“O que eu acho que a 14 traz de novo é a ocupação do espaço público. Tudo o que antes estava muito confinado em bar, boate... de repente, está ali, escancarado para a cidade toda, de graça. E isso é o que eu acho que chocou o campo-grandense. A gente vê isso no Rio de Janeiro, a gente vê isso em São Paulo e, agora, está chegando para nós. Isso, sim, eu acho que é a grande diferença, porque a gente começa a ocupar o espaço público com culturas que até então eram vistas como subalternas, como menores. O funk, o eletrônico, o samba... de repente, isso tá ali, escancarado.”
Júlio Botega, arquiteto e urbanista
A Rua 14 de Julho se transformou em um dos principais redutos boêmios de Campo Grande, com a abertura de uma sequência de bares e espaços gastronômicos, que movimentam a cidade aos fins de semana. O fenômeno do terceiro turno, iniciado em 2024, começa a se espalhar para as ruas vizinhas, provocando debates sobre planejamento, impacto urbano e potencial cultural.
Ao mesmo tempo, Campo Grande chega aos seus 126 anos no centro de um debate entre empresários, poder público e entidades comerciais, que discutem justamente como não deixar este espaço morrer.
Esta reportagem integra a série especial do Jornal Midiamax em homenagem ao aniversário da cidade. Aqui, revisitamos a Rua 14 de Julho revitalizada, atualizamos o mapa da boemia campo-grandense e analisamos os impactos econômicos, sociais e culturais da principal via do Centro.
Terceiro turno nasceu na ‘raça’
No conceito da atividade comercial urbana, o termo ‘terceiro turno’ é utilizado para descrever a movimentação que acontece após o horário convencional de trabalho. Na discussão urbanística, o terceiro turno revela também como a cidade lida com a segurança, mobilidade, transporte público, diversidade cultural e com a economia noturna, após as portas do comércio tradicional se fecharem.
É exatamente esse movimento que Campo Grande acompanha desde fevereiro de 2024 na região central. A ocupação, que começou com dois bares, hoje vê sua atividade multiplicar com, pelo menos, 12 estabelecimentos em funcionamento ao longo das quadras entre a Rua Marechal Rondon e a Avenida Mato Grosso. O fenômeno também não se restringe mais a 14 de Julho, e passou a tomar conta das ruas vizinhas.
Responsável pelo Pizza Pub, Jean Costa avalia que a ocupação da região central trouxe à Campo Grande uma oportunidade de democratizar o lazer noturno, ao retirar o entretenimento de dentro de locais privados.
“Em Campo Grande tem vida noturna para o público que tem mais dinheiro. Mas, para o nosso público aqui, não tinha [um local] para atender essa galera. Então, a ideia, quando a gente veio para cá, era de que aqui se tornasse uma região de bares noturnos. E, hoje em dia, ela se consolidou [como] um complexo boêmio, com certeza”, reflete Jean.

‘Se não tivesse a 14, onde você estaria agora?’
O questionamento surge como uma brincadeira entre os donos dos bares, mas nos convida a refletir. O responsável pelo Copo Bar, Bruno Morais, expressa que a ocupação acabou suprindo, em Campo Grande, uma demanda por lazer que sempre existiu, mas em polos separados. Ele destaca que essa ocupação passa a atingir as ruas vizinhas, como a Antônio Maria Coelho e a Maracaju, trazendo cada vez mais opções de lazer, em um espaço onde todos podem ter acesso.
“A gente brinca muito: ‘Se não tivesse a 14, onde você estaria agora?’. A 14 acabou trazendo algo que o campo- grandense, na forma mais democrática, estava precisando, que era um espaço no Centro, onde todos pudessem ter acesso”, comenta Bruno.
O responsável pelo Má Donna Bar, Kayky Sanches, completa destacando a força que a economia noturna tem desempenhado para fazer com que o centro volte a ter ‘vida’. “A junção de vários bares no entorno fez com que a 14 ganhasse essa força e retornasse às suas origens. Hoje, as pessoas não falam mais sobre isso pra um bar em específico; hoje, elas falam ‘Vamos lá pra 14 de Julho'”.
Esse crescimento partiu de um movimento que se iniciou de forma espontânea, sendo mantido ‘na raça’ pelos empresários, conforme declara a proprietária do bar Fumaça Fina, Mayara Bispo. Ela critica a visão do público conservador, que se recusa a aceitar a ocupação e a enxergar o potencial turístico e econômico da região.
