A nova rodada de leilões está marcada para 27 de outubro

O dólar encerrou o último pregão de setembro em baixa, se reaproximando do nível de 3,15 reais, com investidores corrigindo parte da alta acumulada na semana em dia de ambiente político mais tranquilo e notícias econômicas mais favoráveis.

O dólar recuou 0,48 por cento, a 3,1676 reais na venda, encerrando setembro com alta de 0,64 por cento, segundo mês consecutivo de avanço. Na semana, a moeda norte-americana subiu de 1,28 por cento. O dólar futuro tinha baixa de 0,45 por cento.

No trimestre, no entanto, o dólar cedeu 4,38 por cento, o maior recuo trimestral desde o período de abril a junho de 2016 (queda de 10,65 por cento). No ano até agora, o dólar acumula baixa de 2,53 por cento.

Na mínima do dia, a moeda foi a 3,1567 reais e, na máxima, 3,1913 reais.

“Com o ambiente doméstico mais tranquilo e os dados dos EUA, o dólar corrigiu um pouco dos excessos dos últimos dias”, avaliou a diretora da AGK Corretora Miriam Tavares.

A moeda iniciou a sessão com pequena elevação, mas com a divulgação de dados norte-americanos de inflação mais fracos que o esperado, o dólar firmou uma trajetória de baixa que se sustentou no restante do dia.

Nem mesmo a formação da Ptax –taxa que corrige diversos contratos cambiais– de final de mês foi suficiente para interferir na trajetória.

O núcleo do índice de preços PCE, que exclui alimentos e energia, avançou 0,1 por cento em agosto, atingindo 1,3 por cento na comparação anual, ante 1,4 por cento em julho, o resultado mais fraco desde novembro de 2015. O índice PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve.

O banco central dos Estados Unidos sinalizou na semana passada que espera mais um aumento dos juros até o final do ano, depois de duas altas. Os mercados financeiros estão precificando 71 por cento de chances de alta dos juros em dezembro, contra 76 por cento antes, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME.

O dólar registrava leve baixa ante uma cesta de moedas e tinha leves elevações ante divisas emergentes, como o rand sul-africano e a lira turca.

Os investidores também seguiram monitorando as negociações para barrar a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados, um dia depois de ele ter obtido uma vitória na escolha do relator, o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG).

Na primeira denúncia, Andrada votou no plenário da Câmara contra a autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgasse a acusação a Temer por corrupção passiva.

“Se o cenário político ajudar, a segunda denúncia for arquivada e a economia continuar a dar sinais positivos, penso que o dólar pode se manter no intervalo atual”, projetou Tavares, referindo-se ao patamar entre 3,10 e 3,20 reais.

O Banco Central concluiu na véspera a rolagem parcial do vencimento de 9,975 bilhões de dólares em swap cambial tradicional –equivalente à venda futura de dólares –, com a venda de 6 bilhões de dólares, e não anunciou nenhuma atuação para esta sexta-feira, por ora.

O próximo vencimento de swap cambial tradicional só acontece em janeiro, com 9,137 bilhões de dólares. A ausência de leilões de swap para rolagem em outubro pode contribuir para a moeda operar mais “livremente”.

“O viés é de baixa para a moeda. Sem intervenções e todo o resto permanecendo mais ou menos estável, é possível ver o dólar se encaminhar para baixo de 3,10 reais até o final do ano”, previu gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti, ao lembrar que novos leilões de petróleo do pré-sal devem atrair recursos estrangeiros ao país.

A nova rodada de leilões está marcada para 27 de outubro.