“Nós moramos dentro do Pantanal, e o local onde aconteceu esse episódio é exatamente ao lado do Rio Paraguai, uma região ribeirinha onde essa probabilidade é ainda maior”, explica o Coronel Ângelo Rabelo, presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), entidade que atua na conservação do Pantanal.
Ele se refere à investida de uma onça sobre o ribeirinho Valdinei da Silva Pereira, de 57 anos, ocorrida nesta quinta-feira (7), no Bairro Generoso, em Corumbá. O coronel integra grupos de trabalho que buscam encontrar saídas para o cenário de tensão no Pantanal.
Segundo Rabelo, os locais onde a presença de onças são recorrentes são áreas comuns para que interações com animais silvestres ocorram.
“Nos lugares onde essas pessoas moram, a probabilidade de ter interação com animais silvestres é grande, por isso, é preciso manter distância de segurança e seguir cuidados para evitar incidentes”, pontua Rabelo.
Diversas orientações têm sido concedidas aos moradores desde o início do ano, quando o clima de tensão aumentou na região após inúmeros relatos de ataques de onças a cachorros. Até uma cartilha foi elaborada para ser distribuída à população.
Orientações das autoridades para evitar ataques:
- Viu um filhote ou uma presa abatida? Não se aproxime e afaste-se do local.
- Cuidado com as crianças: evite que fiquem sozinhas fora de casa ao anoitecer.
- Lixo bem armazenado: restos de comida ou animais mortos atraem onças.
- Animais domésticos: cães, gatos e galinhas são presas fáceis; mantenha-os em locais seguros à noite.
- Se encontrar uma onça: afaste-se devagar, sem correr.
- Use barulho e luz: gritos, buzinas e luzes externas ajudam a afastar o animal.

Preocupação com o turismo de natureza
Ainda de acordo Rabelo, é preciso ter cautela ao colocar a onça como ameaça, ainda mais porque o animal, hoje, é um dos principais atrativos turísticos de natureza de Mato Grosso do Sul.
“O turismo de observação de onças hoje movimenta cerca de U$ 20 milhões somente na região de Porto Jofre. A onça não pode ser vista como ameaça, tem que ser vista com respeito”, pontua o coronel.
Para ampliar a prevenção a ataques, ele afirma que diversas medidas já estão sendo tomadas.
“A prefeitura [de Corumbá] tem colocado iluminação em pontos estratégicos, já colocamos armadilhas fotográficas, estamos tomando todas as medidas para evitar situações de risco com onças. No entanto, moramos em um local cercado de onças, então, precisamos ter atenção e cuidado”, afirma.
Homem foi surpreendido por onça
As autoridades garantem que Valdinei não foi diretamente atacado pela onça-pintada, mas recebeu uma investida do animal, que não chegou a dar sequer uma “patada” nele.
O Jornal Midiamax conversou com Valdinei por telefone. Ele contou que chegou em casa por volta das 20h30 e havia esquecido as luzes apagadas. Ele carregava um pedaço de madeira e a lanterna, para iluminar o caminho até sua casa, na região ribeirinha, quando foi atacado pela onça.
“Bati nela com um pedaço de pau que estava na minha mão, e ela saiu de cima de mim. Não chegou a pegar em mim a unha dela, senão, eu estava deformado”, conta ele, que foi ao hospital, mas já voltou para casa.
Depois do susto do ataque, Valdinei viu que dois dos seus cachorros haviam sido levados pela onça. Essa não é a primeira vez que isso acontece; ele conta que já havia perdido outros dois cães para a onça anteriormente.
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