disponibilizadas as principais informações sobre a unidade e os critérios necessários para a seleção de potenciais investidores. A íntegra do documento pode ser conferida clicando aqui. Conforme a Petrobrás, a venda segue as diretrizes de desinvestimentos prevista no Decreto n.º 9.188/2017 e as próximas etapas de negociação serão futuramente informadas ao mercado.

Conforme a Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Familiar), duas mudanças previstas devem ser fundamentais para viabilizar a venda: a comercialização independente da Ansa (Araucária Nitrogenados S.A) e a opção do comprador negociar o contrato de fornecimento de gás natural diretamente com a Petrobras.

Expectativa frustrada

Com promessa de gerar 1 mil empregos diretos e outros 8 mil indiretos, a fábrica de fertilizantes gerou a expectativa de transformar no maior produtor de insumos nitrogenados para atender a agropecuária do País.

Após anos parada, a unidade começou a gerar temor até para a administração municipal, principalmente depois da desistência dos russos que estavam em fase final de negociação. “É automática a deterioração de equipamentos que já foram implantados”, afirmou o prefeito Ângelo Guerreiro ao Jornal Midiamax, sobre o temor que a construção se tornasse um ‘elefante branco’.