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Cotidiano

População protesta contra fechamento da USF Nova Esperança

Sem acordo para o aluguel, o imóvel onde hoje está a USF deve ser desocupado até o dia 30 de junho
Murilo Medeiros -
Protesto na USF Nova Esperança (Foto: Fala Povo, Midiamax)

Funcionários e usuários da USF (Unidade de Saúde da Família) Nova Esperança se manifestaram contra o fechamento do na manhã desta sexta-feira (6). Sem acordo para o aluguel do imóvel onde hoje está a USF, a (Secretaria Municipal de Saúde) deve desocupar o prédio até o dia 30 de junho. 

A maioria das atividades da unidade passará a ser feita temporariamente na USF Jockey Club. A mudança é temporária porque, segundo a prefeitura, a obra da USF Parati, que atenderá a população que hoje está na área de cobertura da USF Nova Esperança, deve terminar em janeiro de 2026 e normalizar o atendimento.

Atualmente, a USF Nova Esperança atende 9 mil pessoas da região. A média é de 80 atendimentos diários, com tempo de espera por vaga considerado baixo, de 30 dias. Trabalhadores e pacientes do posto temem que passar o serviço para a USF Jockey Club possa superlotar a unidade.

Como será o atendimento?

As consultas médicas, de enfermagem e odontológicas passam a ser realizadas na USF Jockey Club. Segundo a prefeitura, a unidade tem estrutura suficiente para receber os pacientes novos. As visitas domiciliares dos profissionais de saúde seguirão normalmente na região da Nova Esperança, mantendo o acompanhamento dos moradores.

Atividades coletivas, como encontros do grupo de pacientes hipertensos e diabéticos, também serão mantidas, segundo a secretaria. Essas ações devem ocorrer em espaços comunitários, como igrejas, escolas e centros comunitários, para garantir o acesso fácil e preservar o vínculo com a comunidade.

Ana Paula Cândido, auxiliar de manutenção de 35 anos, é contra a transferência da unidade. “Lá no Jockey Club as pessoas dormem na porta para marcar consulta, não é igual aqui. Na Nova Esperança o atendimento é ótimo, é muito bom. Com essa mudança, a gente tem que ficar brigando por espaço, lutando para ter saúde”.

A Sesau afirma que organizou o processo para garantir a continuidade dos atendimentos, inclusive com a manutenção das visitas domiciliares de agentes comunitários de saúde. “Nesse período, a maior parte das ações continuará sendo feita no território, próximo às residências, preservando o cuidado e o vínculo que já existem”, ressalta a coordenadora da Atenção Básica, Glória Araújo.

Falta de acordo para o aluguel

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, o valor atual do aluguel é de R$ 1.687,65. O proprietário do imóvel teria pedido à Sesau que o valor subisse para algo em torno de R$ 3 mil, mas estaria disposto a negociar e aceitaria um aumento de apenas mil reais. 

O contrato de locação venceu no fim de abril e foi prorrogado até 30 de junho. A prefeitura alegou que está sensível à importância da unidade e, por isso, negociou a prorrogação emergencial. “Novas rodadas de negociação foram realizadas, mas as condições propostas não atendem aos critérios legais para renovação, conforme parecer técnico da Procuradoria Geral do Município”, informou a administração municipal em nota.

Segundo apuração da reportagem, a avaliação do dono seria de que o preço da locação é defasado em comparação com o valor de mercado porque, desde 2014, o reajuste é apenas pela inflação. A reportagem também apurou que o imóvel segue à disposição para locação, inclusive para continuar sendo a sede da USF, desde que o dono e a administração municipal entrem em acordo.

Coordenador do Conselho Local de Saúde do Jardim Nova Esperança, Thiago Ribeiro opina que os danos seriam menores se a prefeitura aceitasse o aumento de aluguel. “A gente considera que o valor não é tão absurdo, porque é possível a prefeitura pagar, mas não houve nenhum acordo, nenhuma oferta ainda para o proprietário. E o nosso tempo está passando”.

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