A pandemia de coronavírus tem causado algumas mudanças no comportamento dos consumidores em Campo Grande. Com medo da escassez de alimentos e produtos de higiene, alguns supermercados já têm fila de clientes. Produtos de higiene, como papel higiênico e água sanitária são alguns dos mais procurados.
Em um atacadista na avenida Ernesto Geisel, há fila de consumidores desde cedo. Para evitar a aglomeração, o supermercado só permite a entrada de 10 clientes por vez. A maioria dos clientes na fila teme a falta dos produtos, conforme o vírus avança em Campo Grande.
A secretária Mariana Ferreira, de 33 anos, explica que está com muito medo. “São muitas informações, isso gera pânico. Eu vim comprar produtos de higiene para guardar, vou estocar o suficiente para 20 ou 30 dias”, comenta.

O aposentado Alessandro Silva, de 39 anos, também estava na fila. Ele conta que só veio porque a esposa pediu, ela teme a falta dos produtos. “Álcool já temos em casa, vim comprar mais alimentos”, diz. Alessandro conta que comprou água sanitária, arroz e feijão a mais do que geralmente precisa.
Renato Sirto, de 30 anos, trabalha no mercado de finanças e também acordou cedo para fazer as compras o mês. “Rodei três mercados, todos lotados. Comprei papel higiênico, eu já tinha um fardo em casa, mas comprei a mais por prevenção”, diz.
Em outro supermercado da Capital, não havia filas ou limitação de consumidores para entrar. O movimento era tranquilo na manhã desta quinta-feira (19). Fátima Eunice, de 54 anos, foi até o local para comprar produtos de limpeza.

“Queria água sanitária, mas só tem água sanitária em gel, estou levando esta mesmo. Fui em outro supermercado, mas desisti porque a fila estava muito grande”, diz. Fátima conta que não teme por ela, mas pela filha grávida e pelos netos.Ela leva dois fardos de papel higiênico, que utiliza também para limpeza do seu estúdio.
Roberto é outro cliente do supermercado e conta que foi até o local para comprar produtos de limpeza. Ele leva um carrinho com dois fardos de detergente e dois de água sanitária. Nas prateleiras do estabelecimento, álcool e água sanitária estão em falta.

O gerente do supermercado, que não quis se identificar, explica que o local tomou medidas se segurança contra o coronavírus. Há álcool em gel nos caixas e, na padaria e no açougue, funcionários devem usar sempre luvas e máscara.
“Com relação ao abastecimento, está normal. Percebemos o carrinho dos clientes cheio, mas nada fora do controle”, diz.