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Cotidiano

Viagens para MS crescem 92%, mas dentro do Estado maioria não tem condições de viajar

Número de pessoas que escolheram o Estado como destino turístico subiu em 92% nos últimos três anos
Lethycia Anjos -
Ecoturismo é potencialidade de MS ( Acervo, Fundtur)

Entre 2021 e 2024, Mato Grosso do Sul registrou um aumento de 92,6% no número de pessoas que escolheram o Estado como destino turístico. Apesar da alta, para muitos sul-mato-grossenses viajar continua sendo um sonho distante, em 77,7% dos domicílios não houve nenhuma viagem no período.

Os dados são da PNAD Contínua Turismo 2024, divulgada nesta quinta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). A pesquisa, feita em parceria com o Ministério do Turismo, mede os fluxos de turistas nacionais entre diferentes regiões do país e também para o exterior. Nas edições anteriores, de 2020 e 2021, foram levantados ainda os gastos e características das viagens, associados ao rendimento domiciliar per capita.

Dinheiro é principal obstáculo para quem quer viajar

Rodoviária de Campo Grande (Henrique Arakaki, Midiamax)

Em 2024, a pesquisa revelou que em 797 mil domicílios sul-mato-grossenses não houve viagem (77,7%). Em 258 mil deles, os moradores declararam desinteresse, falta de necessidade ou outro motivo. Por outro lado, em 539 mil domicílios, a demanda por viagens foi reprimida por limitações financeiras, de tempo, saúde ou por outras prioridades.

Entre os que tinham intenção de viajar, a falta de dinheiro apareceu como principal obstáculo, atingindo 35,5% dos entrevistados. Isso representa 283 mil famílias que não viajaram por restrições financeiras. Outros 176 mil domicílios (22,1%) relataram falta de tempo como barreira, enquanto 199 mil (25,0%) afirmaram não ver necessidade em realizar viagens no período analisado.

83,8% das viagens tinham finalidade pessoal

Entre as viagens realizadas em Mato Grosso do Sul, 64,4% tiveram como objetivo o lazer ou a participação em eventos com familiares e amigos. Em termos gerais, a pesquisa mostra que a grande maioria das viagens no Estado ocorreram por demanda pessoal:

  • 2020 – 83,8%
  • 2021- 82,1%
  • 2023 – 85,9%
  • 2024 – 82,7%

Ao detalhar os dados, a pesquisa revela mudanças no principal motivo das viagens ao longo dos anos. Em 2020, 21,1% foram para lazer e 53,3% para visitas ou eventos familiares. Em 2021, os percentuais ficaram próximos: 22,7% e 47,4%, respectivamente. Já em 2023, o cenário mudou: as viagens de lazer cresceram para 31,4%, enquanto as visitas a familiares e amigos recuaram para 36,9%.

Em contrapartida, em 2024, a tendência se inverteu. As viagens a lazer representaram 25,1% do total, enquanto as visitas ou eventos com familiares e amigos subiram para 39,3%.

Aeroporto de Campo Grande, viagem voo (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)
Avião decola no Aeroporto de Campo Grande. (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Carro lidera preferência na transporte para viagens

De 2020 a 2021, período marcado pela pandemia de Covid-19, os sul-mato-grossenses priorizaram meios de transporte não coletivos, como carros particulares ou de empresa. Conforme a pesquisa, 70,3% das viagens ocorreram em 2020 e 62,1% em 2021, percentuais superiores ao de 2023 (60,8%). Já em 2024, a participação voltou a crescer, alcançando 63,8%.

As viagens de avião registraram uma oscilações no período. Em 2020 o transporte aéreo representou 8,2% das viagens, em 2021 chegou a 10% e atingiu 11,5% em 2023. No entanto, em 2024 houve queda para 9,2%. Já as viagens de ônibus de linha cresceram, passando de 8,4% em 2023 para 10% em 2024.

