A onça-pintada capturada há quatro dias no Pantanal sul-mato-grossense — na região do pesqueiro Touro Morto — continua em atendimento veterinário no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande, e está com anemia, segundo boletim divulgado pelo governo do Estado nesta segunda-feira (28).
O animal, um macho de aproximadamente 9 anos e 94kg, está ativo, se alimenta normalmente e realizou exames de sangue e de imagens. O ultrassom abdominal mostrou alterações agudas no fígado e nos rins do felino, que não indicam — neste momento — insuficiência dos órgãos.
Laudo médico aponta que os veterinários também observaram alteração inflamatória do aparelho digestório (gastroenterite), que é tratada e monitorada clinicamente, inclusive com realização de exames moleculares para verificar a causa da infecção.
O material coletado foi enviado para ser elaborado hemograma e exame de análises bioquímicas, que apresentou alterações semelhantes às observadas no ultrassom e ainda que o animal está com anemia leve. Mais exames ainda serão realizados na onça.

Morte de caseiro
A onça-pintada capturada após o ataque e a morte do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, no coração do Pantanal sul-mato-grossense, não deverá retornar à natureza. O caso aconteceu na última segunda-feira (21).
A captura do animal aconteceu três dias depois do ataque ao caseiro. A PMA (Polícia Militar Ambiental) localizou o animal próximo de onde o caseiro foi atacado. Cerca de 10 militares participaram da ação.
Nas imagens divulgadas pela PMA, o animal aparece já acordado dentro do veículo em que foi transportado e avança na grade ao perceber a proximidade de humanos.
No entanto, a polícia reforça que não é possível afirmar que esta foi a onça que matou o caseiro. “Capturamos porque era a que estava rondando a casa, está magra e abatida. Mas como ele (o caseiro) foi arrastado para o mato, outros animais podem ter atacado e comido”. Além disso, a PMA já havia dito que teriam mais animais da espécie no local.