Dados do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) indicam que Campo Grande registrou volume de chuva 125% acima do esperado para março deste ano. Por enquanto, ainda não há trégua nas chuvas nos próximos dias em Mato Grosso do Sul por influências de sistemas meteorológicos.
Porém, importante lembrar que residências podem registrar desgastes na construção sem as manutenções após o período de chuva. Mesmo que a edificação não esteja em uma área de risco, observações para identificar problemas podem evitar possíveis transtornos futuros causadas pelo aguaceiro.
De mofo a problemas elétricos, o Jornal Midiamax preparou um checklist com dicas de especialistas que podem prevenir e garantir a segurança de casas durante ou após o temporal.
Chuvas e manutenção do sistema elétrico
A rede elétrica pública fica vulnerável a vendavais. O vento forte pode derrubar árvores, galhos e, em muitos casos, coberturas de edificações que atingem a fiação elétrica – causando a interrupção do fornecimento de energia elétrica em bairros inteiros.
Ao Jornal Midiamax, o engenheiro elétrico Ricardo Nogueira explica que após as chuvas, mesmo que não ocorra a interrupção completa do fornecimento de energia elétrica, podem ocorrer uma variação muito rápida da tensão elétrica, o chamado “surto de tensão”.
“Esse surtos podem ser danosos para alguns equipamentos eletrodomésticos, podendo queimá-los, ou seja, param de funcionar. Pode acontecer também, diante das chuvas, a falta de energia somente na nossa casa, sendo que no vizinho continua com energia. Nesse caso, observe se o disjuntor geral localizado do padrão de entrada não desarmou protegendo a instalação elétrica da residência”.
Durante ou após as chuvas, as residências podem registrar energia parcial, por exemplo, quando um cômodo tem luz e outro não. A situação pode ter sido causada por problemas no fornecimento da rede elétrica da região. O ideal é desligar os equipamentos eletrodomésticos da tomada até o completo restabelecimento do fornecimento.
“Caso perceba algum dano no equipamento após a chuva, registre este momento com a data, horário da chuva, ocorrência da falta ou não da energia no local e comunique a concessionária”, orienta.
Estrutura
Segundo o engenheiro civil Daniel Benitez, é recomendado verificar se há indícios de manchas em forros ou lajes, que indicam telhas quebradas ou falta de vedações após as chuvas. O mofo é um sinal de comprometimento com a integridade da estrutura da casa.
Além disso, erosões causadas por enxurrada ou alagamento estão na lista como problemas que podem custar caro ao bolso do morador. Pequenas rachaduras, como aquelas nos pés de parede e pisos, juntas de dilatação ou falta de rejunte são locais por onde a água pode infiltrar.
“Com o passar do tempo, conforme a água vai infiltrando, ela pode ocasionar a erosão do solo, marcas de infiltração em rodapés ou descolamento de pisos. É possível verificar esses espaços sempre que lavamos o quintal de casa, se há pisos manchados ou até mesmo se calçadas externas começam a afundar por conta da terra em baixo ser levada com as chuvas”.
Infiltrações?
Logo após uma chuva intensa, Benitez aconselha uma vistoria pela casa, como procurar pequenas manchas em forros, tetos e paredes. Se tiver dúvidas, pode colocar a mão e observar se está gelado por conta da umidade.
“Quando já é uma infiltração de tempos, os forros começam a escurecer e as paredes a soltar a pintura. É recomendado também fazer as manutenções preventivas, como limpeza de calhas ou até mesmo aumentar o tamanho da calha, visto que campo grande tem chovido cada vez mais em prazos menores de tempo”, pontua.
Fazer uma limpeza em calha para retiradas de possíveis folhas, que podem ter vindo de árvores próximas, assim como se houve deslocamento de telhas devido a fortes chuvas. Podem existir também fissuras em paredes ou pequenos buracos por onde ocorre infiltração de água, que acabam por ficarem mais nítidas em chuvas intensas.
Reparos rápidos
Entre os reparos mais procurados nesse período para “maridos de aluguéis”, a limpeza de calhas lidera. Everson Lima de Souza está no ramo há 10 anos e descreve que o serviço varia de R$ 150 a R$ 350. Reparo de telhas, sistema de caixas fluviais e conserto de vazamento em telhados também estão na lista.
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