“A 14 virou um complexo boêmio na força dos próprios empreendedores, não por incentivo [do poder público]. Quando a 14 sai na mídia, você vê muitos comentários ruins, de pessoas ignorantes. E, aí, eu penso ‘O que eu tô fazendo aqui?’. Eu podia estar tentando fazer isso aqui em qualquer outro lugar. Mas a cultura resiste, ela vive”, diz Mayara.

Cultura viva na rua… e de graça
Além de calçadas vazias passarem a abrigar mesas, cadeiras e gente, o movimento de ocupação noturna da 14 de Julho também abriu espaço para uma forte manifestação musical. Conforme o doutor em Arquitetura e Urbanismo Júlio Botega, a região representa um movimento que traz culturas subalternas para o coração da cidade. O que antes era ‘cultura de periferia’, agora, ganha as principais ruas da Capital. Isso porque, conforme o urbanista, o principal público da região é a classe média baixa.
“Quando a gente tira a música, a arte, de dentro de um espaço privado e traz para o espaço público, isso é revolucionário, porque é aí que a gente começa a discutir o que é cultura. Então, quando eu vejo uma roda de samba, um DJ e as pessoas se divertindo, eu vejo a cultura na sua plenitude. A alta classe, a vida inteira, achou que eles eram os cultos, e, agora, eles têm que começar a ver e conviver com outras formas de cultura que são tão válidas quanto às deles, e por isso dá muito conflito”, pontua Júlio.
Arquiteto e urbanista do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), André Vilela complementa que a diversidade musical foi fundamental para a consolidação da 14 de Julho como polo boêmio.
Vilela, que também atua como DJ nos bares da região, reforça que Campo Grande sempre teve uma diversidade musical bastante rica, embora nichada. Atualmente, a presença de discotecagens e shows nos bares torna tudo mais dinâmico e acessível, garantindo fluxo constante de público.
Rua se tornou palco a céu aberto
Embora os bares tenham estilos distintos, André detalha que muitos frequentadores circulam entre eles, criando um corredor cultural dinâmico. Além disso, essa variedade atrai públicos diferentes, permitindo que a rua funcione como uma verdadeira plataforma cultural.
“A diversidade foi o que causou a explosão ali. E também gerou um desafio econômico sobre como pagar os músicos [considerando que as apresentações são públicas]. Mas se tornou algo muito agradável”, expressa André.
Mayara Bispo, do bar Fumaça Fina, destaca que, enquanto muitos bares e casas de Campo Grande cobram a entrada, tornando o ‘rolê’ menos acessível, a 14 de Julho apresenta outro conceito. “A gente toca música eletrônica na calçada, coisa que é muito difícil de se ver no Brasil inteiro. Geralmente, tem clubes, que são fechados, onde a galera paga pra entrar. E aqui a gente tá fazendo na calçada, sem cobrar nada. Então, eu realmente acredito que virou um polo cultural.”
Campo Grande ainda não está culturalmente preparada para as transformações que a 14 de Julho exige
O arquiteto Júlio Botega avalia que o novo papel da Rua 14 de Julho é parte de sua vocação, mas que a região ainda caminha atrás de centros boêmios consolidados em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo. Isso acontece, principalmente, porque Campo Grande não está pronta culturalmente para as transformações que esse grande complexo boêmio e gastronômico exige.
Citando o exemplo de Curitiba, cuja administração municipal, 50 anos atrás, decidiu fechar uma das principais ruas da cidade para beneficiar esse movimento, Júlio sugere que a principal rua comercial do Centro de Campo Grande deveria se tornar um calçadão. Com o espaço exclusivo para pedestres, isso aumentaria a segurança e reduziria incompatibilidades com o tráfego de carros, além de facilitar o policiamento.
Embora alguns lojistas temam a perda de vagas de estacionamento, o urbanista destaca que é preciso pensar no centro como bairro, valorizando quem mora ali e faz compras a pé. Problemas de estacionamento devem ser resolvidos com regras e cobranças adequadas por parte de empresários que lucram com isso. “É caríssimo estacionar em Campo Grande, aqui se cobra por hora, diferentemente de outros locais que cobram por período”.
