Pular para o conteúdo
Cotidiano

Onde foram parar as lan houses? Empreendimento ainda tem ‘pé’ no passado, mas se reinventou

Nas lan houses, profissionais garantem que a faixa etária de quem procura os serviços é variada 
Liana Feitosa -
Passado e futuro se encontram em lan houses de Campo Grande. (Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Se você tem mais de 30 anos, certamente, usou muito os serviços oferecidos em lugares como este. Nos anos 2000, as lan houses, também conhecidas como cybers, eram uma unanimidade quando o assunto era acesso fácil à internet. Mas o que virou desses espaços tão usados 20 anos atrás? 

É claro que a quantidade de lojas desse perfil diminuiu drasticamente ao longo dos últimos anos. No entanto, o Jornal Midiamax percorreu ruas de e encontrou estabelecimentos onde o passado e o presente se encontram.

Um desses lugares é a lan house de Edimar José de Sales, um espaço modesto localizado na Rua Yokohama, na Vila Almeida, em funcionamento há 21 anos. Mesmo com a chegada dos smartphones e de todo tipo de modernidade, ele não se abalou. 

“Com o advento do WhatsApp, as pessoas falam: ‘Ah, ninguém vai mais na lan house’, só que as pessoas recebem o boleto no WhatsApp e várias não têm como fazer o pagamento, precisam transformar isso em papel, e eu faço isso aqui”, relata Edimar.

“Então, assim, essa modernidade do celular, ela não me atrapalhou, só mudou o foco”, completa.

E os jogos?

No entanto, ao contrário da maioria das lan houses, os jogos nunca foram o foco de Edimar. “Nunca tive jogos aqui, apesar de ser uma lan house, né? Comecei sem jogos, porque naquela época eu já tinha uma visão de que os jogos passam, mas a prestação de serviços não acaba”, avalia.

Lan house na Vila Almeida existe há 21 anos. (Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

“Então, desde quando eu abri, até hoje, o meu foco é na prestação de serviços. A gente faz impressões, fazemos contrato de locação, segunda via de boleto”, completa.

Ele defende que, independentemente da mudança do tempo, a necessidade das pessoas continua. Por isso, a faixa etária de quem procura os serviços costuma ser muito variada.

“Tem crianças de 10, 11 anos, que vêm com os pais. Os pedem trabalho e eles vêm aqui usar o computador. Tem adolescentes, também, e pessoas que fazem faculdade: eles vêm aqui quando precisam imprimir trabalho”, compartilha. 

Ele conta que tem clientes que são antigos, iam até o cyber para fazer trabalho de escola e hoje levam os filhos com o mesmo objetivo.

Mudanças ao longo dos anos

De 20 anos para cá, por mais que os serviços prestados continuem muito parecidos, outras coisas mudaram bastante. 

“No começo, as pessoas também procuravam aqui muito para lazer. Vinham e passavam horas aqui na internet, que naquela época existia o Orkut. Então, era uma febre. Hoje em dia, o uso aqui para lazer é quase nulo”, aponta.

Klebher Lacerda. (Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

No cyber Arena Bulldog, que fica na Rua Rui Barbosa, no Centro de Campo Grande, diferentemente do espaço de Edimar, as mudanças foram mais tecnológicas. 

O espaço abriu em 2016 e está sob nova direção, desde fevereiro deste ano.

Lá, as máquinas são mais robustas para suportar jogos on-line e também programas profissionais pesados, como o AutoCAD e plataformas usadas por arquitetos e engenheiros.

Além de oferecer serviços de impressão e um simples acesso à internet, o estabelecimento oferece suporte técnico para quem tem computador em casa. 

Na lan house, há 10 computadores gamers e um cantinho especial para quem prefere jogar com console. O espaço do Xbox One acaba sendo, também, um local de descanso para quem cansa de ‘maratonar’ jogos nas madrugadas especiais.

“Nós sempre recebemos grupos com 3, 5 pessoas. Por exemplo, agora, nesta sexta-feira, vai vir um grupo de 9 pessoas passar a noite jogando aqui, fazendo o Corujão”, conta Klebher Lacerda, gerente do espaço.

