Uma operação foi deflagrada nesta quarta-feira (10) para fiscalização de possíveis abusos e irregularidades nos postos de combustíveis em . Depois de mais um aumento anunciado pela Petrobras, postos da Capital estariam cobrando mais caro, mesmo com estoque de adquirido antes do reajuste nos preços.

Postos que cobram reajuste até na gasolina de estoque são alvos de operação do Procon-MS
Especialista da ANP analisa qualidade do combustível. (Foto: Marcos Ermínio)

A operação conta com a Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), Procon Estadual e ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). A fiscalização começou em um posto de combustíveis localizado na avenida Calógeras e deve passar por mais oito estabelecimentos nesta quarta (10).

Titular da Decon, a delegada Cláudia Angélica Gerei explica que a operação já estava prevista, mas o novo reajuste no preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras adiantou a operação. O objetivo é verificar a irregularidade na qualidade do combustível, o preço e o funcionamento das bombas. 

“Estamos verificando irregularidades também no preço. Teve aumento que começou a valer ontem, mas já estão vendendo gasolina e diesel com esse reajuste, sendo que o estoque é antigo. Ou seja, o posto comprou antes do aumento, mas quer lucrar em cima disso”, afirma. 

Caso seja constatado que o dono do posto aplicou um preço com reajuste, mas comprou o combustível antes do aumento, ele pode responder por enriquecimento ilegal. “É levado para delegacia, autuado e liberado, mas pode responder até dois anos de prisão”, diz a delegada.

O especialista em regulação da ANP, João Lins afirma que a operação também realiza testes nas bombas, para verificar se entregam a quantidade registrada. Um galão de 20 litros é utilizado e colocam a bomba para verificar se ela vai preencher adequadamente. Se a bomba colocar 60 ml a menos do que o estipulado, já pode ser considerada como irregularidade.

Superintendente do , Marcelo Salomão conta que o órgão verifica as notas fiscais de compra, para saber quando o combustível foi comprado pelo posto. Apesar da liberdade de mercado, Salomão ressalta que é preciso ter um parâmetro ao estipular preços nos combustíveis, caso contrário a população pode acabar comprando gasolina a R$ 6.

Postos que cobram reajuste até na gasolina de estoque são alvos de operação do Procon-MS
Salomão explica que notas fiscais são analisadas. (Foto: Marcos Ermínio)

Marcelo Salomão diz que foi feita uma notificação ao MPF (Ministério Público Federal) para verificar por que os preços estão aumentando o preço do nos postos se não houve reajuste. As últimas altas anunciadas pela Petrobras são referentes apenas à gasolina e ao diesel, ou seja, não haveria motivo para reajuste no preço do etanol. Além disso, a operação também analisa as notas fiscais nos postos para verificar por que o preço está tão alto, sendo que o governo zerou o imposto federal sobre os combustíveis. 

“Também queremos entender das distribuidoras por que a gasolina está tão cara no interior. O preço é mais caro porque os postos pagam mais caro no frete, mas vamos verificar se a venda do combustível é mais cara para o interior. Vamos verificar se um CNPJ da Capital paga mais barato do que um CNPJ do interior”.