Valdinei da Silva Pereira, 57, é agora um sobrevivente de ataque de onça-pintada. Ele foi atacado pelo felino na noite de quarta-feira (6), quando chegava em casa, na região do Mirante da Capivara, em Corumbá — distante 426 km de Campo Grande.
Apesar do susto, do corpo doendo, do rosto machucado e de ter tido dois cachorros levados pela onça-pintada, Valdinei diz não sentir medo. A verdade é que quem mora na região se acostumou com a presença dos felinos, que rondam as casas desde o fim de 2024.
Ele contou ao Jornal Midiamax que chegou em casa por volta das 20h30 e havia esquecido as luzes apagadas. Ele carregava um pedaço de madeira e a lanterna para iluminar o caminho até sua casa, na região ribeirinha, quando foi atacado pela onça.
“Bati nela com um pedaço de pau que estava na minha mão, e ela saiu de cima de mim. Não chegou a pegar em mim a unha dela, senão, eu estava deformado”, conta ele, que foi ao hospital, mas já voltou em casa.
Depois do susto do ataque, Valdinei viu que dois dos seus cachorros haviam sido levados pela onça. Essa não é a primeira vez que isso acontece, ele conta que já havia perdido outro cão para a onça anteriormente.
Vida de apreensão
Por lá, a rotina mudou. As pessoas se trancam nas casas quando o sol se põe e também prendem os cachorros em local seguro. Irmã de Valdinei, Clara da Silva Pereira Duarte, 58, relata dias de medo e ansiedade devido ao aparecimento da onça-pintada.
“Já não estou aguentando mais, tô doente, de susto, com medo”, conta ela, que, no sábado passado, viu a onça rodeando a sua casa. A família adaptou a casa com tijolos e grades para tentar se proteger da onça-pintada.
Mas o medo é constante, principalmente por falta de respaldo e segurança das autoridades. “Há três dias a PMA [Polícia Militar Ambiental] não fazia rondas aqui”. Outros cachorros do bairro já foram levados pela onça-pintada.
O caso reacende o alerta da população ribeirinha de Corumbá, que há meses pede ajuda para lidar com o aparecimento de onças. Em junho, o Jornal Midiamax esteve no município, onde viu de perto a insegurança dos moradores com a situação.
Caseiro morto por onça
No dia 21 de abril, o caseiro Jorge Ávalo, 60, foi atacado e morto por uma onça-pintada. Ele estava nas proximidades do Pesqueiro Touro Morto, zona rural de Aquidauana, e exames de DNA confirmaram o ataque.
A onça responsável pelo ataque foi capturada e encaminhada para tratamento em Campo Grande. Ela chegou ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) desidratada e abaixo do peso ideal, por isso passou por três semanas de atendimento contínuo da equipe veterinária.
Em maio, ela foi transferida para o Instituto Amparo Animal, no município de Amparo, em São Paulo. O instituto é uma ONG sem fins lucrativos e 100% brasileira, fundada e dirigida por mulheres visionárias, desde 2010. Além disso, a unidade já abriga cinco onças-pintadas e três onças-pardas. Este projeto visa, acima de tudo, promover o bem-estar e oferecer qualidade de vida para esses majestosos animais que foram condenados ao cativeiro.
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