O grupo vai chegar às 22h e vai até as 6 horas da manhã. Segundo Klebher, esses horários especiais são mais frequentes aos fins de semana.

Arena Bulldog tem até sofás para quem precisa cochilar nos corujões. (Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Investimento

Para quem deseja investir em máquinas como essas, no entanto, o valor não é baixo. “É algo em torno de R$ 5 mil a R$ 6 mil — isso um computador de entrada”, explica. 

No entanto, os valores podem ser bem maiores. Para quem não tem condições de fazer investimentos altos, ou quer explorar uma variedade ainda maior de jogos e opções que uma lan house pode oferecer, tem outro espaço em Campo Grande, que, há dois anos, une o passado e o futuro.

“Aqui a gente oferece tanto serviço de jogos, com todos os nossos equipamentos, como o Playstation, quanto os óculos de realidade virtual, os computadores e os volantes de games. E a gente também oferece serviço de impressão, de currículo, relatório, enfim”, explica Pedro Henrique, o gerente da Grid Center, que fica no Comper Itanhangá.

Volante gamer na lan house Grid Game Center. (Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

O espaço é completo, tem até mesmo jogos, periféricos e brinquedos à venda. 

“Então, é como uma lan house antiga, né? Mas aqui é como se fosse a evolução, juntando o que tem de antigo com o que tem de moderno também”, completa o gerente.

Essa variedade possibilita a diversidade de público. Assim como os demais espaços visitados pelo Jornal Midiamax, o Grid Game Center é frequentado por adolescentes e também adultos “50+”.

Além disso, muitos pais aproveitam que vão às compras e deixam os filhos na loja. “É o que mais tem. Tem o pessoal que não conhece a loja, vem, traz o filho, conhece, e geralmente é isso. Eles falam: ‘Vamos ali fazer uma comprinha e vamos deixar ele [o filho] aqui jogando um pouquinho’, e aí eles aproveitam”, conta Pedro.

Grid Game Center. (Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

💬 Fale com os jornalistas do Midiamax

Tem alguma denúncia, flagrante, reclamação ou sugestão de pauta para o Jornal Midiamax?

🗣️ Envie direto para nossos jornalistas pelo WhatsApp (67) 99207-4330. O sigilo está garantido na lei.

✅ Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar nas redes sociais:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.

(Revisão: Dáfini Lisboa)

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Morador de Dourados cai em golpe do falso advogado e perde mais de R$ 6 mil

Idade média dos ônibus supera em mais de 3 anos limite exigido em contrato, acusa CPI

terenos contas

Em 5 anos, Câmara de Terenos só votou contas do prefeito uma vez; TCE-MS reprovou todas

‘Ana Castela elogiou’, diz prefeito sobre desafio escolar denunciado por trabalho escravo em MS

Notícias mais lidas agora

terenos contas

Em 5 anos, Câmara de Terenos só votou contas do prefeito uma vez; TCE-MS reprovou todas

Onde foram parar as lan houses? Empreendimento ainda tem ‘pé’ no passado, mas se reinventou

Idade média dos ônibus supera em mais de 3 anos limite exigido em contrato, acusa CPI

Em meio a cenário de pobreza e violência, polícia trabalha para mudar realidade no Lageado

Últimas Notícias

Brasil

Defesa de Augusto Heleno diz que irá ‘lutar até o fim’ para provar inocência

Defesa afirmou que por meio de embargos declaratórios devem apontar omissões e falhas em análise de provas

Famosos

Ana Castela curte comentário de fã sobre rumores com Zé Felipe: ‘feiúra’

Fã pediu para que parassem de comentário sobre suposto romance com filho de Leonardo

Polícia

Mulher é ferida durante briga na Vila Carvalho e lâmina de faca fica presa em seu abdômen

Vítima disse não se recordar como que os fatos aconteceram nem quem seria o autor do crime

Brasil

Operação Sem Desconto: ‘Careca do INSS’ movimentou mais 15 milhões em 129 dias

Homem é apontado como envolvido de venda de informações para diversas associações