Depois dos deputados estaduais, nesta quarta-feira (14), foi a vez dos vereadores de Campo Grande cobrarem respostas da Santa Casa sobre a situação atual. A superlotação e falta de insumos do maior hospital do Estado se agravou esse ano, com suspensão no atendimento de emergência.
A audiência pública realizada na Câmara de Vereadores ocorre em menos de dois meses da reunião da Assembleia. De lá para cá pouca coisa mudou. A situação segue crítica na Santa Casa, com falta de leitos e insumos, fechamento do PS e alegação de déficit mensal de R$ 13 milhões.
Em abril, Governo do Estado e prefeitura de Campo Grande repassaram R$ 20,6 milhões para a Santa Casa, como forma de ajudar no desequilíbrio econômico. Apesar disso, o hospital alega necessário reformulação nos repasses mensais.
Sobrecarga e falta de leitos
A situação da Santa Casa é grave, mas não tanto quanto a falta de leitos em Mato Grosso do Sul. Existe apenas um leito em hospital para cada 607 pessoas no Estado. Bem longe do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), de 3 a 5 leitos para cada mil habitantes.
Conforme dados do Ministério da Saúde, são 6.690 leitos existentes em todo o Estado, dos quais 4.556 leitos são de atendimento público, via SUS. O vereador André Salineiro, que propôs a audiência, destacou a falta de pelo menos 500 leitos hospitalares no Estado e a necessidade de revisão contratual. Até porque, atualmente a Santa Casa é responsável por mais de 60% dos atendimentos de internação de alta complexidade do Estado.
Como alternativa, a presidente do hospital, Alir Terra Lima, defende maior rotatividade dos leitos, que consiste em reduzir o tempo de internação devido ao apoio de hospitais de baixa complexidade.
“Se o paciente ficar menos tempo na Santa Casa e ele for para o município de origem, ou mesmo para um hospital de baixa complexidade que nós temos em Campo Grande, e fazer essa regulação, automaticamente nós aumentaremos os leitos”, explica.
Alerta sobre a rede pública de saúde
Durante audiência pública, Maria Auxiliadora, coordenadora-adjunta do Conselho Municipal de Saúde, fez um alerta sobre a situação da rede pública de saúde. Ela destacou que, enquanto pacientes enfrentam a falta de atendimento e insumos, a resposta oficial costuma ser de que “está tudo certo”. Segundo ela, “os insumos não chegam nas unidades de saúde, nem nas UPAs”.
Maria Auxiliadora afirmou que a discussão sobre saúde tem sido tratada como números, enquanto pessoas aguardam vagas, recorrem à mídia e sofrem perdas. Ela reforçou a importância da Santa Casa como hospital de referência, mesmo diante das dificuldades. “Está cheio? Está nessa situação? Sim. Mas é o hospital que atende Campo Grande e também pacientes do interior do Estado”.
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