A Santa Casa de Campo Grande, referência em atendimento de ortopedia, conta atualmente com fila de espera de 58 pacientes aguardando procedimentos cirúrgicos. Ao todo, o setor tem 115 pacientes internados no Hospital do Trauma.
Os dados são alarmantes, pois evidenciam que Mato Grosso do Sul não tem leito disponível para cirurgias de trauma via SUS (Sistema Único de Saúde). Com isso, pacientes com traumas precisam aguardar em fila para cirurgias.
A Santa Casa, em nota, afirma que o tempo de espera pode variar consideravelmente, pois depende de fatores como as condições clínicas do paciente e a disponibilidade de materiais médicos.
“Vale destacar que, enquanto alguns materiais possuem maior disponibilidade, outros apresentam estoques mais reduzidos, impactando diretamente os prazos. Atualmente, enfrentamos dificuldades relacionadas à disponibilidade de caixas de placas bloqueadas para ombro, o que tem prejudicado o andamento desses procedimentos”, diz a nota.
Hospital vive superlotação
Sendo o maior hospital de Mato Grosso do Sul e recebendo pacientes dos 79 municípios, a Santa Casa vive lotada, mas na segunda-feira (24) pediu oficialmente para não receber mais pacientes.
O pedido foi encaminhado à Coordenadoria de Urgências, ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), à Central de Regulação Hospitalar, à Central de Regulação Estadual e à 32ª Promotoria de Justiça de Campo Grande.
“A Diretoria Técnica da Santa Casa de Campo Grande comunica que o pronto-socorro da instituição enfrenta uma situação de superlotação, operando atualmente além de sua capacidade máxima”, diz comunicado divulgado à imprensa.
“O setor de urgência e emergência, originalmente projetado para acomodar 13 leitos, encontra-se neste momento com mais de 80 pacientes internados, de acordo com os dados atualizados às 9h de hoje”, completa o texto.
Déficit mensal de R$ 13 milhões
No dia 17 de março, foi realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para discutir a crise dos Hospitais Filantrópicos, com foco nas dificuldades enfrentadas pela Santa Casa de Campo Grande. Na data, o hospital apresentou documentos que comprovam déficit líquido significativo de R$ 13,23 milhões mensais, o que equivale a R$ 158,85 milhões anuais.
Segundo a Santa Casa, não há reajuste financeiro desde 2022, o que ocasionou desequilíbrio econômico-financeiro e a crise atual. O documento de contratualização com a prefeitura de Campo Grande venceu em meados de 2024 e, desde então, há uma negociação para a elaboração de um novo documento.
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