Um flagrante na tarde desta quarta-feira (16) escancarou a situação precária de parte da frota do transporte público de Campo Grande. Dois ônibus foram vistos em situação de reboque.
O ônibus de prefixo 1260, com 14 anos de fabricação (ano 2011), foi flagrado sendo guinchado pelo veículo 1211, fabricado em 2013 (12 anos de uso), na Avenida Eduardo Elias Zahran, esquina com a Avenida Três Barras.
Segundo a página Ligados no Transporte, relatos de testemunhas afirmam que o ônibus rebocado apresentava um barulho alto, indicando possíveis peças soltas ou problemas mecânicos significativos.
A cena reforça a percepção de muitos usuários de que veículos com idade avançada ainda operam normalmente nas linhas da cidade, contrariando o que seria esperado para um serviço de transporte público de qualidade.
A reportagem do Jornal Midiamax questionou o Consórcio Guaicurus, concessionária responsável pelo transporte público em Campo Grande, sobre o incidente. Buscamos informações sobre o problema técnico que impossibilitou a circulação do ônibus 1260 e qual a previsão para que veículos com essa idade continuem em operação.
Até o momento da publicação desta matéria, o Consórcio Guaicurus não se manifestou sobre o ocorrido. O espaço segue aberto para um posicionamento oficial da empresa.
Idade da frota fere contrato
Embora o contrato de concessão do transporte público em Campo Grande estabeleça que a média de idade da frota deve ser de até 5 anos, a realidade observada nas ruas da cidade aponta para um cenário bem diferente, com muitos ônibus visivelmente desgastados e antigos.
Em nota enviada anteriormente à redação do Jornal Midiamax, a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) explicou que existe uma tolerância para a idade máxima dos veículos: 15 anos para articulados e 10 anos para os demais. O contrato de concessão, no entanto, prevê uma média de 5 anos, com essa tolerância como um limite máximo.
Os dois veículos envolvidos no flagrante desta quarta-feira já ultrapassaram essa tolerância, por não serem articulados, possuindo entre 12 e 14 anos de fabricação.
CPI em andamento na Câmara Municipal
A situação do transporte público em Campo Grande é alvo de investigação na Câmara Municipal por meio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Consórcio Guaicurus. A CPI foi instaurada em 18 de março de 2025, após a apresentação de dois requerimentos de vereadores que apontavam para o possível descumprimento do contrato de concessão de 2012, devido a denúncias de má prestação de serviços e a utilização de veículos em mau estado de conservação.
A Procuradoria Jurídica da Câmara deu parecer favorável à instauração da CPI, entendendo que ambos os requerimentos abordavam os mesmos fatos determinados. A comissão tem como objetivo investigar as irregularidades no serviço de transporte coletivo urbano prestado pelo Consórcio Guaicurus e buscar soluções para os problemas enfrentados pelos usuários.
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