Entre os estados brasileiros com as maiores taxas de violência por cem mil habitantes na juventude, Mato Grosso do Sul surge como o terceiro destaque com mais incidência: 629,5. Já a região com mais visibilidade é a do Distrito Federal, com 696,1 caso a cada 100 mil habitantes, o Espírito Santo, 637,8 e, Roraima, com 623,5 incidências.
Estudo em questão foi preparado pela Fiocruz, criada em 25 de maio de 1900 – com o nome de Instituto Soroterápico Federal -, a instituição nasceu com a missão de combater os grandes problemas da saúde pública brasileira. Para isso, moldou-se ao longo de sua história como centro de conhecimento da realidade do País e de valorização da medicina experimental.
Estudo epidemiológico sobre saúde da juventude brasileira revelou que a faixa etária é um fator de risco mais significativo do que a localização geográfica para violências e acidentes, tanto em áreas metropolitanas como em cidades do interior.
Produzida pela Fiocruz, a pesquisa também indicou que jovens no final da adolescência (15 a 19 anos) sofrem mais violência no geral, especialmente física, além de serem mais vítimas em situações de conflitos; e que jovens de 20 a 24 anos, período em que costumam começar a trabalhar, estão mais sujeitos a uma morte violenta.
Os pesquisadores utilizaram as bases de dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022 e 2023, para determinar as taxas de mortalidade e incidência na população jovem entre 15 e 29 anos em todo o Brasil.
Jovens são mais vulneráveis à violência que resto da população
Segundo o levantamento da Agenda Jovem Fiocruz (AJF) e da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), a taxa de mortalidade por violências e acidentes entre jovens é maior do que a da população na totalidade em todos os estados e no DF. Geralmente, essa diferença é maior que 50%. Na Paraíba, a diferença chega a 90%.
Ainda conforme a pesquisa, 65% dos óbitos da juventude resultam de causas externas, como violências e acidentes (84.034 das 128.826 mortes entre 2022 e 2023). A taxa de mortalidade por causas externas para jovens é de 185,5 mortes para cada 100 mil habitantes, maior do que a da população geral (149,7). A taxa é ainda mais alta em jovens entre 20 e 24 anos (218,2). Em contraste, essas causas representam apenas 10% do total de óbitos do conjunto da população brasileira. Mais de um terço dos casos de violência notificados no SUS vitimaram jovens (36%).
Segundo o coordenador da AJF, André Sobrinho, é importante não ver a juventude de maneira homogênea: “No curso da vida juvenil, as questões de saúde, incluindo as violências, incidem de maneira diferente se a pessoa jovem está no início, no meio ou no fim desse ciclo. É fundamental identificar, portanto, as necessidades em saúde mirando as distintas subfaixas de idade”, aponta.
Causas incluem armas de fogo, motocicletas e ação da polícia
Intitulado 1º Informe epidemiológico sobre a situação de saúde da juventude brasileira: violências e acidentes, o estudo apontou que a principal forma de violência sofrida por jovens brasileiros é a agressão física (47%), seguida da violência psicológica/moral (15,6%) e pela violência sexual (7,2%). Quanto mais velha a vítima, maior a proporção de violência psicológica. Quanto mais jovem, maior a proporção de violência física.
Armas de fogo e acidentes de motocicleta têm peso significativo nas causas de mortalidade juvenil, especialmente nos municípios localizados fora das regiões metropolitanas.
Os acidentes de transportes na juventude matam principalmente os homens, que representam 84% das vítimas. Na metade desses casos (53%), o meio de transporte foi a motocicleta. Ainda assim, a principal causa de morte violenta na juventude, seja para homens ou mulheres, são as agressões com armas de fogo.
Outra causa de morte que pesa muito mais na juventude é a intervenção legal, ou seja, a ação da polícia, que resulta em 3% dos óbitos por causas externas de jovens brasileiros. Esse valor é de apenas 1% dos óbitos totais da população.
Regiões e estados brasileiros
O levantamento ainda indicou que o maior risco de morte por violências e acidentes na juventude, além de MS, ocorre nos estados do Nordeste e do Norte, com destaque para a faixa entre 20 e 24 anos do Amapá (447) óbitos para cada 100 mil habitantes e na Bahia (403).
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