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Cotidiano

Na ‘capital das aves de rapina’, festival de curtas enaltece pássaros que vivem nos biomas de MS

Evento reuniu divulgação de curtas-metragens e livros, fruto da observação de aves
Liana Feitosa -
Abertura do 4º Festival Cine Aves. (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

Mais de 160 pessoas apaixonadas por aves se reúnem nesta quarta-feira (18) no Bioparque Pantanal, em , para a 4ª edição do Festival Cine Aves, um festival de curtas-metragens dedicado a filmes sobre aves de vida livre dos biomas Cerrado, de interior, Pantanal e Chaco. 

O dia começou com uma passarinhada, nome que se dá à atividade de observação de aves, e depois contou com a apresentação do festival e premiações. Ao todo, mais de 30 curtas foram inscritos, sendo eles de vários estados.

Além do lançamento dos curtas, o evento contou com uma palestra e apresentação do livro de uma das maiores autoridades brasileiras sobre aves de rapina, o biólogo Willian Menq.

Ele lançou “Aves de rapina do Brasil: todas as espécies”, uma obra atualizada que reúne imagens e informações sobre as aves de rapina do Brasil, como águias, gaviões, falcões, corujas e urubus.

“São mais de 400 fotografias, e [a obra] tem tudo o que precisa saber sobre essas aves. O livro tem uma linguagem acessível para todos os públicos e, ao mesmo tempo, profunda e técnica, mas de uma maneira que as pessoas vão entender e vão aprender bastante. Então, para quem gosta desse grupo de aves, é um deleite”, detalha o ornitólogo.

Campo Grande, a capital das aves de rapina

Segundo Menq, Mato Grosso do Sul é a terra de diversas espécies de pássaros, como essas. “E vou até além: Campo Grande poderia ser a capital das aves de rapina, porque a cidade tem várias espécies de águias que ocorrem em “, destaca o biólogo.

Menq explica que essas espécies aparecem em abundância na Capital, e nem é preciso ir à zona rural para encontrá-las. “Há várias espécies de águias que ocorrem no perímetro urbano da cidade, como a águia pega-, que voa aqui no Parque das Nações Indígenas”, esclarece.

E não para por aí, ele explica que Mato Grosso do Sul, de forma geral, é riquíssimo em espécies, e é aqui onde a mais poderosa e a maior águia do mundo ocorre, a harpia. “Então, é um privilégio”, completa.

No entanto, a existência dessas espécies pode ser ameaçada. “As aves de rapina, essas grandes águias, precisam de grandes áreas de floresta para que elas sobrevivam, então elas precisam de aliados como nós, de pessoas, observadores de árvores, pessoas que gostem e respeitem essas aves, para que elas continuem existindo e convivendo na natureza com a gente”, afirma o especialista.

Manter espaços verdes, portanto, é fundamental para essa relação. “É extremamente importante, porque, no caso de Campo Grande, por ser uma cidade bastante arborizada, com muitas áreas verdes, acaba se tornando um refúgio para essas áreas”, finaliza.

É para trabalhar esse tipo de consciência que o Festival Cine Aves nasceu. Para a coordenadora da iniciativa, a arte, assim, é uma aliada.

“Usar a arte dentro do processo de transformação social é superimportante, é acolhedor. O cinema contribui muito dentro desse processo de sensibilização e conservação”, pontua Simone Mamede, coordenadora do festival.

Para ela, a preservação, observação e divulgação das espécies de pássaros são um mecanismo fundamental para a preservação da vida.

“As aves são uma grande janela para ver o todo, a natureza, a biodiversidade, para ver todas as formas de vida. Então, acho que esse momento revela um pouco disso”, destaca Simone.

De pai para filho

É esse conhecimento que o contador Adelir Caspari espera desenvolver no filho, Zion, que viu no evento mais uma oportunidade de trabalhar a conscientização. Os dois participaram da passarinhada, logo cedo, e do festival.

“Eu levo ele [Zion] porque eu sou de uma geração diferente. Eu fui criado na cultura do estilingue, de acertar passarinho, mas eu quero passar a ideia de preservação, observação e admiração, porque eu não tive isso quando criança, eu tive o oposto”, conta o pai.

Motivado, Zion conta que viu “passarinhos muito legais”, no início da manhã, e que usa um livro de apoio para detectar as espécies durante a observação.

Ao ser questionado sobre a importância da preservação da natureza, o estudante frisou a importância da manutenção das árvores na cidade e completou: “Porque, também, se começarem a destruir as árvores, vai extinguir os passarinhos.”

Livro inédito

Além do livro, o evento contou com o lançamento da obra “Aves do Caminho da Escola”, de Cecília L. Monteiro, uma jovem observadora de pássaros. O livro reúne arte, ilustrações em aquarela, escrita educativa e linguagem poética com 106 espécies de aves que podem ser encontradas em nosso cotidiano.

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