Três Lagoas foi a cidade que mais contratou
Na contramão do cenário geral brasileiro, Mato Grosso do Sul foi o Estado que fechou o ano de 2016 com o melhor saldo de contratações em relação às demissões de todo o período. Apenas outros três Estados brasileiros contrataram mais do que demitiram durante o ano: Goiás, Mato Grosso e Roraima.
O município de Três Lagoas, localizado a 325 quilômetros ao leste de Campo Grande, foi o carro chefe das contratações do Estado, e o maior responsável pelo saldo azul. Graças em grande parte à produção de celulose para exportação, que se beneficiou com a desvalorização do dólar, a cidade conseguiu fechar o ano com 2.639 contratações a mais do que demissões.
Esse cenário positivo se repetiu em outras 11 das 14 cidades de Mato Grosso do Sul com mais de 30 mil habitantes, que tiveram mais contratações do que demissões. A maioria das perdas de postos de trabalho se concentraram em Campo Grande, que acumulou mais de 34 mil demissões durante todo o ano.
O número do saldo de contratações em relação a demissões do Estado (7.976) é bem superior ao do segundo e terceiro colocados, Goiás (4.473) e Mato Grosso (3.049). Roraima foi o único Estado brasileiro fora do Centro-Oeste que conseguiu alcançar um saldo positivo, ficando bem atrás dos outros três, com 625 contratações a mais que demissões.
Centro-Oeste
De acordo com o coordenador de estatísticas do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, a concentração da criação de empregos no Centro-Oeste pode ser explicado pela predominância do agronegócio e pela produção com mercado internacional. “No geral, é o agronegócio que tem evitado que o desastre do emprego no Brasil seja ainda maior”, disse o ministro ao portal UOL.
A região só não fechou o ano com um saldo positivo por completo por causa de Brasília, que teve 20.155 demissões a mais do que postos de trabalho criados. Mesmo assim, o saldo negativo do Centro Oeste (-4.657) ainda foi muito inferior ao das outras regiões, como Sul (-53 mil) e Sudestes (-465 mil), que concentrou o maior número de demissões.
Em todo o Brasil, o cálculo do Ministério do Trabalho é que o total de demissões tenha ultrapassado em 751 mil o número de contratações durante o ano de 2016. Apesar da crise, o cenário é melhor do que o de 2015, quando nenhum Estado brasileiro havia conseguido fechar o ano com saldo positivo.
(sob supervisão de Jessica Benitez)
