Há quase dois anos, o editor de vídeo Sidney Araújo, conhecido por “Manga”, vive a rotina da hemodiálise, um tratamento que o mantém vivo enquanto aguarda um transplante de rim. Em Mato Grosso do Sul, como em todo o Brasil, a espera por um órgão é longa e angustiante. A realidade de Manga, que precisou se afastar do trabalho, é um contraste com a visibilidade de casos como o do apresentador Fausto Silva.
Ele compartilhou sua jornada e questiona a isonomia do sistema de transplantes no país. “Eu sou renal crônico há um ano e nove meses e faço hemodiálise três vezes por semana”, detalha Sidney, de 45 anos.
Sua luta para entrar na fila de transplante foi um desafio à parte. Ele precisou travar uma batalha para conseguir marcar o procedimento. Após um ano e meio de insistência, a responsabilidade pela marcação foi transferida para as clínicas de hemodiálise. Em abril, ele foi finalmente chamado para a consulta e passou por uma bateria de exames — de coração, raio-x, ultrassom, exames de sangue específicos e mapeamento genético.
“Agora estou esperando ser listado”, diz ele, que entregou todos os resultados há poucas semanas e que agora enfrenta a espera por um órgão compatível. “É algo muito difícil. Tem gente na fila há mais de 10, 15 anos e não acha uma pessoa compatível”, comenta, citando o caso de um amigo que esperou oito anos por um rim e, felizmente, está bem um ano após o transplante.
A compatibilidade de Faustão
A fila de espera no Brasil, que conta com mais de 43 mil pessoas aguardando um rim, é um cenário de esperança e incerteza. Notícias como a de Fausto Silva, que recebeu um coração em 12 dias e, mais recentemente, um rim e um fígado, geram questionamentos em quem está na fila há anos.
“Vejo notícias como a do Faustão e me pergunto se realmente há isonomia. Não que ele não tenha direito à vida, mas ele com 12 dias na fila já conseguiu um coração. Agora, um ano depois, ele retransplantou o rim, conseguiu outro rapidamente e ainda fez transplante de fígado”, reflete Manga.
O apresentador de 75 anos foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e passou por um transplante de fígado e um retransplante de rim.
Como funciona a fila de transplante
O Sistema Nacional de Transplantes (SNT), gerenciado pelo Ministério da Saúde, afirma que a fila é única e segue critérios técnicos rigorosos. A ordem de transplante é determinada por: Tipo sanguíneo; Compatibilidade de peso e altura; compatibilidade genética; e Estado de gravidade do paciente.
Casos de extrema gravidade com risco de morte, como a impossibilidade de diálise para pacientes renais ou insuficiência aguda grave do fígado, podem dar prioridade ao paciente. No caso do transplante de rim, o critério mais importante é a compatibilidade imunológica.
A lei brasileira proíbe ainda a venda e a compra de órgãos, e a posição do paciente na fila não pode ser alterada com dinheiro. A doação é um ato de solidariedade, e a decisão final cabe à família do doador. “Estou na fila de transplante precisando para poder voltar a viver, a trabalhar e a manter minha família”, afirma Manga.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil possui o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do SUS, que financia cerca de 86% dos transplantes de órgãos no país. “Apesar do grande volume de procedimentos de transplantes realizados, a quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão é um desafio a ser enfrentado”, diz publicação oficial.
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