Comovidos pela morte do empresário e arquiteto Antonio Cesar Trombini, de 60 anos, familiares e amigos prestaram homenagens neste domingo (4). Antonio morreu na manhã de sexta-feira (2), por traumatismo craniano e hemorragia, após se envolver em um acidente de trânsito e ser preso em uma cela da Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) por dirigir alcoolizado.
Em entrevista ao Jornal Midiamax, a filha do empresário, Vanessa Trombini, informou que, até o momento, não houve contato do poder público sobre a suposta negligência na prestação de socorro. Quanto às questões judiciais, ela afirmou não estar autorizada a repassar informações.
Contudo, sobre o legado do pai, Vanessa descreve a rotina e a personalidade de Antonio. “Meu pai era meu herói, meu porto seguro e meu direcionador. Desde pequena, sempre muito presente, com um amor incondicional entre nós que parecia não ser deste mundo. Meu pai sempre foi batalhador, sempre muito correto, tanto profissionalmente quanto na vida pessoal. Sempre quis o bem das pessoas, e uma das maiores lições da vida que ele me deixa é que nunca devemos enganar ninguém, sermos sempre verdadeiros e corretos.”
Além de pai, Antonio era avô e arquiteto conhecido por várias construções, como o prédio da Unigran.”Gostava de festa, de comemorar cada data, cada conquista e cada coisa boa que acontecia. Ele era meu alicerce e nunca será esquecido, tanto por nós, familiares, como pelos amigos, colegas de profissão, funcionários, e vou continuar o legado que ele deixou. Aprendi muito com meus quase 35 anos de vida… e, com toda certeza, meu pai nunca será esquecido”, descreve.
Legado
Em nota, o CAU-MS (Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul) lamentou a perda e prestou condolências: O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso do Sul (CAU-MS) manifesta profundo pesar pelo falecimento do arquiteto e urbanista Antonio Cesar Trombini. Aos familiares, amigos e colegas de profissão, expressamos nossos mais sinceros sentimentos e solidariedade neste momento de dor.”
No registro policial feito na sexta (2) consta que uma investigadora que servia marmita aos presos por volta das 11h15 foi informada de que Antonio estaria passando mal. Assim, o Corpo de Bombeiros foi acionado e esteve na delegacia, onde constatou o óbito por possíveis causas naturais.
Ainda na delegacia, uma equipe da Perícia Científica também foi acionada. Na unidade, não foi constatada nenhuma lesão e o corpo foi encaminhado ao Imol (Instituto Médico Odontológico Legal) para exame necroscópico.
Ainda não há informações sobre o que teria causado o traumatismo craniano no empresário e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil como morte por causa indeterminada.
Investigação
Diferente do que foi informado no boletim de ocorrência registrado na delegacia, a certidão de óbito do empresário detalha que ele morreu por hemorragia craniana cerebral e traumatismo craniano. Além disso, no documento consta ‘cardiopatia não especificada’ nas causas do óbito.
Segundo o boletim de ocorrência, Antonio dirigia uma VW Amarok pela Rua Arthur, sentido norte-sul, e o condutor do outro veículo, um Hyundai Creta, transitava no sentido oposto.
No Hyundai Creta também havia uma passageira. Em certo momento, Antonio teria perdido o controle da direção, quando invadiu a pista contrária, causando a colisão. Todos foram atendidos pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e ninguém foi levado a uma unidade de saúde.
Ainda conforme o boletim de ocorrência, o empresário foi submetido ao teste de alcoolemia que resultou em 0,90 mg/l.
Na manhã de sexta (2), por volta das 11h15, uma investigadora que servia marmita aos presos, foi informada de que Antônio estaria passando mal. Em seguida, os Bombeiros foram acionados, sendo que o médico responsável constatou o óbito, por possíveis causas naturais.
Advogado do empresário esteve com cliente momentos antes
Outra informação que consta no registro policial é que às 9h de sexta-feira (2), o advogado do empresário compareceu à delegacia e foi até a cela, acompanhado por um investigador. O advogado entrevistou o cliente, que estava em pé, consciente e orientado.
Por volta das 10h30, compareceu na recepção da Depac Cepol um senhor que dizia ser médico e irmão de Antonio. Ele pediu para acessar a cela e fazer curativo no irmão, porém, teve acesso negado. Na delegacia foi informado que não era permitido o acesso e que a entrada de medicamentos é somente com receituário médico.
Por fim, nos levantamentos periciais foram encontradas duas cartelas de remédios contra hipertensão no bolso do short do empresário. Conforme a polícia, em uma cartela faltavam cinco comprimidos de um total de 10 e, na outra cartela, faltavam três comprimidos de um total de 15.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil por e-mail e aguarda retorno.
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