Cansado do descaso de empresas de compras coletivas em relação ao código de defesa do consumidor e por ter sido vítima de um ‘golpe orquestrado’ por uma parceria entre a Groupalia e a empresa Outlet  Imports, um consumidor de Brasília decidiu tomar medidas drásticas. O relações-públicas José Jance Marques, especialista em rastreamento digital e mobilização social, teve acesso aos dados pessoais dos donos das empresas de compra coletiva e promete divulgá-los nas redes sociais.

“As empresas não respeitam os consumidores e nem as leis que regem as relações de compra porque não tem medo de multas ou represálias. Ao divulgar o endereço e o telefone residencial e celular desses diretores, vamos levar os problemas do consumidor para mais perto deles e fazer com que se importem”, propõe.

História – Em setembro de 2011, José Jance e um amigo adquiriram uma oferta de helicóptero de controle remoto no site da Groupalia e seguiram o protocolo de validação dos vouchers. A empresa Outlet Imports é quem assinava as ofertas com a promessa de entrega dos produtos no prazo de 30 dias após a validação dos vouchers.

No entanto, passaram-se 90 dias e o produto não foi entregue. Após sucessivas tentativas frustradas de contato com a empresa Outlet Imports, o relações-públicas obteve a promessa de entrega do produto até o dia 20/12. Nessa data, a empresa sumiu do mapa, desabilitou os telefones e não responde mais e-mails. Procurada, a Groupalia informou que não se responsabiliza pelo não cumprimento da oferta por seus parceiros. “Isso é um absurdo! Quando paguei o produto, paguei para a Groupalia. A minha relação de consumidor se deu com ela diretamente. Não posso simplesmente ser ignorado”, reclama Jance Marques.

Em redes sociais especializadas em relações de consumo é possível achar dezenas de reclamações sobre a venda do mesmo produto e sobre a parceria dessas empresas em outras ofertas. No site Reclame Aqui, as denúncias de usuários contra essa parceria já renderam o terceiro lugar no ranking de empresas recém-cadastradas com mais reclamações. (http://www.reclameaqui.com.br/ranking/

Outros casos – Não é a primeira vez que o relações-públicas de Brasília adota essa estratégia. “Em 2010, a GVT se negou a realizar a minha portabilidade numérica. Tive acesso às informações dos diretores da empresa em Curitiba/PR, liguei pra casa de alguns, expus o problema de forma educada e no dia seguinte tive o meu direito assegurado. Quando incomodamos quem dirige uma empresa dessas, as pessoas passam a respeitar os nossos direitos”, comenta.