O Climatempo renovou, nesta segunda-feira (24), o aviso de onda de calor para a região sul do Brasil e calor intenso em Mato Grosso do Sul. Apesar de temperaturas altas, o Estado não está em alerta da onda de calor, mas de máximas acima da média.
Vinicius Sperling, do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), explica que há parâmetros para determinar o fenômeno meteorológico. Embora a literatura não seja uniforme em relação à definição, a Organização Meteorológica Mundial considera uma onda de calor quando as temperaturas permanecem, pelo menos, 5°C acima da média e durante cinco dias consecutivos.
Ainda, ondas de calor são geradas por bloqueios atmosféricos causados por grandes sistemas de alta pressão atmosférica. Portanto, não chove em período de onda de calor, como observado nos últimos dias em Mato Grosso do Sul.
Verão sendo verão
Ou seja, o Estado está registrando um período típico de verão, com muito calor e chuva. Sperling destaca que houve registro de chuvas irregulares. Além disso, chuvas isoladas, quando não chove em todo lugar. Onde não chove, a temperatura sobe, pois estamos no verão, que há maior incidência de radiação solar.
Em Campo Grande, por exemplo, de 1° de fevereiro ao último domingo (23), houve registro de temperaturas acima da média, mas não atingiu o critério para ser uma onda de calor, afinal, houve calor, mas pancadas de chuva.
Há três indicadores na figura acima, sendo: temperatura máxima observada, normal para a climatologia (padrões de comportamento de um longo período) e onda de calor.
A máxima registrada na Capital foi marcada no sábado (22), com 35,1°C. Mesmo que muito quente, não ultrapassou o indicativo de onda de calor e não manteve o extremo por mais de cinco dias consecutivos.
“O que tenho visto é a banalização do conceito onda de calor. Estamos com temperaturas acima da média, o gráfico mostra isso claramente. Ondas de calor são geradas por bloqueios atmosféricos causados por grandes sistemas de alta pressão atmosférica; em bloqueios não chove”.
Cuide-se
De acordo com o ClimaTempo, a previsão é de calor intenso de 3 a 5°C acima da média na região sudoeste e sul do Estado. Ou seja, é essencial manter a hidratação, evitar exposição ao sol e desgaste físico em horários mais quentes.
Todavia, o cuidado deve ser redobrado. A previsão indica que não haverá trégua no calor intenso até março, com calor acima do normal em Mato Grosso do Sul.
“As pessoas têm que se cuidar mais nesse calor acima do normal, principalmente grupos de risco. Os cuidados são mais importantes”, destaca.
Calor intenso em Porto Murtinho
Desde o início do ano, a cidade de Porto Murtinho enfrenta temperaturas acima da média histórica. Sperling destaca que fevereiro foi mais quente este ano. Contudo, os índices já estavam previstos diante de condições meteorológicas influenciadas pela Argentina e Paraguai.
No último domingo (23), os termômetros superaram 39°C na cidade, sendo a temperatura mais quente do Brasil. Entretanto, os valores estavam previstos, principalmente para fevereiro.
Refresco?
Até a próxima quinta-feira (27), a previsão indica tempo com sol e variação de nebulosidade. A convergência de umidade, combinada ao deslocamento de cavados e aquecimento diurno, favorece o aumento da nebulosidade, com possibilidade para chuvas de intensidade fraca a moderada.
De acordo com o Cemtec, de forma pontual, podem ocorrer chuvas mais fortes e tempestades acompanhadas de raios e rajadas de vento. São esperados acumulados significativos de chuva, acima de 30 mm em 24h, com destaque para as regiões centro-norte, pantaneira e nordeste do Estado.
São previstas temperaturas mínimas entre 21 e 24°C e máximas entre 28 e 34°C para as regiões sul, leste e sudeste do Estado. Nas regiões sudoeste e pantaneira esperam-se mínimas entre 24 e 26°C e máximas entre 29 e 36°C.
Já nas regiões do bolsão e norte são esperadas mínimas de 22 a 24°C e máximas de 28 a 31°C. Em Campo Grande, mínimas entre 21-23°C e máximas entre 27 e 29°C. Os ventos atuam do quadrante leste (leste/nordeste) com valores entre 30 e 50 km/h e, pontualmente, podem ocorrer rajadas de vento acima de 50 km/h.
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