Águas cristalinas, fauna exuberante e passeios que misturam aventura e contemplação. O Dia do Turismo Ecológico é comemorado nesta sexta-feira (1º) e Mato Grosso do Sul se destaca no ecoturismo com paisagens que atraem milhares de turistas para o Estado anualmente. 

A cidade de Bonito, por exemplo, apareceu em oitavo lugar como destino turístico que mais despertou interesse entre os brasileiros em 2023.

O relatório “Tendências de Turismo – Comportamento da População Brasileira”, elaborado pelo Ministério do Turismo, também considerou o município sul-mato-grossense como o 11º destino turístico mais conhecido do país.

Segundo o diretor-presidente da Fundtur (Fundação de Turismo do Mato Grosso do Sul), Bruno Wendling, o segmento movimenta diretamente em torno de 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, o que pode chegar a R$ 3 bilhões. De forma indireta, esse valor pode dobrar e alcançar quase 5% do PIB. 

“A relação do Mato Grosso do Sul com o turismo ecológico é total. É o nosso principal ativo, o nosso principal segmento, aquilo que a gente tem de mais diferenciado: as belezas naturais, os biomas, a diversidade do estado é fantástica e a organização também que coloca o Mato Grosso do Sul hoje na liderança, na referência do ecoturismo dentro e fora do Brasil”. 

Metade da população em Bonito trabalha com turismo

A atividade econômica de turismo é tão forte em Bonito que cerca de 45% a 50% da força de trabalho, está empregada no ramo, de acordo com a secretária de Turismo, Indústria e Comércio de Bonito, Juliane Salvadori. 

A procura pelos passeios varia a depender da época, como férias, baixa ou alta temporada. “Mas nós temos as grutas, que são passeios bem visitados, os balneários, os passeios de cachoeira, as flutuações também e os passeios de aventura”, ela explica. 

Nascente Azul, em Bonito. (Flávio André, MTUR)

O Anuário Estatístico do Turismo de Bonito sobre 2023 aponta que o número de visitantes cresceu em mais de 100 mil no intervalo de oito anos. A quantidade de turistas aumentou em 53,36%, saindo de 204.298, em 2015, para 313.316, no ano passado. 

Somente em 2023, foram 909.715 visitações em atrativos turísticos da cidade, sem considerar as cortesias. Este dado inclui os passeios em balneários, flutuações, cachoeiras e grutas.

Turismo além de Bonito

O interesse pela atividade tem crescido entre os brasileiros. A última edição do Boletim do Turismo Doméstico Brasileiro, de 2021, apontava que o ecoturismo e o turismo de aventura motivaram 25,6% das viagens para lazer do Brasil, ficando atrás apenas da praia. 

O resultado é maior do que em relação a 2020, quando 20,6% procuraram o mesmo tipo de destino e posicionaram o ecoturismo como a motivação que mais cresceu no período.

Paixão por aventura e natureza oportuniza pequenos negócios que alavancam economia e ecoturismo

Contudo, o ecoturismo em Mato Grosso do Sul vai além de Bonito ou Corumbá. A cidade pantaneira é muito procurada para turismo de pesca e para contemplação da fauna da região. 

Conforme aponta o titular da Fundtur, outros destinos consolidados no mercado nacional e internacional são os pantanais de Aquidauana e Miranda. Cidades como Costa Rica, Rio Verde e Três Lagoas já se destacam com o turismo. 

Parque da Lagoa Comprida em Aquidauana. (Flavio André, MTur)

“Já tem algum tempo como outros destinos, em torno de Campo Grande, com o turismo no meio rural também, o que fortalece o nosso Estado. O turismo ajuda a movimentar as pequenas cidades com a injeção de recursos”, afirma. 

Na visão dele, o desafio agora é profissionalizar a atividade e diversificar a oferta de experiências dentro dos destinos que já trabalham no turismo de natureza. 

“Pensar na certificação dos atrativos turísticos do estado, nos serviços e apostar cada vez mais nesse posicionamento no mercado nacional e internacional. Algo que a gente já vem fazendo nos últimos anos. Não é à toa que hoje nós somos consolidados como um dos principais mercados de turismo de natureza do país”, finaliza.