Lizeth Alizate, tutora do pequeno Duck, um pitbull monster bully, denuncia uma clínica veterinária de Campo Grande após complicações no pós-operatório para nivelamento de platô. O procedimento é indicado para correção de ruptura de ligamento cruzado cranial. O objetivo é restaurar a estabilidade do joelho e evitar a progressão da artrose. Entretanto, o animal sofreu fratura em quatro partes e infecção óssea.
Segundo ela, no dia 2 de janeiro deste ano, o pitbull apresentou o rompimento do ligamento e o joelho deslocado. A cirurgia na clínica foi realizada no dia 8 de janeiro. A internação no pós-operatório seria complexa e longa. Horas após o procedimento, a tutora diz que notou a pata em formato estranho, mas a equipe teria esclarecido que seria normal, pela pressão que a roupa pós-cirúrgica faz.
A tutora relata que percebeu uma secreção anormal um dia após o procedimento, e que seria necessário um exame de hemograma por causa do inchaço. No dia 13 de janeiro, seis dias após a cirurgia, teria sido identificada uma fratura na região. Duck teria passado por outros três procedimentos após a complicação.
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No dia 17, a tutora teria conversado com um advogado da clínica e outros funcionários. Ela teria sido orientada a assinar um documento que declarava ciência de “que as complicações posteriores — pelo que foi esclarecido — decorrem da própria cirurgia e não da sua estadia na clínica […], estando isenta de qualquer responsabilidade relativa ao ocorrido”, diz o documento, que ela se recusou a assinar.
Em conversas por WhatsApp no dia 23 de janeiro, o veterinário responsável teria relatado que o cão já não estaria mais com infecção, e que seria necessário o apoio de uma veterinária fisioterapeuta e o uso de um fixador externo, o Ilizarov.
Insatisfação com a clínica
Lizeth narra que exames confirmaram a infecção óssea no dia 31 de janeiro e, então, decidiu retirar o cachorro da clínica e registrou um boletim de ocorrência. A veterinária ortopédica da clínica enviou uma mensagem por aplicativo ressaltando que o pitbull não havia recebido alta e que a responsabilidade pelas complicações após esse fato seria da tutora.
“Não concordamos em alguns pontos e, em outros, a senhora está equivocada. A cultura demora alguns dias para sair. Enfim, disponibilizamos fisioterapia, nutricionista e todos os exames que ele precisou”, diz a mensagem.
A profissional também relata que uma nova radiografia estava marcada para inserir o fixador. Ela continua: “Retirar o animal sem alta é abandonar o tratamento, embora a senhora ache outra coisa. O abandono sem encaminhamento e sem uma reavaliação minha caracteriza a descontinuação (abandono) do tratamento. Logo, não é mais responsabilidade minha nem da clínica o que se sucederá.”
“É mentira que eles me deram suporte com nutricionista. Eu que levei ela, precisei de uma dermatologista e uma endocrinologista. Não fizeram absolutamente nada, só passaram contato. Deram medicamento de uso contínuo errado. A alimentação foi fornecida em quantidade menor que a prescrita e proibiram a entrada de alimentação.”

Duck está estável
A tutora do pitbull também alega que pagou R$ 3,6 mil pelo atendimento; entretanto, não recebeu nota fiscal. Duck está em tratamento em outra clínica, com quadro estável.
“Ortopedicamente é um desafio que não sabemos o que vai acontecer. As fraturas, depois de 4 meses, não fecharam nada. Ele tem calo fibrótico que permite apoiar a pata. O processo está lento, já que ele passou por muitas coisas em 24 dias, o que complicou todo o sistema dele.”
Lizeth é confeiteira, mas precisou parar a produção diária para se dedicar ao cão. “Estou iniciando o delivery do doce em casa. Duck não pode ficar sozinho. Os responsáveis pelo ocorrido continuam sua vida como se nada tivesse acontecido. Eu quero que as pessoas entendam que eles (animais) têm sentimentos, que não é um animalzinho, que é um membro da família. A voz deles somos nós. Quero justiça pela falta de ética, respeito e dor que temos passado.”
O que diz a clínica?
O Jornal Midiamax procurou a clínica citada pela tutora, e a advogada que representa a empresa informou que o animal foi internado na clínica em janeiro deste ano, a pedido do Dr. Tales, ortopedista contratado diretamente pela tutora, sem vínculo com a clínica. A instituição apenas forneceu o centro cirúrgico e ficou responsável pela internação e cuidados pós-operatórios, com acompanhamento do cirurgião.
Foi informado que Duck tem várias comorbidades, como sobrepeso e problemas endócrinos e dermatológicos, que aumentaram os riscos da cirurgia e que a tutora foi previamente informada das possíveis complicações. Após a cirurgia, houve uma lesão decorrente do quadro clínico do animal, exigindo uma nova intervenção cirúrgica pelo mesmo profissional.
“A clínica durante todo esse período efetuou tudo que estava ao seu alcance para promover a melhor recuperação do Duck, inclusive fornecendo profissionais diversos para a melhor recuperação em conjunto com o cirurgião responsável. Salientamos que esse veterinário não faz parte do corpo clínico da minha clínica. A nossa parte foi prestar a assistência referente a internação”, afirmou a empresa.
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