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Cotidiano

Trabalhadores da madrugada compõem sinfonia silenciosa nas ruas vazias de Campo Grande

Conheça a história de trabalhadores que, durante a madrugada, enfrentam cansaço, sono e solidão para manter Campo Grande em movimento
Murilo Medeiros -
Por volta de 4h30 da manhã, trabalhadores dos Correios já preparam as encomendas do dia. (Foto: Madu Livramento, Jornal Midiamax)

“Campo Grande continua sendo uma cidade que dorme depois da meia-noite até as 6h da manhã”, diz o taxista Keller Sathler, de 72 anos, morador da cidade desde 1990. Ele está certo. O movimento cai significativamente após as 21h nos dias úteis. Por volta de meia-noite, é possível dirigir sozinho em ruas e avenidas que, durante o dia, amargam trânsito intenso. Contudo, dormir cedo não é sinônimo de não funcionar.

Uma parte quase invisível de Campo Grande mantém-se acordada, assim como as corujas, enquanto o escuro protagoniza o céu da Cidade Morena. São trabalhadores que, enquanto a maioria repousa, movimentam engrenagens e mantêm a cidade em movimento. São compositores anônimos de uma sinfonia silenciosa — e que preparam a sonolenta cidade para o dia que em breve vai começar.

Caminhar pela Avenida Afonso Pena na madrugada de uma quarta-feira é quase como entrar num mundo paralelo. Bancos e mercados calados. Ninguém corre para atravessar nos últimos segundos do semáforo. As ruas desertas refletem apenas a luz amarelada das vitrines e os semáforos, junto ao vento balançando as árvores, após uma daquelas chuvas rápidas da madrugada. 

Ouve-se pouco, quase nada. O silêncio impera, mas ouvidos atentos conseguem escutar ruídos de uma cidade que segue viva e que em muito se diferencia de quando o sol ressurge. Da Praça do Rádio Clube, localizada às margens da via mais famosa de Campo Grande, Keller Sathler tem olhos atentos à cidade enquanto espera, na companhia de mais dois colegas de profissão, aparecer uma corrida.

Taxista há 46 anos, Keller sempre preferiu as madrugadas para trabalhar, mesmo quando ainda atuava como bancário em horário comercial. Diz conhecer a cidade melhor que muito guia de turismo. Gentilmente, compartilha a rotina com a reportagem: entra no carro às 18h e volta para casa só às 6h. Para isso, dorme de manhã, acorda para almoçar às 11h e depois volta ao que chama de “sono da vingança”. Como bebê, Keller descreve, adormece à tarde enquanto todo mundo trabalha. E segue acordado quando a cidade dorme.

‘À noite, todo mundo é feliz’

Para o taxista, o serviço à noite não é obrigação, é escolha, seja pelo clima mais ameno, seja pelo tráfego tranquilo ou o estado de espírito dos clientes.

“O passageiro do dia tem muitos problemas: se for estudante, quer que vá de ré para pensar que está voltando. Se for idoso, está indo ao laboratório tirar sangue. Se estiver em idade laborativa, já sai de casa trabalhando, pensando o que está na gaveta, o que tem no arquivo, qual telefonema tem que dar… À noite, não. Nesse horário, todo mundo é feliz, e eu gosto de lidar com gente feliz”, diz Keller, com o sorriso aberto e os cabelos brancos de quem aprendeu o que sabe observando e ouvindo.

Quando o relógio marca para lá de 20h, os passageiros campo-grandenses procuram destinos comuns, calcula o taxista: uns vão para festas e baladas, alguns para encontros românticos e outros para o aeroporto, já com a mente lançada na viagem dos sonhos. “Ninguém está de mau humor”, diz Keller. Talvez, o sorriso fácil aos 72 anos ajude a manter a felicidade de quem tem a sorte de entrar no táxi dele.

Do espelho do carro, vê-se a calmaria das ruas de Campo Grande na madrugada. (Foto: Madu Livramento, Jornal Midiamax)

Trabalho noturno exige sacrifício

Enquanto ele observa Campo Grande da perspectiva do volante do carro, entre um passageiro e outro, Evandro Ferreira, porteiro de 42 anos, vive o contraponto: a poesia da noite silenciosa e solitária em um comercial nos altos da Afonso Pena. 

