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Cotidiano

‘Metamorfose pós-queimada’: Arte de Jonir mostrava beleza, mas denunciava exploração do Pantanal

Ícone das artes visuais sul-mato-grossense Jonir Figueiredo morreu neste sábado (26)
Lethycia Anjos -
Jonir Figueiredo
Jonir Figueiredo (Arquivo pessoal/ redes sociais)

“Metamorfose pós-queimada.”, assim o artista plástico sul-mato-grossense Jonir Figueiredo descreveu uma de suas obras feitas com o intuito de retratar a dor, transformação e resistência diante da destruição do Pantanal. Jonir morreu na manhã deste sábado (26), aos 73 anos, em Bonito.

Natural de , berço do bioma, Jonir dedicou mais de 50 anos de carreira a retratar as paisagens, a fauna e a flora da região. Reconhecido como um dos ícones das de , o artista construiu um extenso acervo marcado pelas cores vibrantes da natureza pantaneira. No entanto, com o avanço da superexploração e das queimadas, a arte de Jonir passou a incorporar também um tom de denúncia.

“Este ‘z’ é a minha denúncia sutil da depredação do Pantanal, que já vem há muito tempo”, explicou o artista ao Uol. A troca intencional da letra reflete o desequilíbrio provocado pelas atividades voltadas à exportação e pela degradação ambiental, conforme explicado pelo artista.

A crítica ganhou ainda mais força na série “SOS Pássaros para o Pantanal”. As artes composta por gravuras e desenhos em preto e branco foram criados após as queimadas devastadoras de 2020. Na época, Jonir afirmou ainda que a escolha pelas cores ausentes evidenciava o luto e o silêncio às aves e à biodiversidade ameaçada.

Exposição em Paris

Em 2022, Jonir celebrou cinco décadas de trajetória artística com uma programação internacional. O artista realizou uma exposição no Centro Paris Anim’ Sohane Benziane, na França, e participou de atividades na Escola de Língua Herança Cultural, onde ministrou oficinas sobre os animais do Pantanal para crianças.

Jonir Figueiredo
Jonir Figueiredo (Divulgação)

A passagem por Paris também marcou o lançamento do livro. “Jonir: uma trajetória de vida construída com arte”, que reúne parte de sua produção e memórias de vida. De volta ao Brasil, o artista levou a obra para diversas cidades de Mato Grosso do Sul, promovendo encontros com o público e reafirmando seu compromisso com a preservação do bioma pantaneiro.

Primeiro Arte-educador de MS

Considerado o primeiro arte-educador de Mato Grosso do Sul, Jonir é autodidata e um dos principais fomentadores da cultura no estado. Ao longo de sua trajetória, mesclou técnicas e suportes variados para abordar temáticas ligadas à identidade regional, sempre com um olhar sensível e crítico. Além de Paris, seu trabalho já foi exibido em salões e mostras de diferentes países da Europa e nos Estados Unidos, levando o Pantanal a palcos internacionais.

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