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Cotidiano

Morte de Jorginho, atacado por onça, tem conclusão e ‘superdemanda’ de especialistas no Pantanal

Incidente com o caseiro foi amplamente discutido por especialistas, sendo descartadas especulações, como superpopulação de felinos no Pantanal, por exemplo
Graziela Rezende -
ataque onça pantanal 2
Jorge filmado quando recebeu visita de onça no mesmo local onde o ataque teria ocorrido - (Fotos: Reprodução, Leitor Midiamax)

Prestes a completar dois meses da morte do caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, atacado por uma onça no Pantanal sul-mato-grossense, a conclusão derruba quaisquer especulações e ressalta o que muitos pantaneiros já sabiam: foi um caso de ceva. O incidente também levou a uma “superdemanda” de especialistas na região, tanto para estudar o caso como atuar na criação de protocolos mais rigorosos e orientar a população.

“É lamentável o incidente que houve recentemente, lamentamos pela família, a dor de uma pessoa querida, porém, ficou comprovado que ele [Jorge] era pautado por uma relação promíscua, havia ceva. E acabou gerando a aproximação, este comportamento. Tivemos outros casos, de jogar milho para queixada e outras espécies, por exemplo. No dia que a pessoa falta, o animal vai lá buscar e não conhece os limites”, afirmou Ângelo Rabelo, diretor do IHP (Instituto Homem Pantaneiro).

Conforme Rabelo, tanto o Instituto quanto diversos especialistas agora reiteram este fato. “Tivemos esta superdemanda e o Cenap [Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros] está trabalhando, construindo protocolos mais rigorosos. Nós moramos dentro do Pantanal e a cheia sempre trouxe a aproximação destes animais silvestres, que procuram, principalmente, comida mais fácil, e é aí que eu falo que o cachorro que está chamando a onça a todo tempo”, argumentou.

‘Fato se repete nas grandes cheias’, diz diretor de Instituto sobre onças

Diretor do IHP, Ângelo Rabelo. (Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

Sendo assim, os envolvidos com este trabalho estão in loco, entregando panfletos, orientando moradores a recolherem animais no período noturno, além de ficarem mais atentos.

“É um fato que se repete nas cheias, nas grandes cheias. já possui o protocolo do que fazer, inclusive, em casos extremos. Estamos falando de uma espécie linda, o topo de cadeia do Pantanal e que merece respeito e a devida distância”, argumentou o diretor.

O Instituto ressalta ainda que, há mais de 10 anos, faz campanhas ao longo do rios e Miranda. “Esta conclusão afasta discussões, como superpopulação de onças e outras tantas que a gente tem ouvido. A população se equilibra dentro daquilo que o ambiente oferece de alimentação, então, justamente por isto, tivemos esta demanda de veterinários, biólogos, especialistas que estão fazendo palestras, visitando fazendas, inclusive, tem uma com uma escola onde a onça passa com frequência, então, são muitas as orientações”, explicou.

Sobre os protocolos, Ângelo fala que serão apresentados em um seminário, provavelmente, em julho deste ano. “Já fizemos reuniões para discutir e agora estão sendo amadurecidos. Serão protocolos de seguranças para questões específicas da tratativa desta espécie, relacionadas à ceva e à responsabilização, para evitar que novos incidentes aconteçam”, finalizou.

Onde vive Irapuã, a onça responsável pelo ataque?

onça s: Saul Schramm/Secom
Onça pouco antes de deixar o Cras em . (Saul Schramm, Secom)

Por outro lado, um mês depois do ataque, a onça acusada de matar Jorginho hoje vive em um cativeiro fora de e até ganhou um nome: Irapuã. Transferido de Campo Grande (MS) para o Instituto Ampara Animal, em São Paulo, no final da semana passada, o animal foi batizado assim que chegou ao cativeiro.

De acordo com o instituto que acolheu o macho de aproximadamente 9 anos, Irapuã foi o nome escolhido, pois, em tupi-guarani, significa agilidade e força — características triviais do felino.

Desde o dia 16 de maio, a onça vive em um recinto só para ela, adaptado a todas as suas necessidades. Segundo a ONG, o local deverá ser sua morada permanente até o fim da vida, onde ela contribuirá para programas de conservação da espécie em longo prazo.

“Trata‑se de um indivíduo que já não reage com o instinto de fuga típico da espécie; isso torna sua soltura um processo mais complexo e arriscado, tanto para ele quanto para as pessoas”, explica o médico‑veterinário Jorge Salomão Jr., responsável técnico pelo mantenedor de fauna do Instituto Ampara Animal.

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