Ah, o Carnaval, uma das festas mais aguardadas pelos brasileiros! Sinônimo de folia, diversão e, também, de bebidas alcoólicas. O problema é que a ingestão excessiva de álcool durante a festança normalmente culmina na famosa ressaca, a dor de cabeça, enjoo e mal-estar estomacal, dentre outros sintomas, que podem até pôr fim precoce à diversão.
Frente a isso, um fenômeno sazonal sempre ressurge nas gôndolas da farmácia, virando “febre” entre os foliões: o “kit ressaca” – normalmente composto por itens que prometem remediar e até mesmo evitar o mal-estar decorrente da ingestão excessiva de álcool. Mas será que funcionam?
E a resposta simples e direta para a pergunta é: não – ou, pelo menos, não como se pensa.
Os “kits ressaca” vendidos em farmácias, geralmente, são compostos por medicamento para o fígado e acidez estomacal, além de analgésicos. Eles podem até trazer algum benefício, mas podem, também, apenas disfarçar os sintomas. É onde mora o perigo.
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“Existem alguns preparados comerciais que vêm em alguns blisters e pacotinhos. Isso aí é somente um apelo comercial”, alerta o médico Rafael Francisco, de Campo Grande. Ele explica que até existem tratamentos para casos isolados de intoxicação hepática, como uma intoxicação por paracetamol. Mas, com relação ao álcool, não.
“O nosso tratamento é sempre só de suporte com hidratação, porque o álcool inibe um hormônio chamado de vasopressina, também conhecido como hormônio antidiurético. Então o álcool faz a gente urinar muito e desidratar muito”, explica.
Além disso, algumas medicações podem apenas mascarar os sintomas e piorar a situação do paciente. Ou seja: não é pelos medicamentos que a situação de bem-estar vai ser restabelecida, mas sim, pelo combate à desidratação – o que ocorre, basicamente, com ingestão de água: antes, durante e após as festas.
Café e energético ajudam ou são vilões da ressaca?
Além disso, outro hábito forte do brasileiro é ingerir café puro, em grande quantidade, após a bebedeira. O especialista destaca que a cafeína decorrente da bebida, assim como de energéticos, disfarçam um outro composto, a adenosina, que é acumulada quando a pessoa fica cansada, gerando a sensação de disposição. Contudo, isso só vai disfarçar o cansaço, sendo recomendado uma boa noite de sono, tanto antes como após a folia.
Assim, o uso de kits, energéticos ou o mesmo o café e bebidas com aquele “extra” de cafeína podem ser um problema, por abrirem brecha a uma intoxicação alcoólica. E com sintomas pouco visíveis, o folião vive um baile de sintomas mascarados, que vão finalmente emergir quando a rotina carnavalesca chegar ao fim.
“O segredo, no final das contas, é aproveitar com moderação, utilizar o menor consumo possível de tóxicos entre os lícitos e os ilícitos que a gente sabe que no carnaval tem. A gente não pode, como médico, ser hipócrita e fingir que não existem os ilícitos. Toma muito cuidado com a mistura e com a procedência deles. Isso é muito prejudicial à saúde”, explica Rafael.
Atenção, mulheres!
É importante saber que aqueles que não estão acostumados aos excessos comuns no carnaval ficam ainda mais suscetíveis a ressacas.
“Pessoas que são mais acostumadas a beber desenvolvem umas enzimas no fígado chamadas de citocromos, responsáveis pelo metabolismo do álcool. Então existem algumas condições genéticas que predispõe ser mais resistente ao álcool por ter mais citocromos no fígado”, exemplifica o profissional.
Ou seja, quem está acostumado a beber possui mais enzimas, sendo mais tolerante ao álcool. Ao mesmo tempo, quem tem menos costume acaba sentindo os efeitos da bebida mais rápido.
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Além disso, um fato comprovado, conforme o especialista, é o de que mulheres tendem a ter menos citocromos do que os homens, o que faz com que menor quantidade de bebida já proporcione a ressaca. Ah, uma dica que pode ajudar a evitar ressaca é estar próximo de pessoas de confiança que podem notar os sinais de que a bebedeira está muito alta e alertar.
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