O ECOA divulgou imagens que mostram o aumento do estresse hídrico da vegetação no Pantanal. A condição indica que a quantidade de água é insuficiente no solo para atender às necessidades fisiológicas das plantas, logo, favorecendo a incidência de incêndios em Mato Grosso do Sul, principalmente em Corumbá.
Entre o dia 29 de julho e 13 de agosto, o monitoramento do satélite Sentinel-2 indica o aumento do estresse hídrico na região leste e oeste do Pantanal. Contudo, o dia 13 de agosto, os dados coletas apontam que os níveis do Rio Paraguai estão acima do observado no mesmo período de 2024, ano da maior seca registrada na planície pantaneira, mas com redução gradativa.
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Segundo a organização, o rio é o “canal” que drena toda a água que chega ao Pantanal de suas sub-bacias. Ele percorre a parte mais a oeste da planície, no sentido norte-sul. A declividade nesse sentido (norte-sul) é de 2,5 a 5 centímetros por quilômetro – a cada 100 km, a diferença de altitude fica entre 2,5 e 5 metros. Já no sentido leste-oeste, a declividade varia de 3 a 6 cm por quilômetro, dependendo das sub-regiões. Na região próxima à cidade de Corumbá, localizada no extremo centro-oeste, por exemplo, a declividade é mais reduzida.
Na Comunidade Tradicional da Barra do rio São Lourenço, a altitude é de aproximadamente 93 metros, enquanto em Corumbá, a jusante, alcança 129 metros. Sendo assim, a baixa inclinação da planície faz com que as águas dos rios que drenam para a região percam velocidade, espalhem-se e favoreçam a sedimentação e a formação de áreas alagadas permanentes e temporárias.

Estiagem
É comum a redução generalizada dos níveis do rio Paraguai, de Cáceres (MT), ao norte, a Porto Murtinho (MS), no extremo sul observada em agosto, diante da estiagem. Entretanto, os rios ainda sentem o reflexo da seca extrema registrada em 2024.
No final do ano passado e nos primeiros meses de 2025, as chuvas intensas nas sub-bacias do norte da bacia do rio Paraguai abasteceram a planície. No mesmo período, a parte sul enfrentou estiagem, quadro revertido a partir do mês de maio de 2025, quando passou a chover com mais intensidade nas sub-bacias dos rios Miranda-Aquidauana, Taquari e Rio Negro, este na divisa entre Paraguai e Bolívia.
“A observação de alguns elementos, como a redução do nível do rio Paraguai, com a consequente diminuição de áreas inundadas, e o estresse hídrico da vegetação, indicam a possibilidade de condições favoráveis a incêndios nos próximos meses. Este cenário pode ser revertido se chuvas generalizadas ocorrerem nas sub-bacias e na planície”, explica o Ecoa.
“Nesse momento, consideramos que se deve levar em conta o cenário mais desfavorável, somando um fator: a continuidade da Fase Neutra entre El Niño e La Niña no oceano Pacífico, em geral, coincidente com menos chuvas na bacia do rio Paraguai. O último informe do Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos (CPC) indica que a Fase Neutra deve prosseguir nos próximos meses e até mesmo atravessar o verão, com breve passagem pelo La Niña”.
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