Professores temporários se reuniram na sede da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), neste sábado (27), para manifestar contra seleção de temporários para Reme (Rede Municipal de Ensino) de Campo Grande. Os profissionais cobram a remuneração ‘extra’ por titulação – como pós-graduação, mestrado e doutorado.
A classe dos professores aproveitaram que aos sábados a Fetems oferece formação no auditório da Federação. Assim, usaram roupas pretas para simbolizar a insasistação.
Ao Midiamax, os participantes explicaram que o edital “veio com alguns benefícios a menos do que o edital anterior”. Então, apontaram que professores com pós-graduação mestrado e doutorado poderiam receber até 30% a mais em outras seleções. Eram 10% a mais no salário para cada título do profissional.
“Tiraram o pagamento da qualificação para os professores”, explicaram a reportagem. Cerca de 150 pessoas participaram do ato neste sábado (27).
Descontentes
Presidente da Fetems, Jaime Teixeira, explicou que são 74 sindicatos filiados a Federaçaõ e a ACP faz parte dos sindicatos. “Como movimento sindical a gente tem que fazer a luta para garantir o direito dos trabalhadores”, disse.
Então, explicou que “saiu documento edital do processo seletivo e algumas coisas eles [Executivo] mexeram, com relação ao que era anterior. Segundo a prefeita, segundo o próprio jurídico da própria ACP, são coisas legais”, pontuou o presidente.
Porém, esclareceu que as mudanças deixaram “a categoria descontente, principalmente a categoria dos convocados”.
Para o professor Washington Pagane, de 35 anos, a categoria se sente “mais uma vez desvalorizada, porque a gestão está tirando justamente daquilo que o professor se preparou, daquilo que ele estudou, do mestrado, do doutorado”. O profissional explica que os títulos são especializações da categoria.
“Ele [professor] fez por conta própria para oferecer para os nossos mais de 110 mil alunos. Então, o que fica é revolta, e a gente ainda acredita em uma educação que realmente possa ter valor para os nossos alunos. Nós vamos continuar se manifestando”, declarou.
União da classe
Na categoria dos temporários da Reme, o professor Leonardo Vicente, de 29 anos, pontua que o novo edital deixa os convocados em desvantagem. “Precariza a classe e também desmobiliza, porque uma vez que coloca professores convocados como menos que os professores efetivos, isso torna a gente um pouco, vamos dizer assim, conflitosos entre nós”, comentou.
Assim, disse que o grupo de convocados “entende que não pode ser assim” e defendeu a união entre a classe. Para ele, o protesto serve para “mostrar que professores que têm pós-graduação, eles têm que ser valorizados sim”.
Logo, justificou que “esses professores passaram mais de seis anos na faculdade, por assim dizer, quase dez anos na faculdade, estudando, se aperfeiçoando para chegar numa sala de aula e dar uma aula extremamente boa”.
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O que diz a Prefeitura:
A reportagem acionou a Prefeitura de Campo Grande sobre o assunto. “A Secretaria Municipal de Educação informa que não há diferenciação no salário base para professores efetivos e temporários da REME, no nível e classe PH2A. Ambos recebem a mesma remuneração inicial”, apontou a administração em nota.
Além disso, a nota afirmou que “professores efetivos seguem o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Magistério, com progressões e vantagens previstas em lei. Já os temporários são contratados em caráter excepcional para suprir demandas imediatas da Rede, conforme regras legais específicas. Todos os demais direitos da categoria estão assegurados pela legislação vigente”.
O Município disse, em nota, que “a contratação temporária é uma prática legal adotada em todo o país, garantindo o atendimento contínuo a mais de 115 mil alunos, sem prejuízo à qualidade do ensino”. Logo, explicou que “cerca de 86% dos professores da REME são efetivos, reflexo do compromisso da Prefeitura com a estabilidade, valorização e continuidade pedagógica na Rede Municipal de Ensino”.
Audiência dos professores
O presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Gilvano Bronzoni, disse que audiência irá debater o edital com membros da classe. Além disso, convidaram o Executivo para diálogo sobre o assunto.
“Nós ontem entregamos uma carta à prefeitura, à equipe de secretários, que representa o executivo, com vários pontos do edital, que a gente acredita que devem ser rediscutidos”, explicou.
Durante o ato, professores entraram no auditório em que demais profissionais fazem a formação. A situação gerou pequeno conflito entre as partes, que estavam estudando e os manifestantes. “Alguns professores foram até a frente, alguns são filiados. A grande maioria dos que estavam aqui hoje, pode ser que não sejam filiados. Mesmo assim foram convidados a entrar, a participar, a ouvir e serem convocados, todos que são filiados, para a Assembleia de segunda-feira”, disse o presidente.
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