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Cotidiano

Herança do machismo, busca por relacionamento ideal silencia mulheres todos os dias

Diferente dos contos de fadas, na vida real, 300 mulheres foram mortas por homens em MS nos últimos anos
Priscilla Peres -
(Arte: Giovana Gabrielle, Midiamax)

Quem foi criança nos anos 80 e 90 cresceu em meio a contos de princesas e príncipes, que viviam aventuras e eram felizes para sempre. As histórias sempre foram só estórias de livros infantis, mas com potencial para criar um mundo ideal no imaginário, onde mulheres são amadas e felizes. Não importa quanto tempo passe, nem quantas mulheres morram em mãos de homens, o conto segue vivo em nossas mentes.

Dados da Secretaria Estadual de Justiça mostram que, em nove anos, mais de 300 mulheres foram mortas por homens em . Outras 800 sofreram tentativas de cometidas por pessoas em quem confiaram. Feminicídios são crimes de ódios cometidos por homens contra mulheres.

Os crimes quebram a lógica das princesas, expõem uma realidade a qual muitas mulheres são submetidas diariamente. Mas não é preciso que uma tragédia aconteça para enxergarmos que, na verdade, princesas e príncipes são pura ficção. Os sinais são claros e estão por toda parte, mostrando o quão vítimas somos do patriarcado e do estrutural.

Nesta semana, mais uma mulher foi assassinada pelo homem em quem confiou. A jornalista Vanessa Ricarte, 42, foi morta com três facadas pelo músico Caio Cesar Nascimento Pereira, de quem estava noiva. Nas redes sociais, ele ostentava fotos com músicos famosos e afirmava ser um homem de Deus.

Vanessa Ricarte e Caio (Foto: Redes Sociais)

Casamento ideal e cultura machista

Nos contos de fadas os príncipes são heróis, que salvam mulheres. Já as princesas são corajosas e submissas. Para a psicóloga Laura de Arruda Silva, a influência cultural faz com que mulheres acreditem que precisam ser salvas de alguma forma, de que precisam ser protegidas por um homem.

“Na nossa cultura isso é muito presente. As mulheres olham para essas histórias e acreditam que elas só vão alcançar a felicidade caso tenham um relacionamento, alguém pra proteger, para salvá-las de alguma coisa, como se a gente tivesse que ser salva de alguma coisa, né?”, questiona a psicóloga.

Nesse ideal fantasioso, a felicidade sempre está muito ligada a ter um homem para proteger. E, quando em um relacionamento, os próprios contos de fada ensinam que mulheres se adaptam e se submetem à realidade imposta pelos homens. Pois, quando se separam, a sociedade julga e acusa.

“Na sociedade, as mulheres sempre foram vistas como tendo mais valor se elas forem casadas. Desde sempre mulheres separadas são vistas como inferiores e isso é uma questão de crença, psicológica e emocional de uma estrutura herdada”, explica a psicóloga Laura de Arruda.

Para além dos contos de fadas, a herança cultural vem do patriarcado, que desde os primórdios usa formas de dominação para aprisionar mulheres. Quando totalmente envoltas em viver para maridos e filhos, mulheres não crescem, não conquistam espaços e não têm voz.

https://midiamax.uol.com.br/cotidiano/2025/love-bombing-musico-manipulava-namoradas-com-noivado-rapido-e-declaracoes-exageradas-de-amor/: Herança do machismo, busca por relacionamento ideal silencia mulheres todos os dias

Redes Sociais ampliam problema

Não bastasse a cultura machista que norteia toda a vida de uma mulher, as redes sociais chegam para reforçar os padrões de ideais inalcançáveis. Afinal, quem nunca viu fotos e vídeos de casais felizes, bem sucedidos e desfrutando da vida? A sensação que fica é sempre do “eu também mereço”.

Mas a psicóloga dá a dica para que perguntas sejam feitas: A que custo? Quais valores realmente fazem sentido para mim? Qual o tipo de relacionamento que eu quero ter? O que eu mereço?

“Às vezes, na vida, as mulheres são muito independentes, mas dentro do relacionamento se colocam nessa situação de dependência emocional, como se necessitasse cuidado”, destaca. E, uma vez dentro do relacionamento pautado em valores importantes para ela, se afasta de pequenas nuances e sinais de que não é um relacionamento saudável, para focar no valor que é o casamento.

Mas mulheres não salvam relacionamentos, sozinhas. Namoros ou mesmo casamentos são construídos em cima de parceria, de ambos os lados cedendo, mudando e melhorando. “É importante observar os limites, o quanto cada um está contribuindo, está disposto a abrir mão, a rever as suas crenças e comportamentos. As duas pessoas precisam fazer isso, não é só uma”.

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