A tempestade de poeira que cobriu o céu de Campo Grande completa quatro anos nesta quarta-feira (15). Com ventos que chegavam a 100km/h, o fenômeno causou estragos e mobilizou órgãos de controle de desastres por dias após o ocorrido. De volta à primavera, não se descarta a reincidência do caso, visto que tempestades mais violentas tendem a ocorrer no mês de outubro em Mato Grosso do Sul.
O sul-mato-grossense conhece bem a instabilidade associada ao clima do estado. Além de, geralmente, pegar a população desprevenida com grandes mudanças de temperatura, esse “choque térmico” que ocorre no início da estação também contribui para eventos como a tempestade de poeira, ocorrida em 2021.
O meteorologista Vinicius Sperling, do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), explica que isso ocorre porque existem características somadas ao contraste térmico elevado que podem disparar tempestades intensas. Destaca-se que outubro é um dos meses mais quentes do ano na maioria dos municípios do estado.
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Ainda, a alteração acentuada das temperaturas somada à seca característica do período aumenta as chances de ocorrência. O especialista informa que as chuvas irregulares e abaixo da média contribuem para que ventos fortes levantem poeira.
“É muito mais difícil, por exemplo, ocorrer uma tempestade de poeira em janeiro do que outubro. Agora a gente está no final do período seco, então isso é bem típico. Se vai ser uma baita de uma tempestade de poeira ou uma tempestade de poeira mais localizada depende do ambiente meteorológico que está organizando essa situação”, destaca.
Apesar das chuvas ainda não atingirem os níveis ideais na região centro-sul, houve precipitação recentemente. Mesmo que em pouco volume, a situação já contribui para diminuir as chances de levantar poeira. A possibilidade de uma super tempestade ainda existe, mas só pode ser prevista entre 3 e 5 dias antes.
Relembre o caso
A tempestade de poeira atingiu a capital no dia 15 de outubro de 2021, aproximadamente às 14h. No ocorrido, os ventos chegaram a 94,45 km/h, conforme medições divulgadas pelo meteorologista Natálio Abrão, com rajadas de 54 km/h e de 65,16 km/h na região das Moreninhas.
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Por volta das 15h, a nuvem de poeira reduziu para 800 metros a visibilidade em Campo Grande, forçando o Aeroporto Internacional de Campo Grande a ser fechado. Houve relatos de destelhamento e quedas de galhos e granizo. A chuva, por outro lado, durou poucos minutos.
Sperling explica que a tempestade resultou de um processo: primeiro, os ventos despencam, se chocam no solo e levantam a poeira. Depois, vem a chuva. “Nesse caso, foi uma intensa linha de instabilidade que se organizou e ganhou muita força no centro-sul do MS. A poeira é levantada pela frente de rajada originária da linha de instabilidade antes da chuva”, comenta.
Mulher quase foi ‘arrastada’ pelo vento
Também há quatro anos, a situação incomum fez viralizarem nas redes sociais dezenas de vídeos com rastro de destruição por onde a tempestade passou. Vídeos e fotos feitos por moradores mostram árvores caídas em diversas vias da cidade, onde os ventos chegaram a 94,45 km/h.
Um deles, enviado por leitores ao Jornal Midiamax, mostra o momento em que pessoas são surpreendidas pela força do vento na região central da Capital. Na imagem, feita próxima ao camelódromo, é possível ver um toldo no chão, logo depois uma mulher é carregada pelo vento e só para ao ser segurada por um rapaz.
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