Se você tem mais de 30 anos, certamente, usou muito os serviços oferecidos em lugares como este. Nos anos 2000, as lan houses, também conhecidas como cybers, eram uma unanimidade quando o assunto era acesso fácil à internet. Mas o que virou desses espaços tão usados 20 anos atrás?
É claro que a quantidade de lojas desse perfil diminuiu drasticamente ao longo dos últimos anos. No entanto, o Jornal Midiamax percorreu ruas de Campo Grande e encontrou estabelecimentos onde o passado e o presente se encontram.
Um desses lugares é a lan house de Edimar José de Sales, um espaço modesto localizado na Rua Yokohama, na Vila Almeida, em funcionamento há 21 anos. Mesmo com a chegada dos smartphones e de todo tipo de modernidade, ele não se abalou.
“Com o advento do WhatsApp, as pessoas falam: ‘Ah, ninguém vai mais na lan house’, só que as pessoas recebem o boleto no WhatsApp e várias não têm como fazer o pagamento, precisam transformar isso em papel, e eu faço isso aqui”, relata Edimar.
“Então, assim, essa modernidade do celular, ela não me atrapalhou, só mudou o foco”, completa.
E os jogos?
No entanto, ao contrário da maioria das lan houses, os jogos nunca foram o foco de Edimar. “Nunca tive jogos aqui, apesar de ser uma lan house, né? Comecei sem jogos, porque naquela época eu já tinha uma visão de que os jogos passam, mas a prestação de serviços não acaba”, avalia.

“Então, desde quando eu abri, até hoje, o meu foco é na prestação de serviços. A gente faz impressões, fazemos contrato de locação, segunda via de boleto”, completa.
Ele defende que, independentemente da mudança do tempo, a necessidade das pessoas continua. Por isso, a faixa etária de quem procura os serviços costuma ser muito variada.
“Tem crianças de 10, 11 anos, que vêm com os pais. Os professores pedem trabalho e eles vêm aqui usar o computador. Tem adolescentes, também, e pessoas que fazem faculdade: eles vêm aqui quando precisam imprimir trabalho”, compartilha.
Ele conta que tem clientes que são antigos, iam até o cyber para fazer trabalho de escola e hoje levam os filhos com o mesmo objetivo.
Mudanças ao longo dos anos
De 20 anos para cá, por mais que os serviços prestados continuem muito parecidos, outras coisas mudaram bastante.
“No começo, as pessoas também procuravam aqui muito para lazer. Vinham e passavam horas aqui na internet, que naquela época existia o Orkut. Então, era uma febre. Hoje em dia, o uso aqui para lazer é quase nulo”, aponta.

No cyber Arena Bulldog, que fica na Rua Rui Barbosa, no Centro de Campo Grande, diferentemente do espaço de Edimar, as mudanças foram mais tecnológicas.
O espaço abriu em 2016 e está sob nova direção, desde fevereiro deste ano.
Lá, as máquinas são mais robustas para suportar jogos on-line e também programas profissionais pesados, como o AutoCAD e plataformas usadas por arquitetos e engenheiros.
Além de oferecer serviços de impressão e um simples acesso à internet, o estabelecimento oferece suporte técnico para quem tem computador em casa.
Na lan house, há 10 computadores gamers e um cantinho especial para quem prefere jogar com console. O espaço do Xbox One acaba sendo, também, um local de descanso para quem cansa de ‘maratonar’ jogos nas madrugadas especiais.
“Nós sempre recebemos grupos com 3, 5 pessoas. Por exemplo, agora, nesta sexta-feira, vai vir um grupo de 9 pessoas passar a noite jogando aqui, fazendo o Corujão”, conta Klebher Lacerda, gerente do espaço.
O grupo vai chegar às 22h e vai até as 6 horas da manhã. Segundo Klebher, esses horários especiais são mais frequentes aos fins de semana.

Investimento
Para quem deseja investir em máquinas como essas, no entanto, o valor não é baixo. “É algo em torno de R$ 5 mil a R$ 6 mil — isso um computador de entrada”, explica.
No entanto, os valores podem ser bem maiores. Para quem não tem condições de fazer investimentos altos, ou quer explorar uma variedade ainda maior de jogos e opções que uma lan house pode oferecer, tem outro espaço em Campo Grande, que, há dois anos, une o passado e o futuro.
“Aqui a gente oferece tanto serviço de jogos, com todos os nossos equipamentos, como o Playstation, quanto os óculos de realidade virtual, os computadores e os volantes de games. E a gente também oferece serviço de impressão, de currículo, relatório, enfim”, explica Pedro Henrique, o gerente da Grid Game Center, que fica no Comper Itanhangá.

O espaço é completo, tem até mesmo jogos, periféricos e brinquedos à venda.
“Então, é como uma lan house antiga, né? Mas aqui é como se fosse a evolução, juntando o que tem de antigo com o que tem de moderno também”, completa o gerente.
Essa variedade possibilita a diversidade de público. Assim como os demais espaços visitados pelo Jornal Midiamax, o Grid Game Center é frequentado por adolescentes e também adultos “50+”.
Além disso, muitos pais aproveitam que vão às compras e deixam os filhos na loja. “É o que mais tem. Tem o pessoal que não conhece a loja, vem, traz o filho, conhece, e geralmente é isso. Eles falam: ‘Vamos ali fazer uma comprinha e vamos deixar ele [o filho] aqui jogando um pouquinho’, e aí eles aproveitam”, conta Pedro.

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(Revisão: Dáfini Lisboa)