A estiagem já começou a dar sinais no Mato Grosso do sul. Quem sai cedinho de casa até percebe o vento gelado. Mas, basta o sol sair para a umidade do ar despencar. É o combo “inverso sul-mato-grossense”: baixa expectativa de chuvas, grande amplitude térmica e, claro, tempo seco e suas consequências à saúde.
Nesse contexto, conforme o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), a umidade relativa do ar em Campo Grande oscilou entre 20% e 40% na última semana, percentual abaixo do ideal para o corpo humano. E a previsão é que o clima continue assim e sem previsão de chuvas.
Na atual estação, embora o calor predomine durante os horários de alta incidência solar, as temperaturas ainda podem cair, com os termômetros registrando entre 5º C e 10° C em MS, durante madrugadas. A oscilação nas temperaturas influencia diretamente na imunidade do corpo humano.
Assim, com a chegada da estiagem, muita gente sente na pele e na respiração os efeitos da baixa umidade. Segundo o Ministério da Saúde, crianças e idosos fazem parte do grupo de risco no cenário atual. Ou seja: esses grupos têm maior fragilidade para as doenças da estiagem, principalmente as respiratórias. Esse grupo deve ficar atento aos sintomas e redobrar os cuidados.
Isso porque o cenário climático tende a piorar a partir de outubro: segundo o Cemtec, o próximo trimestre em MS pode apresentar temperaturas acima da média e chuvas irregulares. O que fazer, portanto, para suportar o clima típico de Mato Grosso do Sul e que faz com que tantas pessoas precisem de serviços de urgência?
Respirar se torna um desafio
Pessoas que já têm problemas relacionados ao sistema respiratório tendem a apresentar maiores dificuldades de bem-estar nesse tempo. A estudante universitária Heloisa Duim, que convive com bronquite asmática desde criança, conta que as crises ficam mais frequentes nessa época.
“Coriza, nariz congestionado, espirros aumentam, e a bronquite ataca com mais facilidade. Então, qualquer gripe que eu pego, ela acaba evoluindo muito mais rápido”, acrescenta a estudante, que já precisou de atendimento médico quando teve uma crise forte.
“Fiquei em observação, tomando remédio, e depois disso comecei a observar melhor minha saúde”. Heloisa detalha que até atividades físicas são impactadas. “O rendimento cai demais. É o cansaço da bronquite somado ao desconforto da estiagem. Não tem como sair ilesa”, relata.
Para aliviar os sintomas, Heloisa faz lavagem nasal e costuma ficar em ambientes com maior circulação de ar. “A lavagem nasal é algo que faço há algum tempo e me alivia bastante, assim como estar em ambientes arejados e com janelas e portas sempre abertas”, diz.
Estiagem agrava doenças respiratórias
A pneumologista Ana Carolina Sales Mayer confirma que doenças como asma, bronquite, rinite e até apneia do sono tendem a piorar durante esse período. “O ar seco também pode enfraquecer as defesas naturais das vias respiratórias, tornando o sistema mais suscetível a infecções virais e bacterianas, como resfriados e gripes e pneumonias”.
Ela explica que a baixa umidade do ar também contribui para o aumento da poeira e de poluentes no ar, que funcionam como gatilhos para quem já tem algum problema respiratório. “A secura pode comprometer a produção de muco, que tem a função de ‘capturar’ as partículas estranhas”, acrescenta Ana.
E a hidratação faz diferença. A pneumologista afirma que beber água com regularidade auxilia o corpo a “manter a umidade da mucosa do nariz e da garganta”. Dessa forma, o desconforto é amenizado.
Cuidados com o corpo
Entre os cuidados que podem aliviar os sintomas nessa época, a médica destaca:
- Beber bastante água ao longo do dia;
- Manter a casa arejada e limpa para evitar acúmulo de poeira;
- Usar umidificadores com higiene frequente;
- Evitar exposição a fumaça ou locais com muita poluição;
- Em ambientes com muita poeira, usar máscara para proteger as vias respiratórias.
Para quem pratica exercícios físicos, a atenção precisa ser redobrada. Ana Carolina reforça os cuidados. “Evite treinar entre 10h e 16h, horários mais quentes e secos. Hidrate-se antes, durante e depois da atividade. Se possível, busque locais com sombra ou vegetação, e evite treinos intensos nos dias de clima extremo”, explica a pneumologista.
Pele sente primeiro
A pele é um dos primeiros órgãos a sentir os efeitos da estiagem. A dermatologista Marina Panovich, explica que o ar seco rouba a água da pele, o que pode causar coceira, descamação, rachaduras e até piora de doenças como dermatites.
Sintomas são idênticos aos da universitária Jéssica Ramos. Segundo ela, os sintomas são perceptíveis desde o início do dia.
“Minha pele coça muito após o banho. Sinto que minha mão fica ‘repuxando’, e os lábios sempre rachados. Por mais que use hidratante labial, parece não ser suficiente”, afirma.
A dermatologista Marina explica que as partes mais expostas do corpo, como o rosto, lábios, mãos, pés, cotovelos e joelhos são as áreas mais comuns de serem afetadas. Ela recomenda evitar banhos quentes e demorados, não exagerar no uso de sabonetes ou álcool, e aplicar hidratante logo após o banho.
Ela ainda detalha que, para quem treina ao ar livre ou trabalha no tempo, os cuidados devem ser redobrados.
Confira mais recomendações:
- Evitar áreas com muita poeira ou tráfego intenso de veículos;
- Buscar locais que ofereçam sombra e alguma vegetação;
- Se for em locais fechados: prefira os com ventilação;
- Evite Exercícios de alta Intensidade que exijam esforço físico extremo;
- Use roupas leves, chapéu ou boné para se proteger do sol.
(Com supervisão de Guilherme Cavalcante)
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