A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) define nesta terça-feira (3) a nova tarifa de energia a vigorar, a partir de 8 de abril, em 74 dos 79 municípios sul-mato-grossenses. A decisão promete abrir nova queda de braço entre a Enersul e o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), que embarca, na madrugada de amanhã, à Brasília para defender os interesses do Estado.
A concessionária pediu à Aneel 7,25% de reajuste, mas o parlamentar considera justo aumento de no máximo de 3%. O entendimento leva em conta, principalmente, balanço financeiro da empresa, divulgado nesta segunda-feira (2). “A Enersul teve faturamento de quase R$ 2 bilhões e lucro líquido de R$ 151 milhões”, informou Marquinhos. Um ano antes, a concessionária lucrou R$ 85 milhões.
Diante do crescimento financeiro da empresa, o deputado não vê motivos para reajuste superior a 3%. “Ao mesmo tempo em que o lucrou quase o dobro, a Enersul reduziu o quadro de funcionários de 2.216 para 1.277 pessoas”, ponderou. “Eles estão lucrando cada vez mais e diminuindo a qualidade da prestação de serviços”, emendou.
Segundo Marquinhos, a queda da qualidade da prestação de serviço pode ser observada nitidamente por meio do número de reclamações no Procon e na aplicação de multas contra a Enersul. Só neste ano, a empresa desembolsou em torno de R$ 3 milhões, por não respeitar a frequência e durabilidade de queda de energia nas residências.
Ainda de acordo com o deputado, a própria empresa, em seu pedido de reajuste, sugere queda de 4,18% do percentual inicial de 7,25%. Conforme a assessoria da empresa, a diminuição seria resultado de componentes financeiros que haviam sido incorporados no reajuste tarifário de 2011 que devem ser deduzidos.
A audiência que definirá a nova tarifa de energia está prevista para iniciar às 10 horas (horário de Brasília). Marquinhos Trad participará da discussão e ocupará espaço na tribuna. Na ocasião, ele apresentará os motivos para o aumento não passar de 3%.
