A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que subiu para quatro o número de casos notificados de intoxicação sob suspeita de contaminação por metanol em Mato Grosso do Sul. Até então
O alerta ocorre enquanto a Prefeitura de Campo Grande investiga a morte de um jovem e realiza operações de fiscalização em bares da região central.
Em nota, a SES comunicou que os quatro casos suspeitos em todo o estado estão sob investigação. A pasta orientou que os atendimentos nos estabelecimentos de saúde sigam os protocolos de emergência para intoxicação exógena, com suporte 24 horas do CIATox-MS (Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Mato Grosso do Sul).
O contato para registro das notificações junto ao Centro é o (67) 98179-1369 (ligações, WhatsApp e SMS) ou 0800-722-6001.
Ministro atualiza cenário
Durante coletiva de imprensa em Teresina (PI), o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou na manhã deste sábado (04/10) que já são 127 casos notificados (suspeitos e confirmados) de intoxicação por metanol em 12 estados do país.
Desses, 11 casos já foram confirmados laboratorialmente. De acordo com o chefe da pasta, o aumento recente se deve principalmente ao crescimento das notificações de casos suspeitos, reforçando a vigilância. Por isso, profissionais de saúde estão sendo orientados a notificar casos na primeira suspeita clínica, antes mesmo da confirmação laboratorial.
“Porque além de conduzir melhor o caso, dar o antídoto adequado para salvar a vida, reduzir o risco de sequelas, essa informação, o mais rápido que ela chega, mais rápido a Polícia Civil ou a Polícia Federal podem agir para identificar quem são esses criminosos”, explica.
Padilha ainda destacou que o Ministério da Saúde já adquiriu 4.300 ampolas de etanol farmacêutico e adicionará mais 12.000 ampolas na próxima semana para reforçar o estoque estratégico de hospitais universitários federais e centros de referência em toxicologia.
A Anvisa também divulgou uma lista de 609 farmácias de manipulação capazes de produzir o antídoto.
Foi concluída ainda a aquisição de 2.500 tratamentos de Fomepizol, outro antídoto, de um produtor japonês, por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). A previsão de chegada ao Brasil é ainda esta semana, para distribuição aos centros de toxicologia.
Recomendações
À população, a autoridade de Saúde nacional recomenda evitar o consumo de bebidas destiladas, especialmente aquelas com tampas de rosca, a menos que a origem seja absolutamente comprovada.
O ministro enfatizou que é um produto de lazer, não essencial, e os riscos devem ser evitados.
Já aos comerciantes, o pedido é para que se redobre a atenção na aquisição de produtos, verificando a origem e fornecedores. Em caso de dúvidas sobre o lacre, buscar orientação junto ao Ministério da Agricultura ou às indústrias produtoras.
Operação em Campo Grande
Na Capital, foi deflagrada a ‘Operação Metanol’, pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), na madrugada deste sábado (4), após um paciente morrer na quinta-feira (2) na UPA do Universitário com sintomas que incluem mal-estar, náuseas e dor abdominal intensa.
A suspeita é de que o quadro possa ter sido provocado pela ingestão de bebida alcoólica adulterada.
Em resposta ao caso, a Guarda Civil Metropolitana e fiscais da Vigilância Sanitária fiscalizaram 12 bares na região central de Campo Grande. A operação, que mobilizou cerca de 20 servidores, não encontrou irregularidades nos estabelecimentos visitados e não realizou apreensões.
Amostras da bebida que teria sido consumida pelo jovem foram coletadas e encaminhadas para análise, e um exame toxicológico está em andamento no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para confirmar a causa da morte.
Ainda na manhã deste sábado, 04, uma ação conjunta da Vigilância Sanitária, Procon-MS e da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) fizeram batida para fiscalizar festa eletrônica marcada ocorrer no Autódromo Internacional de Campo Grande.
A preocupação com a circulação de bebidas adulteradas já havia motivado uma ação preventiva do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), levando a 43ª Promotoria de Justiça da Capital a instaurar um procedimento para apurar os riscos da comercialização de produtos com metanol no estado.
O procedimento oficiou associações de supermercados e de bares, além de requisitar informações à própria SES, à Decon (Delegacia do Consumidor) e ao Ministério da Agricultura.
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