O urbanista cita, ainda, que não é necessário transformar toda a 14 em calçadão, mas sim um trecho estratégico, da Cândido Mariano até a Mato Grosso. Isso traria conforto para quem circula e frequenta não apenas os bares, mas também as igrejas e o Teatro Dom Bosco, que atraem público no fim de semana.
“Da Marechal Rondon até a área da Esplanada Ferroviária, inclusive a Feira Central, temos um eixo que tem tudo para ser um corredor gastronômico e boêmio. Desde que o poder público e os próprios comerciantes da região tenham esse cuidado de transformar isso numa área que tem esse aspecto”, afirma.

Credibilidade sem apoio não se sustenta
Nos locais onde a vida noturna acontece, é imprescindível que os olhos do poder público estejam voltados a este espaço. A forma como a gestão lida com esses locais pode ser crucial para arquitetar sua sobrevivência. Afinal, não basta apenas investir em um espaço bonito e atração musical diversificada, a credibilidade se constrói com infraestrutura pública.
“A 14 de Julho está criando credibilidade e, agora, precisa de investimento do poder público. O poder público não tem mais como não olhar para a 14. Ele tem que estimular segurança pública, o turismo, a infraestrutura. Por exemplo, aqui, às vezes, falta banheiro, segurança, sinalização, e o poder público é uma das principais mãos para fazer isso acontecer”, afirma Jean.
Kayky Sanches, do Má Donna Bar, celebra a nova visibilidade e o aumento de público da Rua 14 de Julho. Mas também destaca que é necessário receber apoio do poder público, segurança e infraestrutura.
“Sem esse apoio, fica difícil. A gente precisa de mais segurança, infraestrutura para que as pessoas possam transitar sem perigo. Mas estamos no caminho certo, e a 14 tem tudo para se manter. Essas forças que os bares estão tendo são extremamente importantes para que a rua ganhe vida novamente. Não tem lugar melhor para acontecer essa vida noturna do que a 14 de Julho”, finaliza.

O que determina se um espaço vive ou morre?
Ao escrever esse novo capítulo da história da Rua 14 de Julho, é preciso revisitar o passado da cidade, pois ele tem muito a ensinar sobre o que pode, potencialmente, fazer um local promissor, econômica e culturalmente, viver ou morrer.
O Corredor Cultural e Gastronômico da 14 de Julho, oficializado em agosto de 2024, não foi o primeiro projeto da Prefeitura de Campo Grande para consolidar um espaço com essas características no Centro. Uma década antes, em 2013, cerca de R$ 16 milhões foram investidos para transformar a Orla Ferroviária em um parque linear com restaurantes e bares, com potencial para virar um polo gastronômico no coração dos trilhos da cidade.
No entanto, o tiro saiu pela culatra, e o que deveria ser sinônimo de ocupação virou reduto de abandono, tomado por usuários de entorpecentes e pessoas em situação de rua, que afugentam qualquer sinal de vida no local. Mas, afinal, o que determina se um espaço vive ou morre?
Conforme Botega, um espaço morre quando ele perde sua função central, ou não há planejamento para que a cadeia econômica no entorno continue prosperando. Um exemplo disso é a antiga rodoviária de Campo Grande, que pereceu à própria sorte quando a cadeia econômica do local foi desequilibrada abruptamente, sem amparo efetivo da gestão municipal à atividade comercial da região.
Onde há gente, há vida!
Outro fator determinante para assinar o atestado de óbito é realizar planejamentos urbanos que não refletem a identidade cultural local. E que também não incentivem a população que mora no entorno a abraçar o espaço. Este é o exemplo da Orla Ferroviária.
“Quando você cria praticamente um beco passando atrás das residências, sem que você faça algum tipo de incentivo para que essas residências se abram para esse lugar, você gera insegurança, porque a segurança dentro da cidade não vem só da presença de polícia, ela vem de pessoas olhando a rua. Hoje, por exemplo, se eu caminho na 14 à noite, até determinado horário, eu não sinto medo, porque eu sei que a rua está cheia. E a rua não está cheia de polícia, a rua está cheia de olhos [isto é, pessoas]”, afirma Júlio.
