Com mais de 50 anos de história, o bairro Guanandi é um dos mais antigos de Campo Grande, carregado de muita história. Entre as curiosidades da região, está a abundância de ferros-velhos — são tantos que fica difícil até contar.
Entre os pioneiros do segmento está Alberto Rocha, de 53 anos. Ele é presidente do Sindicato dos Ferros-Velhos e trabalha na função há 25 anos. “Comecei lá embaixo, na Antônio Siufi, onde na época começou o Toninho, que é o fundador do ferro-velho aqui no Guanandi”, relata.
Assim, aos poucos o comércio foi crescendo e hoje Preto, como é conhecido, já possui um grande estabelecimento. “A gente foi gradativamente melhorando, melhorando. Graças a Deus hoje a gente tá com estrutura boa e trabalhando bastante”, conclui.
Entre os desafios enfrentados na função está a concorrência desleal com quem não possui a liberação do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), o que faz com que os produtos se tornem mais baratos ao consumidor. “Tem muitas lojas que não têm o credenciamento, então as pessoas desmancham o carro de rua. Agora, a gente que tem o credenciamento, tem que comprar no leilão e a concorrência é grande. O preço fica mais alto e, aí, você não tem como concorrer com essas pessoas”, explica.
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A dificuldade de conseguir a liberação do Detran também fez com que muitos estabelecimentos fechassem as portas. “O pessoal desistiu porque a exigência era muito grande. Hoje ainda para você ter um credenciamento de trânsito tem que ter vários alvarás, várias certidões, e muitos não conseguiram e desistiram”.



(Foto: Madu Livramento)
Ferro-velho ou lixão a céu aberto?
Nem só de bons comerciantes vive o Guanandi. Durante mais de 30 anos, um antigo estabelecimento provocou transtornos aos moradores. O local ficava na rua Jatobá e, após ser abandonado, tornou-se moradia para moradores em situação de rua, além de acumular lixo.
O Jornal Midiamax conversou com moradores que optaram por não se identificar, devido ao receio de represálias por parte dos envolvidos. “Os maiores problemas eram com os moradores de rua, ratos invadindo as casas, muito mosquito da dengue também e o mau cheiro, muita sujeira”, conta.
Além do problema com o lixo, os moradores também relatam a insegurança devido aos furtos e à movimentação de pessoas no período noturno. “Agora o povo está mais tranquilo. Dá para sair, atravessar a rua, porque antes a gente tinha medo de passar por ali. Eu não saía à noite, mas muita gente ficava apreensiva de passar por aquela esquina”, explica.
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A limpeza do local foi feita há dois meses, e deste então o bairro se tornou mais limpo e tranquilo na visão dos moradores. “Mudou tudo. Eles saíram, foram embora, limparam tudo. Tiraram aquelas tranqueiras todas. Os ratos se afastaram, os mosquitos também, porque tiraram o lixo. Graças a Deus, está bem melhor”, conclui.
Ainda há muitos ferros-velhos na região, mas os problemas com o lixo reduziram. Agora os moradores vivem bons tempos, na espera de que novos problemas não ocorram.


(Foto: Madu Livramento)
Fala Povo: Midiamax nos Bairros
O Jornal Midiamax destaca nesta semana o desenvolvimento da região do Guanandi. O projeto faz parte do Fala Povo: Midiamax nos Bairros, onde diversas histórias serão contadas, incluindo curiosidades, pontos gastronômicos, segurança e tudo o que envolve o cotidiano da população local.
Essa série de reportagens fará parte da edição ao vivo do programa, que vai ao ar no próximo sábado, dia 27, diretamente do Supermercado Nunes, localizado na Avenida Gunter Hans, 165, no Guanandi.