Mato Grosso do Sul se despede neste final de semana de um dos seus artistas mais singulares. Jonir Figueiredo, 71 anos, cujas artes plásticas expressaram desde o orgulho do coração sul-mato-grossense à dor do solo pantaneiro chamuscado, deixa um legado de honra para a cultura que levou até o cenário internacional. Segundo uma sobrinha do artista, Jonir partiu ‘tranquilo’, faleceu dormindo, pleno.
O óbito aconteceu na madrugada deste sábado, 26 de julho. Figueiredo estava hospedado na casa de amigos em Bonito, onde participava da 3ª edição do Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-Americano, neste final de semana. Na manhã de hoje foi encontrado sem vida, deitado sobre a cama com a coberta acima do rosto.
Pessoas próximas do artista relatam que ele estava feliz por retornar à cidade, considerada capital do ecoturismo brasileiro. Jonir já morou por lá e fez muitos amigos. Segundo familiares, ele se preparava com entusiasmo para mudar ao novo ateliê, localizado nas proximidades da Praça das Araras, no bairro Amambaí, em Campo Grande.
Em entrevista exclusiva ao portal TeatrineTV, o dentista aposentado Elinelson José Limbert, de 66 anos, conta que havia deixado o amigo na noite de ontem na porta do evento. Jonir estava produzido, vestindo camisa de onça. Ele havia relatado que uma mulher, chamada Lia, o levaria de volta para casa.

Durante a madrugada, o dono da residência viu que o quarto estava fechado, reconhecendo que o amigo já havia chegado. Nesta manhã preparou mesa com pães, café, leite, mas não pôde servi-la àquele que chamou de irmão.
Segundo o portal, a casa onde Jonir passou sua última noite carrega histórias da arte. O terreno pertenceu ao professor e artista plástico Paulo Roberto Rigotti, que faleceu em 2012. A residência hoje abriga uma escultura funcional, recentemente restaurada por Jonir. Trata-se de uma ducha artística criada por Rigotti. A casa é repleta de outras obras, e demonstra que a partida do artista se deu em meio a um ‘santuário cultural’.
Artista será velado em Campo Grande
Natural de Corumbá, Jonir firmou raízes na Capital de Mato Grosso do Sul, onde será sepultado. Familiares se mobilizam para encaminhar o translado do corpo do artista.
Velório está agendado para acontecer a partir das 10h deste domingo, no Centro Cultural José Octávio Guizzo, com previsão de encerramento às 14h.
Relembre a carreira: