Cerca de 600 famílias do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) bloqueiam a BR-060, em Sidrolândia, próximo ao trecho conhecido como trevo do “Capão Seco”, em protesto por reforma agrária, na manhã desta segunda-feira (28). O congestionamento ultrapassa 15 km, após a interdição em ambos os sentidos da rodovia.
Sandra Maria Costa Soares, diretora-executiva da União Geral dos Trabalhadores, representando a agricultura familiar pela Reforma Agrária, presidente da FAFER-MS (Federação da Agricultura Familiar e Empreendedora de Mato Grosso do Sul), destaca o cadastro de 13 mil famílias assentadas com cadastro no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Contudo, o trecho escolhido para o protesto soma milhares de famílias vivendo em barracos à beira da estrada.
“Estamos reivindicando o acesso à reforma agrária em MS. Temos feito várias negociações, seminários e não tivemos resultados positivos para que as famílias sejam assentadas dentro do número de famílias cadastradas pelo Incra. Precisamos que o Incra nacional e o presidente do Incra, e o ministro Paulo Teixeira, venham para negociar diretamente, pois queremos uma negociação com o superintende regional”, narra.
A liderança informa que o protesto é pacífico, com negociação com equipes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para aderir à liberação parcial a cada 15 minutos. Contudo, o protesto segue a interdição sem previsão de liberação. Além disso, veículos da saúde e segurança pública estão sendo liberados para transitar.
“A intuição do protesto não é prejudicar a sociedade, pelo contrário, é reivindicar a reforma agraria, as áreas de dívidas bancárias e com a União, áreas que são da União e precisam ser transformadas para a Reforma Agrária. Aqui em Capão Seco têm áreas da União e importantes para a população da reforma agrária, inclusive, protegidas pelo Estado, deixando de dar o direito aos trabalhadores de acessar as propriedades para produzir com qualidade e ter condições de dignidade aos trabalhadores que compõem a BR-060”.

Congestionamento
De acordo com uma equipe da PRF no local, os serviços estão orientando os condutores para retornar para Campo Grande ou Sidrolândia, ou enfrentar o congestionamento caso seja necessário passar pelo trecho bloqueado. Há rota alternativa para Ponta Porã e Dourados pela BR-163 e para Jardim ou Aquidauana pela BR-262, por Terenos.
A fila de veículos ocupa o trecho desde as 4h da madrugada. Famílias do MST cobram políticas públicas na Jornada de Lutas pela Reforma Agrária, também conhecida como “Abril Vermelho”.
Portanto, a BR-060 está bloqueada com pneus queimados, galhos de árvores e madeira. Ainda de acordo com a liderança, a interdição segue por tempo indeterminado.
Entretanto, o bloqueio causou frustração entre condutores que aguardavam liberação desde a madrugada. Marcio Giroto, caminhoneiro de 42 anos, estava a caminho do frigorífico em Sidrolândia para carregar a carga.
“Faz duas horas que está parado. Fiquei sabendo da paralisação pela rádio, mas já avisei meu chefe que vai atrasar”.

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