Outro fator seria, simplesmente, perguntar às pessoas o que elas querem. As audiências públicas existem, mas, na avaliação do urbanista, funcionam apenas como processo burocrático, sem refletir as necessidades reais da população. “A primeira coisa que nós fazemos, quando desenvolvemos o projeto, é perguntar para as pessoas. Existe a arquitetura urbana e social, que é exatamente questionar à população o que ela quer. Historicamente, eu não vejo esse movimento em Campo Grande”, revela.
Dessa forma, um espaço vive quando existe uma ocupação constante. Onde há gente, há vida, e onde há vida, não existe brecha para que as pessoas se sintam inseguras para frequentarem determinado local. Júlio também reforça que a cidade é dinâmica, e os espaços mudam, naturalmente, de função. Na avaliação do urbanista, o erro está em tratar o Centro de Campo Grande como algo que pode voltar a ser o que era no passado, em vez de se adaptar às necessidades e realidades atuais da população.
O Centro não morreu, a dinâmica da cidade que mudou
Júlio detalha que as cidades são dinâmicas por natureza, nunca permanecem estáticas, mesmo em áreas patrimonializadas. A arquitetura se transforma, é destruída e reconstruída, e o mesmo acontece com os centros urbanos. Em Campo Grande, esse movimento também é visível. Assim, para ele, o Centro não morreu, apenas não corresponde mais às expectativas de quem ainda o enxerga como principal polo econômico da cidade, sem levar em conta fenômenos como a descentralização do comércio e o avanço do e-commerce, por exemplo.
O urbanista explica que, na dinâmica atual de Campo Grande, não faz sentido o Centro ser um local essencialmente comercial – principalmente, levando-se em consideração o fenômeno da descentralização do comércio, em que cada vez mais os bairros, sobretudo aqueles afastados da região central, desenvolvem um polo comercial cada vez mais forte, como é o caso das Moreninhas.
“É preciso incentivar um comércio para as pessoas que estão morando ali e parar de achar que a pessoa vai sair das Moreninhas e vai ao Centro para comprar coisas básicas que ela encontra no próprio bairro em que mora”, defende.
Assim, defende Júlio, para o Centro não ‘morrer’, é preciso torná-lo dinâmico. Para isso, é preciso de mais gente vivendo em seu entorno. “O bairro tem dinâmica, porque, no bairro, o zoneamento é diferente. Eu saio da rua principal, nas Moreninhas, o que eu tenho? Pessoas morando. Eu saio da rua principal no Centro, o que eu tenho? Prédios e mais prédios fechados. Portanto, a gente precisa incentivar habitação”.

Além disso, Júlio reforça que a ‘sobrevivência’ do centro depende de um planejamento urbano que entenda o bairro como um espaço integrado, no qual comércio, habitação e lazer caminham juntos. Enquanto isso não acontecer, o urbanista teme que a região continue perdendo espaço para outros bairros e lojas on-line.
“O centro comercial funciona das sete às dezenove, e, depois, o Centro morre, porque ele é monofuncional. Essa ideia de que o centro de Campo Grande é morto é uma ideia mentirosa. O Centro de Campo Grande tem muita vida. Então, a gente precisa colocar pessoas morando, para que, no horário que o comércio não está funcionando, ele [o Centro] não morra”, explica Júlio.
O urbanista também destaca que as entidades que representam os interesses dos comerciantes da região precisam compreender que o Centro não é mais uma região de interesse da classe alta. Júlio destaca que o desafio não está em tentar atrair a alta renda de volta, mas sim em criar uma cidade mais sustentável. O ideal seria investir em mobilidade, habitação qualificada e infraestrutura que permitam que o Centro continue oferecendo vida, movimento e lazer à população.
Propostas ainda estão no papel
Há um ano, acontecia a reunião “Todos em Ação pelo Centro”, junto de representantes da Prefeitura e empresários do comércio noturno da 14 de Julho, para apresentação de propostas e ações a fim de movimentar o comércio local. Na ocasião, foi discutida a criação de uma “sucursal” da Prefeitura no Centro, especialmente para atender às demandas dos empresários daquela região.
A questão da falta de vagas também foi pontuada, e a solução apontada foi a criação de um micro-ônibus gratuito, para funcionários e clientes. O veículo deveria proporcionar o traslado de uma área de estacionamento criada pela Prefeitura até as lojas da via. Essas propostas, no entanto, ainda não saíram do papel.
