Representando os processos da aviação, como a decolagem e pouso, os tuiuiús na Praça Brigadeiro Faria Lima, foram oficialmente entregues. O monumento Pantanal Sul, Aeroporto Internacional de Campo Grande, retorna como ponto turístico da cidade, após R$ 300 mil em investimento.
O artista plástico Cleir Avila conta que utilizou a memória para reconstruir os gigantes que representam o Pantanal, após 25 anos da primeira escultura. Ele explica que haverá necessidade de manutenção a cada quatro meses, pois a estrutura tem mais de dois meses e tende a abalar diante da velocidade do vento na região.
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“Na época, em 2018, eu apresentei o projeto em comparação das aeronaves, falei que o tuiuiú seria a ave com maior envergadura. [Após a queda], finalmente aconteceu e é importante manter as obras de arte intactas, com o objetivo de comunicar, de valorizar o nosso Pantanal, Cerrado“.
Sobre o episódio que culminou na queda das estruturas, Cleir explica que há diferenças nas condições climáticas que causam danos em estruturas, por exemplo, ventanias e rajadas de vento. A antiga obra foi feita para aguentar ventos de até 160 km/h.
“Aqui é uma área propícia para ter rajadas de vento, que são como tornados na horizontal. De acordo com o engenheiro que participava comigo, a rajada de vento tem 5 metros de diâmetro, vem distorcendo na horizontal. Enquanto não houver rajadas de vento, [a estrutura] está garantida. Além disso, a estrutura antiga tinha quase 25 anos. A estrutura está muito bem feita. O cálculo estrutural foi feita [para aguentar] ventos, rajada é outra história”.
Os tuiuiús
Houve poucas mudanças na estrutura, como a eliminação do espelho d’água que acumulava focos de mosquitos. Agora, os tuiuiús Asa Branca, Majestoso e Zé Bicudo estão no gramado da praça. Aliás, Cleir explica que Bicudo está se alimentando em alusão a um avião recebendo combustível; enquanto o do meio, o Majestoso está pousando; por fim, Asa Branca está se preparando para decolar.
“A manutenção vai depender do contrato com Sicredi e Aena, espero contar com o patrocínio. Com o Sicredi tenho parceria desde 2016, revitalizando pontos pelo Estado. Como esse bicho é um ‘pernalta’, não está em um tripé, tem uma envergadura de 12 metros, é possível que a cada três anos a gente faça uma manutenção, pois é impossível que não tenha uma trinca durante esse período. Na manutenção é importante fazer, apesar da ferragem tratada. Quanto mais curto o tempo de manutenção, mais barato fica a revitalização“.
Os nomes foram escolhidos pelo morador Izaltino Ojeda, através de um concurso popular em 2018. “Moro no [bairro] Popular e sempre prestava atenção no monumento. Falava para minha filha que o do meio era Majestoso. Quando veio o concurso falei que o do meio já tinha o nome, só faltavam os outros”, descreve.
Manutenção
Oziel Pereira, da direção da Aena, relembra que a queda do monumento aconteceu durante uma tempestade, após 40 dias da empresa aeroportuária assumir a gestão da unidade.
“Estávamos focados em obras e, num primeiro momento, pensamos em inserir nas obras rápidas que já estávamos fazendo da ampliação do aeroporto, mas foi muito difícil em encaixar na nossa dinâmica. Então, a parceria com a Sicredi ajudou muito”.
Celso Ramos Regis, presidente do Sicredi, destaca que também é inaugurado o relógio próximo à Orla do Aeroporto, que marca a atual temperatura e as horas. Para as manutenções futuras, ele garante que novos investimentos serão aplicados.
“A manutenção vai depender de danos que acontecerem. Como o próprio artista disse, isso vai ser avaliado e vamos estar apoiando, assim como outras obras em vários lugares do Estado”.
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