O trabalho noturno, nesse caso, é também sacrifício de quem não pôde abandonar o posto nem para ver o primeiro filho nascer.

“Eu fiquei desesperado. A esposa, grávida, entrou em trabalho de parto na madrugada. Eu não podia sair da portaria, não podia deixar o condomínio sozinho. Tive que ligar para o Samu, todo um desespero. Foi muito complicado ficar ouvindo ela chorar e não poder sair, muito difícil ter que aguentar aquilo”, conta Evandro, nascido no estado de Pernambuco e campo-grandense de coração desde 2001. 

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Médicos, enfermeiros e socorristas — também trabalhadores noturnos — entraram em ação para suprir a falta do porteiro, que não podia ajudar a esposa naquele momento de aflição e, ao mesmo tempo, alegria. Foi só às 6h que Evandro conseguiu correr ao hospital, abraçar a mulher e conhecer o bebê.

Cansaço, privação de sono e falta de momentos com a família geram estresse e impaciência para o porteiro. “A maioria dos colegas, inclusive eu, separei do meu segundo casamento por conta do trabalho à noite. A família sente muita falta”. Evandro chega a sentir a boca ficar amarga e ter dificuldade de pensar nos momentos mais estressantes da rotina. “A família janta junto, fica junto, mas eu não”, lamenta. 

Ele ainda reconhece, por outro lado, que gosta do silêncio da madrugada. “Dá para estudar, ler, ouvir um audiobook e pensar”, diz Evandro. No entanto, o desgaste à saúde é outro ponto que o leva a pensar em, um dia, quem sabe, mudar para uma vida exclusivamente diurna.

‘Um salário melhorzinho’

Toda essa labuta vale a pena para Evandro porque — além de acumular outro serviço, diurno, para complementar renda — só assim o porteiro garante o adicional noturno que ajuda a sustentar a esposa, os três filhos e ele. “O salário do dia é muito pouco. A gente que trabalha à noite tem um salário melhorzinho”. Os patrões devem desembolsar 20% a mais por cada hora trabalhada entre 22h e 6h, para seguir a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

E tem mais: “Cada hora de trabalho não é computada como 60 minutos cheios. É considerada uma hora quando completa 52 minutos 30 segundos”, explica a advogada Camila Marques, especialista em Direito do Trabalho. A lei estipula esses benefícios para compensar o desgaste psicológico e físico da rotina de horários invertidos.

Darlan , de 28 anos, sonhava em ser militar, mas foi dispensado e tentou encontrar um ofício parecido. Tornou-se vigilante noturno há pouco mais de um ano. “O adicional no salário também ajuda bastante”, reforça. No caso de seguranças e vigilantes, o percentual de aumento por hora é geralmente superior a 20%, por conta de convenções coletivas, destaca Camila Marques.

Darlan Miranda em frente ao colégio onde trabalha. (Foto: Madu Livramento, Jornal Midiamax)

‘Trabalhar de dia só quando construir família’

Das 19h às 6h, ele cuida de um colégio na Avenida Mato Grosso, uma das principais vias da Capital. A escala de trabalho é 12 por 36, ou seja, 12 horas contínuas de trabalho, seguidas de 36 horas de merecido descanso. Em bom português, dia sim, dia não. 

Assim, Darlan — no alto de sua juventude — não é atrapalhado pelo sono acumulado e consegue viver uma vida normal durante as folgas, dormindo à noite. No entanto, ele reconhece que não há relógio biológico que aguente o inevitável cansaço em longo prazo.

“Eu penso em mudar para o diurno, mas só bem lá para frente. Caso eu venha a construir uma família, aí vou precisar estar mais presente de dia”, explica. A mudança de turno tem uma ocasião marcada: quando vier o primeiro filho. A data exata, contudo, ele não sabe. A única certeza é o local, porque o vigia quer aprofundar as raízes na cidade natal, a Cidade Morena. “Já tentei morar em outros lugares, mas não me acostumei. Eu gosto daqui”.

‘Esse horário foi minha salvação’

Colega de profissão de Darlan, Luana Carolina Ferreira, de 30 anos, escolheu amar Campo Grande. Ela nasceu na beira da praia, no estado do , e depois mudou-se para o Acre, até chegar a em 2005, quando a Capital era 20 anos mais jovem. “Eu sou campo-grandense”, diz, orgulhosa.