Na época, foi aprovado também o projeto de lei que transforma a Rua 14 de Julho, entre a Marechal Rondon e a Avenida Mato Grosso, num corredor gastronômico e cultural. A proposta previa garantir desconto no IPTU, trânsito livre de pessoas, medidas de segurança, repressão a ambulantes e incentivo a apresentações artísticas e a realização de festivais. O incentivo fiscal, no entanto, também não aconteceu.
Além disso, atualmente, ainda não existe uma estrutura adequada para o crescimento de público na 14 de Julho aos fins de semana. Isso gera conflitos, como é o caso da esquina com a Maracaju, onde muitas pessoas ficam aglomeradas no meio da rua.
Na mesma época, em 2024, chegou a ser discutido e implementado o fechamento da rua nos trechos entre as ruas Marechal Rondon e Antônio Maria Coelho, como um teste experimental. No entanto, a medida não vingou.
Prefeitura irá elaborar um ‘plano de ações’ para o Centro
Conforme o gerente de empreendedorismo da Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável), Marcelo Demirdjan, a medida foi um dos vários testes realizados pela Prefeitura para movimentar o Centro. Conforme avalia o servidor, as necessidades foram mudando com o tempo. “A gente voltou a se reunir com os empresários, e a gente vem identificando que algumas reclamações ou alguns apontamentos, eles vêm desde muito tempo atrás. Essa adequação da prioridade vai mudando com o tempo.”
Em relação às outras propostas debatidas com os empresários, que ficaram apenas na promessa, Marcelo afirma que um plano de ações está sendo elaborado com conjunto com outras secretarias, para, enfim, concretizar as ações. Esse ‘grande plano’ deve contemplar incentivos fiscais e facilidade de alvará para colocar luminárias, conforme o gerente.
“Tudo isso está sendo estudado nesse grande plano de ação. Esses incentivos fiscais dependem da política de desenvolvimento econômico, e a política vem sendo desenvolvida. Nos próximos meses, a gente deve ter uma definição mais clara desses incentivos”, prevê Marcelo.

Vida longa à 14 de Julho?
Com pouco mais de um ano de vida e potencial para escrever uma trajetória próspera, resta-nos aguardar os próximos capítulos desta história. Para o presidente da Acicg (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), Renato Paniago, a associação enxerga ‘com bons olhos’ o terceiro turno que surgiu espontaneamente, no Centro, e considera que ele traz uma série de benefícios para a região.
No entanto, a associação ressalta que é necessário que o poder público olhe para este espaço, reconheça as necessidades do aumento do público noturno e crie um plano de ação para que esse crescimento aconteça de forma ordenada.
“Tem que ter aparelhos públicos para poder receber esse pessoal, incluindo banheiros, estacionamento, incentivo a essas empresas para que elas possam atuar de noite ali, recebendo os consumidores. É importante que isso se mantenha ou se desenvolva de forma ordenada, cuidando do impacto que isso causa no Centro”, enfatiza.

O responsável pelo Copo Bar, Bruno Morais, completa ressaltando que o poder público precisa investir na oportunidade e no potencial que a região tem para se tornar um espaço cultural reconhecido e consolidado. Além disso, ele destaca que também é necessário garantir apoio aos empresários, para que manter os empreendimentos continue sendo viável.
“Tem que fazer com que não só as pessoas queiram cada vez mais ir lá, mas também fazer com que os empreendedores que estão lá, na parte da noite, consigam se manter de uma forma vantajosa para eles; afinal, estamos investindo cada vez mais e tentando buscar o que for de novidade, o que for de melhorias para todo mundo que transita pela rua. Isso inclui discussões com valores de aluguéis, segurança, banheiros e até mesmo atrações cedidas pelo Governo do Estado e pela Prefeitura”, reforça.
Para finalizar, o professor Júlio Botega reforça que a região tem tudo para ser um corredor gastronômico e boêmio, desde que o poder público e os próprios comerciantes da região tenham o cuidado de transformar essa ocupação em uma área que tem esse aspecto.
“Pensa em um turista, hoje, chegando em Campo Grande e perguntando ‘Aonde eu posso ir?’. Será que as pessoas vão dizer ‘Vai pra 14?’. Não sei ainda, mas pode ser que, daqui a um tempo, isso aconteça”.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)