Procura por MS sobe 92,6%

turismo bicicleta divulgação (1)
Imagem ilustrativa. (Divulgação, Prefeitura de Campo Grande)

Somente em 2024, 262 mil pessoas escolheram Mato Grosso do Sul como destino de viagem. O número representa uma alta de 6,1% em relação a 2023 (247 mil) e de 92,6% quando comparado a 2021 (136 mil). Apesar do crescimento expressivo, os números ainda não superam os de 2019, período pré-pandemia, quando o Estado recebeu 288 mil visitantes.

O levantamento mostra ainda que as viagens por motivos pessoais tiveram forte crescimento nos últimos anos. Em 2024, Mato Grosso do Sul foi destino de 219 mil pessoas nessa categoria, aumento de 9,5% em relação a 2023 e de 106,6% em comparação com 2021.

No ranking nacional, São Paulo aparece como o estado mais procurado pelos viajantes brasileiros, com 21,2% do total. Na sequência aparecem Minas Gerais (11,4%), Bahia (9,5%), Rio de Janeiro (6,6%) e Rio Grande do Sul (6,5%). Mato Grosso do Sul ficou em 19º lugar entre os destinos mais visitados do país.

Gasto médio dos visitantes

pantanal
Safári no Pantanal (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

O gasto total com viagens que tiveram pernoite no Brasil alcançou R$ 22,8 bilhões em 2024. Mato Grosso do Sul respondeu por 1,1% desse valor, equivalente a R$ 254,5 milhões, ocupando a 19ª posição entre as Unidades da Federação. São Paulo liderou o ranking, com 19,3% do total, enquanto o Acre registrou o menor volume de gastos (R$ 18,36 milhões).

No Estado, os visitantes têm investido valores cada vez maiores nas viagens com pernoite desde 2021. O gasto médio em Mato Grosso do Sul era de R$ 1.449 em 2020, mas caiu para R$ 1.422 em 2021 e subiu para R$ 1.514 em 2023. Em 2024, alcançou R$ 1.761, maior valor da série. Entre os estados do país, MS ficou com o 10º maior valor. O Ceará liderou (R$ 3.006), seguido pela Bahia (R$ 2.711). O menor gasto foi registrado em Rondônia (R$ 930).

No recorte per capita, os visitantes de Mato Grosso do Sul gastaram em média R$ 262 em 2024, valor 25,3% superior ao de 2021. O gasto diário médio no país foi de R$ 268, com destaque para Alagoas (R$ 366) e Distrito Federal (R$ 362) nos maiores valores. Já os menores foram observados no Acre (R$ 88) e no Amapá (R$ 158).

Assim como no gasto médio total, o valor per capita diário em Mato Grosso do Sul também apresentou crescimento consistente desde 2021.

Procura aumenta, mas número de pernoites é o menor da série histórica

Quarto duplo em Hotel (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Em 2024, os visitantes que escolheram Mato Grosso do Sul permaneceram, em média, 6,1 diárias no Estado, número inferior à média nacional (6,9) e o sexto menor entre as Unidades da Federação. O maior tempo médio de permanência foi registrado no Piauí (14,8 diárias), seguido do Amazonas (13,8). Já os menores índices compreendem o Rio Grande do Sul (5,5) e de Sergipe (5,6).

No caso de MS, a queda no tempo de estadia é consistente, a média de 6,1 diárias em 2024 representa redução de 21,6% em relação a 2020 (6,9), além de quedas sucessivas nos anos seguintes, 6,8 em 2021 e 6,2 em 2023.

Em relação à hospedagem, a casa de parentes ou amigos apareceu como a opção mais frequente em 2024, cerca de 45,2% das viagens. O percentual, porém, tem caído ao longo do tempo. Em 2023, ficou em 47,1% e, em 2020, de 54,6%.

Na sequência, apareceram os hotéis, resorts ou flats como segunda opção de hospedagem mais utilizada, o que representa 20,1% das viagens no Estado em 2024.

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