Enquanto espera sua oportunidade, o editor de vídeo Sidney Manga segue também a luta para que a pauta da doação de órgãos encontre cada vez mais espaço na sociedade. Sua próxima ação deve acontecer no dia 4 de setembro, quando ele estará na Câmara Municipal de Vereadores de Campo Grande, utilizando a tribuna livre para falar sobre o tema. Sua fala está programada para iniciar às 9 horas.
Durante sua fala, Manga deve abordar a importância da doação e o cenário de Mato Grosso do Sul em relação a outros estados. Segundo ele, sua fala deve incentivar a empatia das famílias no momento da doação.
“Precisamos conscientizar a sociedade sobre a importância da vida. O que parece, às vezes, ser tristeza pela perda de um ente querido, pode ser a solução de várias outras pessoas”, explica. Ele ressalta que um único doador pode salvar a vida de até oito pessoas, demonstrando o poder transformador de um gesto de solidariedade.
Manga também destacará o papel de Mato Grosso do Sul nesse cenário. Ele apresentará dados comparativos sobre o número de transplantes, buscando mostrar como o estado pode se tornar um exemplo de acolhimento e humanidade. “Nós somos um estado acolhedor e temos que demonstrar isso na prática. Mostrar o quanto é importante as famílias permitirem a doação dos órgãos”, afirma.
A iniciativa de Sidney faz parte da campanha nacional “Setembro Verde”, um mês dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos no Brasil. O objetivo principal é encorajar o diálogo familiar, visto que a autorização para a doação é uma decisão que cabe à família após a morte encefálica de um ente querido.
Midiamax contou a história de Manga
Há quase dois anos, o editor de vídeo Sidney Araújo, conhecido por “Manga”, vive a rotina da hemodiálise, um tratamento que o mantém vivo enquanto aguarda um transplante de rim. Em Mato Grosso do Sul, como em todo o Brasil, a espera por um órgão é longa e angustiante.
Ele compartilhou sua jornada e questiona a isonomia do sistema de transplantes no país. “Eu sou renal crônico há um ano e nove meses e faço hemodiálise três vezes por semana”, detalha Sidney, de 45 anos.
Sua luta para entrar na fila de transplante foi um desafio à parte. Ele precisou travar uma batalha para conseguir marcar o procedimento. Após um ano e meio de insistência, a responsabilidade pela marcação foi transferida para as clínicas de hemodiálise. Em abril, ele foi finalmente chamado para a consulta e passou por uma bateria de exames — de coração, raio-x, ultrassom, exames de sangue específicos e mapeamento genético.
“Agora estou esperando ser listado”, diz ele, que entregou todos os resultados há poucas semanas e que agora enfrenta a espera por um órgão compatível. “É algo muito difícil. Tem gente na fila há mais de 10, 15 anos e não acha uma pessoa compatível”, comenta, citando o caso de um amigo que esperou oito anos por um rim e, felizmente, está bem um ano após o transplante.