O combate aos incêndios na região da Serra do Amolar, no Pantanal sul-mato-grossense, segue mobilizando esforços de brigadistas e órgãos ambientais. Localizada no extremo noroeste do Mato Grosso do Sul, em área pertencente ao município de Corumbá, a serra enfrenta um dos momentos mais críticos do ano com focos ativos de fogo e difícil acesso às frentes de combate.
A operação, que ocorre por via terrestre e aérea, é coordenada por Marco Yule, do Prevfogo/Ibama em MS, e Manoel Garcia, coordenador da Brigada Alto Pantanal. As equipes contam ainda com o apoio da Brigada Uberaba, atuando em terrenos acidentados e com grande presença de ribanceiras, o que torna o trabalho ainda mais perigoso.
Na terça-feira (2), o combate foi intensificado. Segundo relato da coordenação da Brigada Alto Pantanal, duas equipes foram inseridas na linha de frente às 6h da manhã com o apoio de um helicóptero. Duas aeronaves Caravan da Defesa Civil também atuaram despejando água em pontos estratégicos. No entanto, a mudança repentina na direção dos ventos agravou a situação. “As chamas cresceram, e com a virada do vento tivemos que buscar os brigadistas para garantir a segurança”, informou a coordenação.
De acordo com os relatos dos combatentes, o terreno torna o trabalho ainda mais exaustivo. “É arriscado por causa das pedras soltas nas regiões de ribanceira. Nas descidas, é muito fácil escorregar”, disse um brigadista. No dia 1.º, equipes percorreram mais de um quilômetro em combate direto ao fogo, enfrentando calor intenso, fumaça e obstáculos naturais.
Manoel Garcia destacou os principais desafios enfrentados no campo. “O trabalho é distante, o terreno tem muita folha seca, árvores caindo e morraria. O apoio aéreo é fundamental. Está cansativo, mas seguimos na luta para salvar o Pantanal”, afirmou.
Outro brigadista resumiu o espírito de resistência da equipe. “O combate está difícil, mas seguimos sempre em frente.”
A Serra do Amolar é uma área de preservação ambiental localizada a aproximadamente 900 metros acima do nível do mar. O acesso até o local leva cerca de oito horas de barco a partir de Corumbá. Esse isolamento geográfico, combinado às características do relevo, torna o combate às chamas ainda mais complexo.