Duas sucuris gigantes foram flagradas “pegando uma carona” em um flutuante na região do Caronal, no Pantanal de Coxim, a 255 quilômetros de Campo Grande. As serpentes estavam enroladas debaixo da estrutura do atrativo.
As imagens foram registradas no fim de semana, pela proprietária do Flutuante Vitória Abençoada, Rubiane Arruda Pazeto. Ela conta que as cobras costumam ficar enroladas embaixo da estrutura, principalmente próximo de áreas secas do Rio Taquari.
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“Isso foi no fim de semana. Eu nem me assusto mais, estou acostumada. Estamos na seca, então elas [as sucuris] ficam mesmo debaixo da estrutura. Estavam próximo ao barranco. Hoje é o quarto dia que elas estão debaixo da estrutura; ainda não foram embora”, relata.
Namoro de cobra?
O termo “namoro de cobra enrolada” geralmente se refere ao ritual de acasalamento das cobras, em que os machos se enrolam em torno da fêmea após serem atraídos por feromônios para que a reprodução ocorra.
No entanto, não é possível afirmar que as cobras flagradas debaixo da estrutura estavam acasalando, já que a reprodução considera vários fatores.
Conforme o biólogo Vitor Assunção, especialista em biologia reprodutiva de serpentes, o vídeo mostra duas sucuris-amarelas da espécie Eunectes notaeus.
“O vídeo não permite afirmar com certeza que esteja ocorrendo cópula. As sucuris (Eunectes) apresentam um dimorfismo sexual bastante acentuado, em que as fêmeas são muito maiores que os machos. Esse contraste normalmente facilita a identificação de interações reprodutivas, mas não parece ser o caso aqui”.
Um fato curioso e comum de observar é o “bolo reprodutivo”, quando vários machos tentam copular com uma mesma fêmea. “Isso ocorre porque, durante o período reprodutivo, a fêmea libera feromônios que atraem os machos. No entanto, é possível que o acasalamento ocorra só entre um macho e uma fêmea, o que poderia ser o caso do registro do vídeo”, acrescenta.
Portanto, o especialista analisa no vídeo que, quando a região da cauda é mostrada, não se observa a cópula em si. “Pode ser um macho cortejando uma fêmea menor, mas não há evidências conclusivas de acasalamento no registro”.
Acasalamento considera vários fatores
A bióloga Dra. Juliana de Souza Terra também ressalta que não é possível afirmar que se trata de um acasalamento apenas com o registro do vídeo, afinal, é preciso avaliar in loco a situação, ter informações sobre o tempo de permanência dos animais no local e se estavam próximo de um barranco do rio.
“As sucuris são animais de comportamento aquático; elas não necessariamente acasalam em terra, podem se acasalar em águas rasas, ou nas beiras dos rios. Se elas acasalam em terra, usam o barranco do rio, bem próximo da água. Importante dizer que nessas situações não se deve interferir no comportamento dos animais, elas irão embora por conta própria”.
Confira o vídeo:
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(Revisão: Dáfini Lisboa)