Usuários do transporte coletivo de Campo Grande começaram a ser ouvidos em audiência pública da CPI dos Ônibus na tarde desta quarta-feira (25), na Praça Ary Coelho. Para garantir que os interessados possam participar, uma unidade móvel de transmissão da TV Câmara está estacionada próxima ao PegFácil localizado na Rua 15 de Novembro, quase esquina com a Rua 14 de Julho. A audiência acontece das 13h às 17h.
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Das pessoas que se inscreveram antecipadamente, quatro já estão na Praça e começam a ser ouvidas pelos vereadores que compõem a Comissão. Três delas são cadeirantes e afirmaram que aproveitaram para pontuar todas as falhas estruturais dos ônibus do Consórcio Guaicurus que as impossibilitam de trafegar pela cidade com segurança e dignidade.
“Eu uso o transporte público pelo menos três vezes por semana, toda segunda, quarta e sexta, para ir ao hospital fazer transfusão. Às vezes o transporte está bom, às vezes o transporte está uma ‘bênção’. Sem falar que já caí do ônibus, porque a plataforma estragou comigo na frente da Santa Casa”, lamenta Paulo Franquini, de 40 anos, usuário das linhas 413, 085, 086 e 412.
“A sugestão que dei é que, já que vai ter que comprar ônibus novo, compra um de plataforma baixa, com rampa de acesso. Se estragar a plataforma, um serralheiro arruma, muito mais fácil e barato. Em Niterói, por exemplo, o ônibus, além de ser de plataforma baixa com rampa de acesso, tem ar-condicionado, coisa que não existe aqui em Campo Grande” pontua.

Atrasos e falta de acessibilidade
Creonides Lourenço, de 59 anos, também é cadeirante e chegou na 1ª hora de audiência para garantir sua participação. Vendedora ambulante, a usuária do transporte coletivo depende exclusivamente dos ônibus para se locomover até os locais de trabalho. Ela lamenta que em Campo Grande os usuários estejam reféns de um transporte precário e de pouca acessibilidade.
“Chega no ponto, espera ônibus, chega, mas não está funcionando. Espera o próximo, acontece o mesmo. Chega o terceiro, talvez você consiga embarcar. Além disso, tem ônibus que só tem espaço para um cadeirante. E se dois querem embarcar? É uma decepção! A gente tem hora pra tudo, pra ir, pra voltar, e estamos cansados desse descaso”, pontua. “Espero que seja resolvido o problema, que não fique só na conversa, tem que agir. É um empurra-empurra, mas tem que resolver”, frisa.

Tarifas caras para o serviço oferecido
A diarista Marina Anunciação da Silva, de 61 anos, estava aguardando um ônibus na Praça Ary Coelho quando foi abordada por uma equipe da Câmara e convidada a participar da audiência pública. Sem pensar duas vezes, aceitou.
Para ela, é inconcebível que o usuário tenha de pagar tão caro por um serviço precário. Ela, que mora no Bairro Moreninha 3 e depende das linhas 061 e 062, vê toda a situação como um descaso ao trabalhador campo-grandense.
“Na maioria das vezes, o ônibus quebra no meio do caminho e atrasa. Se chove, é melhor você ficar lá fora do que dentro do transporte. A qualidade do nosso transporte aqui é péssima! Por exemplo, final de semana, nós não temos o expresso, ou seja, ficamos esperando por horas em ponto de ônibus. Pagamos caro por isso”, explica.
“Eu acho que tinha que ter outra empresa, como tinha antigamente, pra gente ter opções, não só esse Consórcio Guaicurus. Agora, por exemplo, você não tem opção. Eu estava esperando o 061 e tem que ser ele. Ou é ele, ou é ele, entendeu? Tem que esperar, eu não tenho outra opção pra ir até a minha casa, nem que demore 40, 50 minutos”, acrescenta.

Audiência pública
Qualquer usuário do transporte coletivo pode participar da audiência pública da CPI dos Ônibus, que acontecerá até as 17h. Para isso, basta comparecer ao Plenário Oliva Enciso, na Câmara de Vereadores de Campo Grande, ou na Praça Ary Coelho, no Centro da Capital.
Os depoimentos são transmitidos ao vivo, no canal do YouTube da Câmara de Campo Grande. Clique aqui para assistir.
Como serão usados os depoimentos?
A vereadora Luiza Ribeiro (PT), destacou que os participantes entram como testemunhas na CPI. “Desta vez, as pessoas que serão ouvidas pela CPI, só desta vez, não serão as que poderão ser julgadas pela CPI neste relatório que vamos apresentar, porque não são prestadores de serviço e nem responsáveis pelo serviço municipal de transporte”.
Assim, destacou que os depoimentos serão anexados como usuários do transporte. “Sua contribuição será lançada no nosso relatório como testemunha que usa o transporte público em Campo Grande”, disse.
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