O caminho do Centro de Campo Grande até o Aeroporto Internacional promove uma sensação diferente em quem por lá passa. Edificações mais baixas, avenida larga e fluxo intenso de veículos – mas nem todos levam passageiros – contrastam com boa parte da cidade, que nesta semana chega aos 126 anos de emancipação político-administrativa.
Contudo, nas imediações daquela região está uma série de loteamentos habitacionais, mais conhecidos como “região do Nova Campo Grande”, atualmente, Vila Serradinho, Vila Nova Campo Grande, Jardim Carioca, Residencial Nelson Trad, Vila Romana e Vila Bordon – essas duas últimas às margens da Avenida Duque de Caxias, na saída da cidade, ao lado do Núcleo Industrial.
E se há dez anos, conforme o Censo IBGE 2010 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), havia 10.161 habitantes só no Nova Campo Grande, atualmente o crescimento já é claramente observado. No Censo mais recente, o levantamento apontou que o loteamento já era lar de mais de 20 mil moradores.
O Jornal Midiamax conta esta história dentro de seu novo projeto, o Fala Povo: Midiamax nos Bairros, cuja segunda edição está marcada para o próximo sábado (30). Como toda região, Nova Campo Grande guarda particularidades, problemas e personagens icônicos. Ao longo da programação, no site, impresso e televisivo Midiamax (canal 4 da Net), serão exibidas estas histórias, além de curiosidades, pontos gastronômicos, segurança e tudo o que envolve o cotidiano da população local.
E a partir de hoje (25), você acompanhar reportagens que vão culminar com uma edição do programa transmitida ao vivo da região, no sábado (30).
O desenvolvimento
São mais de 50 anos de história. Loteado e já com algumas casas desde a década de 70, o Nova Campo Grande, começou a se desenvolver realmente nas duas últimas décadas. Sua proximidade com a BR-262 e com o Aeroporto Internacional de Campo Grande também concede ao bairro uma localização estratégica para a ocupação de profissionais que precisam usar a estrada, como caminhoneiros, e também que desempenham atividades no aeroporto.
Assim, há 20 anos, terrenos dominavam o bairro, que hoje é mais densamente povoado, como é possível comparar no recurso abaixo.
Enquanto os moradores tiveram desenvolvimento com chegada de comércio e serviços, em contrapartida, o tão sonhado asfalto só chegou no fim do ano passado, e somente a alguns trechos do bairro. Assim, a composição da região mostra contrastes interessantes. São inúmeras ruas e avenidas largas, bem pavimentadas, indicando que o progresso já chegou.
Várias dessas vias dividem espaço com casarões sofisticados com piscina no quintal, paisagismo requintado, imóveis modernos e prédios comerciais bem equipados que transmitem imagem de região nobre. Por outro lado, a uma quadra de distância e no mesmo bairro, outro tipo de via faz parte do dia a dia da população.
Ruas e avenidas mostram paradoxo
Essa realidade pode ser vista na Avenida Nove, por exemplo, onde um lado da pista é pavimentado, mesmo com asfalto bastante deteriorado, já o outro, ainda na terra, é quase intransitável em vários trechos.
Desse lado a realidade mostra ruas mais estreitas, sem asfalto, cheias de pedregulhos, buracos e problemas. Nessas ruas, casas simples, muitas vezes ainda não acabadas e com pouca estrutura, mostram um estilo de vida mais limitado financeiramente.
No mesmo bairro, a desigualdade social parece se apresentar com facilidade, indicando realidades paradoxais de uma mesma região. Conforme o presidente da Associação de Moradores, Marcelo Rodrigues, apenas cerca de 30% do bairro é pavimentado.
Estilo de vida
Distante cerca de 10 km do Centro da cidade, o Nova Campo Grande oferece um estilo de vida pacato. Talvez pela distância da correria da região mais central do município, o ritmo no bairro é outro: no meio de uma tarde, qualquer é possível observar moradores sentados na frente de seus pequenos comércios, ou mesmo na frente de casa.
Também é possível ver mães acompanhando os filhos nas praças enquanto eles brincam, outras andando pelo bairro empurrando carrinho de bebê, outros fazendo compras em um ritmo desacelerado. As ruas são vazias e o movimento de carros não é intenso. Quem visita o bairro também pode notar uma presença grande de imóveis à venda.
Em uma simples busca em sites de venda de imóveis verifica-se cerca de 300 unidades, como casas, comércios e terrenos à disposição de compradores. Os valores? Bom… Eles reforçam os contrastes do bairro. Um dos imóveis à venda é uma casa localizada na Avenida Três, no valor de R$ 115 mil. Já na Rua Cinquenta e Três, outro imóvel é cerca de 13 vezes mais caro. Trata-se de uma casa de 525,00 m² no valor de R$ 1,5 milhão.
Serviços públicos no bairro
O único serviço público que existe no bairro é a Escola Municipal Prof. Fauze Scaff Gattass Filho, localizada na Avenida Dois. Não existem escolas estaduais no bairro. Outras unidades educacionais públicas, assim como creches e EMEIs (Escolas Municipais de Educação Infantil), só existem na Vila Serradinho e no Jardim Carioca.
Também não existem bases de apoio da GCM (Guarda Civil Metropolitana), nem da PM (Polícia Militar). O bairro também não possui unidades de saúde. A mais próxima é a USF (Unidade de Saúde da Família) Dr. Sumie Ikeda Rodrigues, que fica na Rua Delmiro Golveia, 427, no bairro Serradinho.
Esta foi só a apresentação, mas as próximas matérias trarão curiosidades e mais detalhes sobre como é viver por ali. E você acompanha tudo no Jornal Midiamax.
Fala Povo: Midiamax nos Bairros
A história dos bairros de Campo Grande é tema do Fala Povo: Midiamax nos Bairros. Ao longo desta semana, reportagens especiais vão apresentar aos leitores aspectos históricos, indicadores socioeconômicos, demandas populares e peculiaridades das diversas regiões de Campo Grande, culminando com programa ao vivo no sábado. Quer ver seu bairro na série? Mande uma mensagem para (67) 99207-4330, o Fala Povo, WhatsApp do Jornal Midiamax! Siga nossas redes sociais clicando AQUI.