A escala de trabalho da vigia, que cuida de uma ONG (organização não governamental) na Avenida Ernesto Geisel, é 6 por 1. Luana trabalha de segunda-feira a sábado, das 22h às 6h. Temido por muitos, o modelo de serviço com apenas um dia de descanso semanal foi a “salvação” da mãe solo de uma menina de 11 anos.

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“Não tenho nenhuma vontade de mudar de turno, nem de horário. Antes, eu entrava às 18h e saía às 6h. Para mim, era muito corrido por conta da minha filha. Quando eu assumi esse posto, foi uma bênção, uma maravilha. Dá para eu me organizar totalmente de dia, passo praticamente o dia todo com ela e, à noite, estou aqui”.

No maior estilo ‘quem quer dá um jeito’, Luana faz questão de garantir que não perde nenhum momento com a pequena. Sai de casa às 21h e deixa a filha na casa da avó e, depois das 6h, leva a menina todo dia para a escola. “Ou seja, eu perco só o sono dela”, conta, sorrindo, ao falar da filha.

Para tudo dar certo, é preciso contar que o trânsito colabore e ande com pressa. “Domingo eu saio daqui 6h da manhã e vou tranquila, porque não tem ninguém na rua. Agora, na segunda-feira, é horário de pico”, diz Luana. A Avenida Ernesto Geisel, segundo ela, já foi mais turbulenta, mas agora tem menos acidentes e trânsito muito reduzido entre 22h e 6h.

Desafio do sono

Com uma caneca de café amargo e sem açúcar na mão, ela conta que sempre foi uma pessoa noturna. Antes de ser vigia, era motoentregadora até 2019, também nas madrugadas. “Não tenho problema com o sono, o corpo acostuma. O problema, na verdade, é para dormir na folga. Você está acostumado a ficar acordado à noite e, quando vai dormir nesse horário, estranha”. 

No único dia livre para descansar, ela dorme um pouco, acorda, não consegue mais pegar no sono, dorme de novo e acorda outra vez… Quando precisa ir trabalhar, Luana conta com a ajuda da fiel companheira de 11 anos. “Mãe, se você não levantar agora, a senhora vai perder o horário”, diz a menina, ao despertar a mulher por volta de 21h. 

Já durante o expediente, o sono bate mais forte quando já é quase hora de voltar para a cama. “Entre 4h e 5h da manhã. Passou esse horário, não tenho sono mais”, conta Luana. É justamente nesse momento que outro ajudante entra em cena: o café.

Avenidas viram pista de corrida

Os vigias Luana e Darlan compartilham uma preocupação em comum. Cada vez mais, veem pessoas em situação de rua vagando pelas vias de Campo Grande. “Muitos passam, me veem e pedem água”, diz a mulher. Darlan afirma que eles só ‘somem’ da Avenida Mato Grosso e das Ruas 13 de Maio e 14 de Julho quando chove ou faz frio. “Mas eles já são conhecidos, sabe? Não passa andarilho novo, a gente já conhece, porque são os que moram por aqui”, relata.

Neste ano, pelo menos três moradores de rua morreram atropelados na Capital, sempre de madrugada. E isso acontece, em grande medida, porque as vias largas de Campo Grande, junto à calmaria no trânsito a partir das 22h até as 6h, transformam avenidas em verdadeiras pistas de corrida para os motoristas imprudentes.

“Vermelho é ‘pare’. Verde é ‘pare e olhe’ também, porque pode ser que alguém venha e passe por cima de você”, alerta o taxista Keller Sathler sobre os cuidados necessários na Afonso Pena de madrugada, principalmente nos fins de semana. Por outro lado, a visibilidade também aumenta para quem quer dirigir com segurança. “Daqui [Afonso Pena com Pedro Celestino] já dá para ver na Padre João Crippa se está vindo alguém ou não”, completa.

Para o taxista Keller Sathler, luz verde em semáforos da Afonso Pena também significa ‘pare’. (Foto: Madu Livramento, Jornal Midiamax)

Outro perigo da madrugada campo-grandense são os buracos nas ruas. Se à luz do dia é difícil escapar das crateras, à noite, é ainda pior. “Se chover, então… Aí tem que ser mágico para descobrir que tem um buraco debaixo daquela pocinha d’água”. O Centro, onde ele mais trabalha, ainda escapa da buraqueira, mas quem dirige pelos bairros está fadado a cair em um.

