A insegurança alimentar ocorre quando uma família não tem acesso regular e suficiente a alimentos em quantidade e qualidade adequadas. Um lar é considerado em segurança alimentar quando seus moradores não passam fome nem vivem sob o medo de faltar comida. Em Mato Grosso do Sul, estima-se que 160 mil domicílios ainda enfrentem algum grau de insegurança alimentar.
Apesar disso, o Estado apresentou melhora significativa em 2024, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (10) pela PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o levantamento, mais de 34 mil lares sul-mato-grossenses deixaram a insegurança alimentar entre 2023 e 2024. Ainda assim, 25 mil domicílios precisaram reduzir a quantidade de alimentos, inclusive das crianças da casa, por falta de recursos.
Segurança alimentar cresceu 3,8% em MS

Ao contrário da insegurança, a segurança alimentar é caracterizada pela disponibilidade de alimentos em quantidade e frequência adequadas para todos os moradores do domicílio. Em Mato Grosso do Sul, dos 1,03 milhão de lares existentes, 81,5% — o equivalente a cerca de 840 mil domicílios — estavam nessa condição em 2024.
No levantamento anterior, referente a 2023, o índice era de 78,3%, o que correspondia a 804 mil domicílios. Isso representa um crescimento de 3,8% no número de lares com segurança alimentar no Estado.
O módulo de Segurança Alimentar da PNAD Contínua 2024 utiliza como referência a EBIA (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar), que classifica os lares conforme o grau de gravidade da restrição alimentar, desde a leve, marcada pelo receio de faltar comida, até a grave, quando há efetiva privação de alimentos.
Com esse avanço, Mato Grosso do Sul passou a ocupar o 6º lugar entre os estados com maior segurança alimentar, subindo uma posição em relação a 2023. O ranking é liderado por Santa Catarina (90,6%) e Espírito Santo (86,5%), enquanto os menores índices estão no Pará (55,4%) e Roraima (56,4%).
13,1% precisaram reduzir a qualidade dos alimentos

A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, define como insegurança alimentar a condição onde a família precisa alterar a qualidade dos alimentos consumidos, embora ainda consiga manter a quantidade. Em 2024, 13,1% dos domicílios de Mato Grosso do Sul se enquadravam nessa situação, conforme a PNAD Contínua. O índice representa queda de 2 pontos percentuais em relação a 2023.
Com esse resultado, o Estado ocupa a 7ª posição entre as menores taxas de insegurança alimentar leve no país. Santa Catarina apresenta o melhor desempenho nacional (6,5%), enquanto Roraima registra o maior índice de insegurança (27,8%).
Insegurança alimentar moderada atinge 3% da população
Na insegurança alimentar moderada, a restrição envolve a quantidade de alimentos disponíveis no lar. Em Mato Grosso do Sul, 3% dos domicílios enfrentavam esse nível de restrição em 2024, uma queda de um ponto percentual em relação ao ano anterior.
O Estado também ocupa a 7ª posição nacional entre as menores taxas. Santa Catarina lidera novamente, com 1,5%, enquanto o Pará apresenta o maior índice, de 10,1%.
25 mil lares precisaram cortar alimentos até das crianças

O grau mais severo é o da insegurança alimentar grave, caracterizada pela privação de alimentos até mesmo para as crianças da família. Em 2024, 2,4% dos domicílios sul-mato-grossenses, o equivalente a 25 mil lares, vivenciaram essa situação.
Embora critico, o número representa uma redução de 0,2 ponto percentual em comparação a 2023, quando havia 27 mil domicílios nessa condição.
A pesquisa coloca Mato Grosso do Sul na 8ª posição entre os estados com menores índices de insegurança alimentar grave. Santa Catarina registrou a menor taxa do país (1,4%), enquanto o Amapá registrou a maior (9,3%).
O IBGE realiza o monitoramento da segurança alimentar há cerca de 20 anos, por meio da PNAD e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). Apesar disso, os diferentes métodos e amostragens aplicados ao longo das edições impedem comparações diretas entre os dados coletados em 2004, 2009 e 2013 com os resultados mais recentes da POF (2017-2018) e da PNAD Contínua (2023 e 2024).
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