‘Campo Grande é uma mãe cuidadosa’

Entre 4h e 5h, saem às ruas quem precisa deixar tudo pronto para de manhãzinha. Padeiros, motorista de transporte coletivo, garis e trabalhadores dos Correios passam a circular por Campo Grande rumo a mais um dia no serviço. É nessa hora que o porteiro Evandro Ferreira tem a sorte de ver um espetáculo natural, ao vivo, do alto e de graça.

“Já tive a oportunidade de subir no telhado do condomínio e apreciar Campo Grande de cima, com vista para o Parque das Nações. É lindo, muito lindo. É maravilhoso escutar pássaros viajantes, amanhecendo o dia, cantando… Campo Grande é maravilhosa”, conta Evandro.

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Depois de sair de Pernambuco, aos 17 anos, ele passou por São Paulo, mas parou aqui. A relação do homem e a cidade é tão profunda, que, se o Brasil é a Pátria, Campo Grande só pode ser Mátria. “Eu diria que é uma mãe cuidadosa, que cuida dos seus filhos enquanto dorme. As pessoas não percebem a beleza que tem essa cidade”. 

Se não percebem, é porque não enxergam. Poucos têm o privilégio de assistir ao que o porteiro descreve no amanhecer:

“Arara cantando, bem-te-vi cantando. Chega a parecer que estou em uma fazenda, num paraíso. Sabe aquela mãe cuidadosa, no interior da fazenda, do sítio, que cuida de todo mundo com carinho? É isso. Eu vejo a mãe despertando os filhos para um novo começo. Durante o dia, vocês não percebem a beleza que é essa cidade.”

Memórias de um velho taxista

Keller Sathler (à esquerda) sorri ao lado dos colegas de uma lanchonete na Avenida Afonso Pena. (Foto: Madu Livramento, Jornal Midiamax)

Também foi mais ou menos nesse horário, já quase nascendo o dia, que eu encontrei Keller Sathler, tomando café com amigos taxistas, em uma antiga banca de revistas, agora lanchonete, na esquina da Afonso Pena com a Pedro Celestino. 

Mineiro de Belo Horizonte, ele veio à Capital de MS há 35 anos, atraído pelo clima ameno, e surpreendeu-se ao ver que as ruas da cidade — à época, com 91 anos de idade e pouco mais de 500 mil habitantes — eram lavadas de madrugada, com dois caminhões. Um passava jogando água e o outro esfregava.

De lá para cá, Keller descobriu uma Campo Grande arborizada, de ar fresco e puro, ruas largas e limpas e água potável de qualidade. Ele diz que já assistiu à Capital deteriorar-se e reconstruir-se com o passar dos anos, mas nunca mudou de ideia: não deixa a cidade nunca mais. “Campo Grande ganhou meu coração, adoro viver aqui”.

Campo Grande desperta

Às 5h30, o dia já clareou. Enquanto converso com Keller, meu celular começa a entoar uma música instrumental e interrompe a entrevista. “Pode atender”, diz ele. Ao que eu respondo: “Não, é o despertador. Chegou minha hora de acordar”, esclareço, arrancando mais um sorrisão do taxista. 

Neste momento, boa parte da cidade parece já ter despertado também. O ‘escuridéu’ que tomou Campo Grande pelas últimas 11 horas começa a dar lugar à luz do sol, que vem surgindo, ao mesmo tempo, imponente e sutilmente. Vazios, minutos antes, os pontos de ônibus começam a encher de gente que vai trabalhar nas primeiras horas da manhã, na Afonso Pena. 

Quando o semáforo fecha, os veículos já se acumulam na avenida. No começo, só dois ou três. Mais tarde, um pouco mais. E, em poucos minutos, dezenas de motocicletas e carros param em fila, fitando a luz vermelha para depois seguirem, barulhentos, o seu caminho cortando a paz das horas anteriores. 

Tudo isso anuncia que, para a maioria, começa um novo dia. Já para as corujas humanas, que silenciosamente mantiveram o coração da cidade batendo à noite, o dia está próximo do fim, paradoxalmente, junto à chegada da aurora.

Amanhecer do dia na Praça do Rádio Clube, Avenida Afonso Pena. (Foto: Madu Livramento, Jornal Midiamax)

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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